Sonho

Podia iluminar o mundo mas deixa-se ficar fechada no seu canto. Quase sem se dar por isso prende a atenção e alimenta a curiosidade. Da pouca confiança do primeiro contacto, raramente de sua iniciativa, depressa se concluí que procura erguer barreiras para que não transparença o seu ser. A resposta refilona ou a cara zangada, pelo acordar vespertino ou apenas reflexo de alguma contrariedade, escondem dos menos atentos o que o doce dos olhos anuncia a todos e se percebe querer mostrar apenas força onde também existem carências e fragilidades.

Ao soltar do mais terno sorriso ou da lágrima mais sentida, que não estão ao alcance de todos por protecção própria, conquista e faz-se abraçar num carinho que cresce com a confiança e segurança.
Apaixonada e apaixonante, vive e faz viver. Com a sua natureza alegre e divertida sofre como ama, nos limites, como se mais não fosse possível mas com uma força que tudo suporta. Insastifeita e sonhadora anseia a realização mas nem sempre a procura, muitas vezes por comodismo ou conformismo. Essa ânsia e o medo de errar não a deixa aproveitar ou valorizar certos momentos e provoca decisões nem sempre acertadas. Mais reactiva que activa na vida, nem sempre obtem as melhores consequências, mas consegue modificar-se na entrega e dedicação à amizade e amor. Em momentos mágicos onde se revela totalmente, deixa provar o encanto único da perfeita harmonia.

Olha-se com um negativismo injustificado que apenas abandona se pressionada e confrontada, em postura de afirmacão, mantendo qualquer um no seu lugar. A iniciativa primária não abunda mas, com a motivação e apoio certos, arranca para não parar, numa teimosia que, para o bem e para o mal, ali está, como o doce olhar ou a fácil lágrima.


É inteligente, doce, terna, carinhosa, simpática e prestável logo que se consiga perceber como quebrar o código de acesso, insegura, carente, independente mas, apareça um apoio e rapidamente cria dependência absoluta! Por vezes cruel, diz o que sente e o que não sente, magoa sem vacilar, para depois fazer as pazes porque quando gosta, gosta nesmo.

Do seu canto, quase sem dar-mos por isso, ilumina-nos o mundo, leva-nos para onde não sabemos ir nem voltar sozinhos... A cada despedida um pouco de nós fica.
É verdadeiramente única e não merece nada menos que tudo, um sonho.

Amizade

Quando somos amigos? Quando dizemos "temos uma grande amizade"? Ou "o que faria sem ti, amigo?"...
Há alguma regra? Como saber que é mesmo assim? Que até ao fim da vida se está lá... o ombro que precisamos, o carinho que chega na hora certa, o abraço que é tudo... E cabe em tudo isto a mentira? Existirá algum motivo, alguma força superior, alguma razão que desconheço que nos faça mentir a um amigo?
Poderemos concordar... vale a mentira piedosa... mas para quê? Ser mais duro quando se vier a descobrir? Não será mais fácil dizer "já não somos amigos." ou "não tenho tempo para a nossa amizade.".

Quando se percebe a realidade, quando ser percebe que a mentira e omissão tomam o lugar da honestidade e transparência, a amizade, outrora insuspeita, cai por terra... arrasta-se na lama... e acaba por jazer ali... onde também um pouco, ou talvez muito, de nós ficará.
Mentir é feio sempre ouvi dizer, mesmo que a intenção seja boa, e a verdade, essa, nua e crua, gélida e cruel... surge sempre à tona, qual caminho que nos leva de volta ao que talvez sempre tenha sido a realidade.
Por mim, a amizade é para sempre, os sorrisos que por ela dei serão sempre sinal de felicidade e as lágrimas que hoje deixo cair continuarão a cair para sempre como sinal de desilusão e infelicidade.

Email de demissão

Como certamente não repararam hoje é o meu último dia por aqui. Foram anos de muitas alegrias, realizações, desilusões e tristezas também. No fim ficam apenas as coisas boas.

É com nostalgia que me despeço da vida mas a
manhã começo noutro sítio. Até sempre... fiquem bem.








P.S. E se a vida fosse mesmo assim?! Com pré-aviso de 2 meses e carta de despedida?

How can I

How can I dream with something beautifull if I don't dream anymore?
How can I sleep if my eyes don't close anymore?
How can I keep living if I died long ago?

Humor, com sotaque, de fraca qualidade

Recentemente foi divulgada uma reportagem onde a famosa actriz brasileira Maitê Proença faz, supostamente, humor ridicularizando os portugueses. Na realidade apenas assistimos à decadência de uma actriz que, por algum motivo que me escapa, enveredou pela carreira humorística...sem ter jeito algum para a coisa.

A reacção dos "muy nobres" defensores da pátria não se fez esperar,
é necessário “gritar” bem alto e orgulhosamente pela defesa do nosso país isso enquanto se trinca um BigMac de um qualquer Drive-In num posto de abestecimento da Repsol. Outros, enquanto bebericam um café Starbucks, vociferam contra a "porca" da brasileira que ofendeu o nosso povo. Outros ainda, alteram os seus planos de viagem para as praias brasilerias como forma de represália e dirigem-se a resorts na República Dominicana, Cuba ou Maldivas.


Eu acho que não passa de um pedaço de péssimo humor e de tão mau não chega a ser insultuoso e se as pessoas querem defender o país comecem é a preocupar-se com coisas mais importantes.

Last call to...

Quando ouvem no aeroporto a frase "Última chamada para o vôo tal e coisa..." não pensam sempre "Talvez seja mesmo a última chamada...para sempre!"?

Eu penso...sempre!

Maya na FHM

As informações que consegui obter dão conta das movimentações da Playboy para responder à altura contando com a prestação de Cinha Jardim enquanto a Maxmen já garantiu a Lili Caneças depois de ter tentado um trunfo de peso, Simara, que acabou por rejeitar a proposta por considerar o valor proposto pela publicação demasiado baixo... tendo em conta que ao contrário das restantes teria de aparecer não só na capa como na contra-capa ou, em alternativa, uma capa desdobrável.

Relativamente à Maya, a FHM dá conta do atraso de mais de 2 anos na saída deste número, que estaria previsto para uma edição de Janeiro de 2007 mas que, devido ao enorme esforço de pós-produção, sairá apenas este mês.
Medo... tenham muito medo... Maya ao natural na FHM... Será que também aparece o Calimero?!

Actualidade

A notícia de que será hoje apresentada uma fotobiografia de Zeca Afonso fez-me recordar que há Homens cuja visão ultrapassa em muito os horizontes do seu tempo. Hoje como ontem faz todo ou talvez mais sentido o que Zeca nos diz na sua canção Vampiros.

Arrogância e Ignorância

Lendo um e-mail vindo de uma cliente... uma listagem de alterações e considerações sobre um projecto em curso, num tom habitual de "eu é que sei e quando não sei é como eu digo porque eu é que sou a cliente", nada que surpreenda vindo de um departamento de marketing.
Mas neste caso um ponto da lista saltou-me aos olhos, ao cérebro e aos nervos... tenho mesmo vontade de copiar o conteúdo e-mail e expôr aqui a que chegámos... mas por uma questão de ética e moral pessoal apenas vou copiar o essencial.
Relativamente a uma navegação de páginas (do estilo das navegações das páginas de resultados do google) onde se indicava o texto "Mostrando 1 de 10" diz a Senhora plena de autoridade e arrogância:

"retirar mostrando que não é português"

Pérola! Uma verdadeira pérola! Será que se deixou de ensinar o gerúndio na primária? Ou será apenas uma atitude xenófoba, descriminatória e ridícula originada por ser uma pessoa de nacionalidade brasileira a destinatária da mensagem?Cara Senhora, devo dizer-lhe, com todo o respeito que me merece um desconhecido, que com tamanha ignorância a Senhora deveria ser um tudo nada menos arrogante.

MIPTAP - Influência crescente

Com poucos minutos de existência o MIPTAP já provoca abalos no universo do transporte aéreo. Noticia o Público, na sua edição de 02.06.2009, o seguinte:

"Estatísticas da actividade de transportes no primeiro trimestre
Transporte de passageiros: "Forte desaceleração" nos aeroportos nacionais
02.06.2009 - 11h38
Por Inês Sequeira

O transporte de passageiros nos aeroportos portugueses "sofreu uma forte desaceleração" no primeiro trimestre de 2009, em termos homólogos, com o movimento de aeronaves a cair 5,9 por cento e o número de pessoas transportadas a descer 10,9 por cento, para 4,9 milhões de passageiros, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE)..."

Enquanto o link durar:
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1384518


MIPTAP
Por um céu sem latão!

MIPTAP

Venho por este meio anunciar a criação de mais um movimento da sociedade civil que pretende mobilizar todos aqueles que, independetemente da sua nacionalidade, religião ou sexo, se sintam de alguma forma ameaçados por esse pesadelo dos tempos modernos que se chama transporte aéreo de pessoas.

Assim, o Movimento Internacional para a Proibição do Transporte Aéreo de Pessoas (MIPTAP) apela aos habitantes do mundo para se unirem e pressionarem os seus governos à proibição do transporte aéreo de pessoas.


O MIPTAP encetará em breve negociações com companhias de transportes terrestres (barcos, comboios, autocarros, táxis, charretes, equídeos e outros) no sentido de estabelecer protocolos que permitam aos associados do MIPTAP obter condições vantajosas na realização de viagens de longo médio/curso.

Propõe-se também, a actual direcção do movimento, a criação de um site de divulgação de iniciativas e roteiros turísticos de transportes seguros.

Pelo transporte com hipóteses de sobrevivência, MIPTAP com os pés assentes na terra!

Publicitários

Já tentaram explicar a um publicitário que a forma como se comunica deve estar devidamente justificada com estudos e dados não subjectivos?
Deviam vender publicitários embalados em caixas de quebra-cabeças no "papagaio sem penas"... ou então deviam simplesmente puxar o autoclismo e deixá-los ir na corrente.

Questão de narizes

Já vários dias se passaram desde o último texto publicado e não se pense que tal acontece por eu ter estado de férias ou mesmo por falta de tema ou ainda por ter tido problemas de acesso à ampla teia mundial (no original - world wide web) ou mesmo devido às minhas dores do nervo ciático (de que não vos dei conhecimento por achar que o quadro clinico-doloroso não foi o suficientemente agudo para que a descrição pormenorizada do mesmo resultasse num texto interessante).

O que se passa, e como os atentos leitores já devem ter subentendido, é que estou, novamente, com uma grave falta de inspiração... bem... não será falta de inspiração, essa existe assim como as ideias base para vários textos a abordar os mais diversos temas o que falta (e na realidade talvez tenha faltado sempre) é a capacidade de desenvolver as ideias e inspirações em textos passíveis de serem consumidos pela minha falange de fiéis leitores.

Pensando bem, e a contar pelas estatísticas de mensagens (54, com esta), seguidores assumidos (entenda-se registados como folower no blog, 1... eu) e comentários deste blog (1), o que me parece é que eu tenho é uma propensão para pensar que por vezes consigo ter "capacidade de desenvolver as ideias e inspirações em textos passíveis de serem consumidos pela minha falange de fiéis leitores"! No fundo, a inspiração pode estar lá, os temas e motivos de escrita também, mas o que falta é a genialidade literária capaz de tornar uma ténue inspiração ou um desinteressante tema num pedaço de obra literária digna desse nome.

Que digo eu?! Ou melhor, que escrevo eu?! Obra literária?! Qual quê... Prova que não sou capaz de tal coisa é a seguinte história (baseada em factos verídicos):

Numa das viagens de comboio que faço diariamente deparei-me com uma personagem deveras curiosa. Prendeu-me a atenção quando, ao escolher o lugar fixou o olhar na senhora dos seus 65 anos que, sentada no lugar ao seu lado, estava concentrada na leitura de um livro. Mas quando escrevo 'fixou' é mesmo fixar, de quem não disfarça, com ar de quem vai dizer alguma coisa, meter conversa. Esperei um "Gostei muito desse livro!" ou mesmo um "Está a gostar?! Sou eu o autor." mas não. Nada. Depois de se acomodar no lugar olhou mais umas quantas vezes para o lado até optar por folhear o jornal que trazia nas mãos. Iniciou aí um desfilar de tiques e gestos nervosos, era assombrosa a forma "parkinsiana" como agitava a cabeça enquanto tentava focar as letras de um jornal, tarefa nitidamente (atente-se à capacidade irónica do autor revelada na utilização do advérbio de modo 'nitidamente'!) dificultada, não só pelo "parkinsonismo", como pela utilização de uns óculos de graduação desajustada à deficiência visual existente, franzindo a testa, semi-cerrando os olhos. Acredito que não tenha passado do nome do jornal. No entanto parecia completamente descontraído, especialmente pela forma dedicada e metódica com que abordou a necessidade de executar as tarefas de higiéne nasal (sem tirar os olhos do jornal), utilizando, numa primeira abordagem, o dedo indicador da mão direita para penetrar na cavidade nasal do mesmo lado, fazendo, como que por magia, desaparecer meio dedo (tendo em conta as deformações do nariz terá mesmo chegado a tocar a base do cérebro), retirado o indicador da narina, observou por breves instantes o resultado da exploração espeleológica e considerou necessária nova abordagem, desta feita com o dedo mindinho direito, aparentemente com melhores resultados, pois a observação posterior à exploração foi mais prolongada e houve mesmo necessidade de proceder a uma fricção de dedos para sacudir as amostras mucais recolhidas.

À passagem do revisor, aproveitou a necessidade de retirar o passe da mala para voltar a fitar a 'vizinha'... aí já não esperei mais do que um "Já viu as porcarias que uma pessoa acumula nas narinas?! A culpa é da cidade estar sempre em obras! É pó que nunca mais acaba!"

Estive indeciso entre escrever sobre isto ou sobre a professora de história, de Espinho, cuja mãe lhe rebentou o hímen em tenra idade o que, ao que parece, lhe terá provocado profundos danos ao nível da massa encefálica... optei pela realidade dura e crua com que me brindam, diariamente, nos comboios da CP e abordarei o tema das aulas de história em Espinho para próximo texto.

Estações da vidinha


Sobe. Arrasta os pés pela passadeira rolante da vida que se move sem parar. Espera o comboio que o levará ao destino. Senta-se e deixa fluir ideias soltas que escorrem pelo vazio de soluções e vão ficando para trás, como que presas aos carris que amanhã voltam a ser percorridos mas que nunca chegarão a lado algum.

Sai. Arrasta os pés pelo cais, inspira, respira a maresia poluída que sabe a liberdade mas envenena. As ideias voltam a escorrer e seguem a maré que daqui a pouco será vazia. Amanhã volto. Segue. Arrasta os pés...

Coccinellas exibicionistas

A vida animal em pleno Chiado. Gostaria de estar presente, daqui a 4 ou 7 semanas quando a mãe orgulhosa cantar aos seus filhotes - "Joaninha voa voa que o teu pai está em Lisboa" e poder dizer, com toda a propriedade, "E está mesmo! No Chiado!"

Essência

A essência de um indivíduo é facilmente avaliada tendo em conta pequenos detalhes e comportamentos. Fácil, portanto, será entender o que podemos esperar de um indivíduo que a cada visita à casa de banho, após uma demorada utilização do urinol, sujeito a contactos com peles, salpicos e mais que seja, se retira sem que uma gota de água seja desperdiçada na higienização das suas mãos.
Podemos até definir uma escala de qualidade de essências ou personalidades senão, vejamos:

1- aqueles que lavam as mãos com água e sabão antes e depois de usarem o urinol e ainda ligam a água do mesmo antes, durante e depois da utilização;

2- aqueles que lavam as mãos e ligam a água do urinol apenas depois da utilização e antes caso este esteja sujo do último utilizador;

3- aqueles que não ligam a água do urinol mas lavam as mãos depois da utilização;

4- aqueles que não ligam a água do urinol e também não lavam as mãos;

5- aqueles que não ligam a água do urinol, não lavam as mãos e ainda olham para o espelho antes de sair para darem um jeito ao cabelo... ou será para limparem os salpicos?!

Os primeiros talvez possamos considerar como demasido rígidos e cuidadosos, os segundos, talvez o grupo mais numeroso, têm os cuidados mínimos e socialmente correctos.
Depois passamos para os grupos de elite... 3 conjuntos distribuídos em crescendo de falta de higiene e de interesse.
No grupo 3 encontram-se os potênciais chefes e dirigentes, têm a mania que os outros têm que limpar a merda que eles fizeram, prepotentes, socialmente incorrectos, mal-educados, manientos, preocupam-se com eles próprios e esperam que tudo o resto gire em seu redor.
No quarto grupo temos os que pretendem um dia pertencer ao grupo 3 mas não têm arrogância e/ou esperteza suficiente para lá chegar. São indivíduos sem espinha dorsal, rastejam perante os mais poderosos e pisam em quem está por baixo.
O grupo de topo é constituído por extremos, indivíduos de classes muito baixas, sem educação, formação ou sequer inteligência e ainda, indíviduos de classes altas, com educação, formação mas sem inteligência ou esperteza sequer. São dotados de de uma formidável incapacidade de assimilar conceitos como higiéne ou respeito pelo próximo e normalmente atingem o sucesso à custa de redes de amigos e conhecidos que os empurram para cargos de visibilidade garantida.

Pudessemos fazer uma análise instantânea às mãos de cada pessoa e perceberiamos que de algums apenas pode sair da boca o mesmo que têm nas mãos.