Parabéns atrasados

Desculpa lá o atraso Balula... passei o dia de ontem a lembrar-me e acabei por me esquecer.

Blogging... posting...

Vivemos a era do ing... ou deverei dizer estamos living na era do ing?! Não descobri como nem porquê mas fomos invadidos por estrangeirismos desnecessários e alguns sem qualquer sentido ou tradução nas supostas línguas de origem. Desconfio que sei o que provocou isto, mas é apenas uma teoria. Passo a explicar.

É sabido que os primeiros imigrantes portugueses, dotados de uma formação e conhecimentos muito limitados, derivado das suas deficientes condições de vida, ao chegarem aos países que os acolheram tomaram conhecimento de objectos e realidades que até então desconheciam e para os quais não tinham a respectiva designação portuguesa. Assim surgem os frigidaires e afins. Em conclusão, os estrangeirismos desnecessários e ridículos surgem, em muitos casos, devido à ignorância do indivíduo, o que é grave é que agora, para ocultar esta realidade, passou a ser moda ou, permitam-me o estrangeirismo, passou a ser cool inventar palavras que não existem para designar objectos ou realidades já há muito baptizadas em português.

A terminação mais usada é o ing, senão vejamos, em vez de estudos de mercado ou estudos comparativos de concorrência temos os benchmarkings (ou como alguns iluminados designam, benchmarketing, num acumular de ignorância e estupidez inacreditável, visto que tal termo não existe nem nos dicionários ingleses - usei o webster online como referência) . Continuando, as máquinas automáticas de venda de bebidas e comida são agora máquinas de vending (vending?!?!), a área de cliente que o nosso banco disponibiliza na Internet, onde podemos aceder a vários serviços, chama-se HomeBanking, o aluguer de longa duração é um renting ou um leasing, e imagine-se que em muitos casos imprimir já começa a ser fazer um printing!!!

Qualquer dia temos lojas de rouping ou fast vesting, ou mesmo serviços de decorating ou ainda estabelecimentos de fooding... não confundir com casas de alterning onde podemos obter não um serviço de fooding mas sim de foding e, inclusivamente, um broshing, que, por sua vez, não devemos confundir com o brushing das cabeleireiras que no meu tempo, e no meu país, era somente pentear (com uma escova).

Poesia?!

Que a pedra mais dura também quebra,
pela água que corre e o frio que sente.
Rola e rebola, na força da corrente
lasca, alisa e apara.
Perde, ganhando, até deixar de sentir,
Até que ninguém se recorde
que para a pequena pedra existir
a mais dura teve que partir.