Não te percas

Não fujas. Não faças nada que não queiras. Mas não deixes de fazer o que realmente queres e te faz sentir bem. E faz quando te fizer bem. Faz quando tiveres a certeza que te faz sentir bem. Nesse momento não hesites. Faz. Não há tarde nem cedo, não há perfeito ou imperfeito, há o momento. Ou o agarras ou não. Não te arrependas do que fizeste. Arrepende-te do que não fizeste. Continua. Não esperes, acredita. Não páres por nada nem por ninguém mas não deixes para trás o que te faz falta. Não chores pelo que perdeste. Sorri pelo que ganhaste. Aproveita o que tens. Não o desperdices pensando no que não tens. Valoriza-te. Valoriza. Abraça porque sim. Voa. Sê livre. Fica. Ou vai. Mas porque queres, porque te faz bem. Não tenhas pressa. Mas não páres. Não bloqueies no que não consegues. Foca-te no que consegues. Consegues tudo. Respira. Não penses demais. Não penses de menos. Pensa apenas o suficiente para atingir o objectivo. Arruma-te. Controla o que podes. Não desperdices energia a controlar o que não podes. Não deixes de ser o que queres com receio de ser o que não queres. A vida é em frente. É o que fizeres dela. É o que deixares que seja. Controla o teu destino. Não te deixes controlar por ele. Não imagines nuvens negras. Aprecia o sol a brilhar. Não imagines o lado escuro da lua. Fixa o lado que brilha. Dá a mão a quem merece. A quem tu mereces. Não largues. Sente. Segue por aí. Segue por ali. Mas nunca, nunca te prives do que te faz feliz.

Perfeição na imperfeição

Tu és força, energia, coragem.
Tu és cor no meio de tanto cinzento, verdade no meio da mentira, alegria no meio da tristeza.
Tu és luz, nem sempre de sol mas muitas vezes de lua, lua cheia, enorme, que enche o espaço e nos prende o olhar.
Tu és frontalidade, amizade, honestidade.
Tu és muito mais do que se consegue ver ao passar.
Tu és apoio, carinho, sentimento.
Tu és dar, mais do que receber, humildade, sorriso.

E, perguntas tu, sou só virtudes? Não! Respondo eu.
Tu és defeitos, esquisitices, teimosias, casmurrices.
Tu és desespero, birras, depressão.

Mas... não fiques triste. As pessoas só são perfeitas aos olhos de quem as quer bem e os defeitos devem servir para tornar as qualidades ainda mais importantes.

Tu és saudade, amor e paixão.

E é isto. Obrigado e boa noite.

Eu sei lá o porquê!
É porque sim. Ou porque não. É porque o sol brilha. Ou será porque a lua está enorme e brilhante? Acho que é mais por esta última. Porque até faz mais sentido. Até signifca muito mais. É porque é como sempre foi. Não, nada mudou. Vamos lá, mudou um bocadinho aqui e ali. Ou talvez tenha mudado mais mas ainda não sabemos. Mas é porque sabemos como é, como queremos que seja e apenas nos falta saber como será. Mas isso é um pormenor não acham? Eu diria que sim. É um pormenor enorme, mas é um pormenor. Ainda falta muito? É capaz. Mas vamos aos poucos. Cada coisa de sua vez. E depois se verá. O muito pode até ser muito pouco. Alguma coisa será. Mas não somos nós capazes de muito mais do que o muito que falta? Eu acho que sim. Vamos. Hoje é assim. Amanhã se verá. Mas hoje foi bom. Muito bom. Porque está tudo ali. Não falta nada. Bom, quase nada. Falta um pouco. Ou falta apenas o muito que até pode ser pouco. Sem expectativas. Uma coisa de cada vez. Sem esperanças. Mas sempre acreditando. Vamos e depois se verá.


Conversa de adormecer

No ritual habitual da hora de deitar as palermices do pai soltavam-lhe o riso.
Estava feliz como está quase sempre mas largava um "oh paiiii!" sarcástico que tanto gosta em resposta ao que ia vendo e ouvindo.

- Quando nasceste a senhora enfermeira chegou ao pé de ti e disse "Menina Inês o seu pai é muito tonto mas... Não há nada a fazer, foi este que lhe calhou.". Tu não te lembras, mas foi assim.

- Oh paiiii! Não foi nada...

E soltava mais um daqueles sorrisos doces enquanto a espuma da pasta de dentes lhe cobria os lábios.

- Olha... Se pudesses trocavas o pai?

- Achas?!! Não! Não te troco por nada!

- Hummmm... Mesmo por nada?! E se fosse por um pai do mesmo tamanho feito de chocolate e recheado de manteiga de amendoim?!

- Não trocava!

- E se fosse do dobro do tamanho?!

Hesitou propositadamente, a expressão de gozo marcada no rosto e logo de seguida, sorrindo, disse:

- Se fosse uma pai do dobro do tamanho de chocolate e reacheado a manteiga de amendoim... Não. Não trocava por nada!