Calorzinho esquisito

Está bonito isto, está.
Acordar quando os termómetros indicam -1.5° é uma experiência de vida.
Pior é descobrir que os canos congelaram e não corre mais que um fiozinho de água gélida...

Bom... Vou ali esticar-me ao sol a ver se descongelo as estalactites que pendem do meu nariz.

Merecido descanso... Já são horas!

E lá passou mais um ano, mais uma consoada e amanhã, ou hoje se quiser ser mais preciso, apenas é necessário cumprir as formalidades.

A título de balanço... Este Natal foi condizente com o resto do ano... O que não é propriamente positivo.

Aguardemos pelo fim de ano.

Love, love, love, love, love

Bla, bla, bla, bla, bla...

Lá diz o Tim, vocalista dos James e alguma razão terá.

Bla, bla todos vocês. ;)

A galinha e o ovo

Há pessoas que contam com o ovo no cu da galinha. Perdoem-me esta expressão brejeira mas é apropriada para o tema que de seguida desenvolvo. Dada a seriedade da questão vou mesmo reformular. Então vamos lá, explanava eu, existem humanos que tomam como adquirida a presença do zigoto no recto da ave galiforme.

É um problema sério. Porque se antes não se alimentar devidamente a ave, não se proporcionar ao pequeno animal as condições para produzir ovos, dificilmente o ovo chegará à passagem rectal do ser. E isto é um trabalho que se pretende tão contínuo quanto o desejo de continuar a contar com a produção regular de ovos, ou seja, não basta encher a moela à pita até ao limite do impossível e depois esperar que durante anos a dita cuja nos retribua o favor. (Até porque deve custar horrores fazer passar uma coisa daquele tamanho por um canal tão diminuto. Até as lágrimas saltam! Bolas!)

Serve esta metáfora para explicar que as relações entre pessoas, sejam elas de que nível forem, precisam de ser alimentadas por todas as partes envolvidas sempre e quando o objectivo seja manter a relação.

Dito isto, quem não "alimenta" a galinha arrisca-se a que chegue o dia em que quer o ovo e... pufff.. ele não está lá. E se pensam que sempre podem ficar com a galinha, bom, de que serve uma galinha decrépita e em fase terminal?

A verdadeira mensagem de Natal

Natal, tempo da família, dos amigos, dos presentes, dos não presentes, das crianças, da solidariedade, da memória, da atenção, do respeito, do amor, do carinho. Não se esqueçam de guardar um pouco de tudo isto para os 364 dias que ficarão a faltar até ao 25 de Dezembro de 2015.

Felizes festas e um grande abraço em todos vocês.

Mensagem de Natal

No regresso de mais uma época de festividade e celebração não poderia deixar de vos endereçar algumas palavras de agradecimento e esperança.

Fugindo às ressacas e pesos de consciência das festas de Natal empresariais, optei por publicar com alguma distância a minha mensagem, assim garanto o vosso melhor estado na sua leitura.

Embebido no espírito Natalício (e, embora não possam ver, vestido de duende do Pai Natal com uma coroa feita com uma série de luzes daquelas do chinês com músicas apropriadas mas já com pouca bateria) agradeço-vos, a vós meus leitores e amigos, as vossas visitas ao meu cantinho ao longo do ano que em breve terminará e conto com todos vós e mais que se juntem para continuarem a receber as minhas partilhas.

Ainda submergido no mesmo espírito desejo-vos, a vós meus leitores e amigos, uma época de Natal plena de paz, alegria e esperança e uma entrada no ano de 2015 feita de energia renovada e convicções fortes no cumprimento dos objectivos que definam.

Não quero fechar a minha mensagem sem fazer uso de um pragmatismo que me caracteriza expondo-vos os meus desejos para 2015.
Espero então que o ano que agora termina não se repita nem em 2015 nem até ao fim dos meus dias. Nem o ano nem a puta da crise e já agora a merda do governo e associados. Que 2015 permita manter-me afastado de mentiras, falsidades e traições. Que os momentos de merda que vivi ao longo de 2014 desapareçam da minha memória. Que consiga manter a cabeça no sítio, reduzir a ansiedade e a depressão de modo a que não ande novamente todo lixado! Que todos os filhos da puta, reais ou menos reais, que trabalharam arduamente, directa ou indirectamente, para me perturbar a existência se fodam à grande!

Termino então desejando a todos vós um Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

P.S. Não adoram o espírito que nos invade nesta época do ano?! Amo! :) 

Magia

Não é ilusão. Não se confunda magia com ilusionismo nem nunca cometam o erro de iludir alguém pensando que estão simplesmente a fazer magia, iludir é usar a mentira que é totalmente contrária à magia.
Magia é... é Amor, antes de mais e depois de tudo o resto. E Amor é magia. Mas há mais.

Magia é... tremer da cabeça aos pés num primeiro abraço, é sentir o sabor da paixão no primeiro encontro, é a soma de dois imperfeitos resultar em um perfeito, ou perto disso, porque não existe tal coisa chamada perfeição, é saber tão bem ou melhor o que o outro quer que o que nós próprios queremos, é ter prazer em dar prazer, é descobrir e experiênciar a dois, é querer o mesmo de forma igualmente intensa, é sentir-se completo apenas e só na presença do outro, é transformar qualquer momento em algo único pelo simples facto de estar com A pessoa, é entrega total sem limites ou barreiras, é viver e respirar como se de um só Ser se tratasse, é não precisar de dizer mas dizer igual só porque sim, é não precisar mais do que de um olhar, é não ter medos ou receios, é um conjunto de momentos que sabem sempre a pouco, é saber que há coisas que não se repetem nunca, é "correr" só para abraçar, é esquecer tudo o resto apenas para sentir, é dedicar cada segundo, é passar o tempo a pensar como ganhar e perder, é não ser resposta e desejar mais que tudo poder responder, é ser verdadeiro, é sentir-se incapaz de alcançar mas continuar a acreditar, é sonhar sem contar, é sentir sem partilhar, é sofrer sem mostrar, é abdicar de um pedaço do coração para que o outro seja feliz, é amar e ser amado e sentir que se pode viver para sempre apenas com isso, é partir com desejo de ficar.

Magia é... quando tem de ser, não quando queremos que seja e quando é, não restam dúvidas que é.

Quebrar o silêncio

E um dia havia de chegar em que do silêncio brotasse novamente uma palavra que derrubasse de vez o muro que se ergueu. E nesse dia, estava escrito, quase tudo seria diferente, muito diferente, mas de igual apenas se manteria o essêncial.

Esse dia chegou, não importa qual ou de quem foi a responsabilidade de lançar a semente à terra, importa que a semente só germina quando as condições se reunem para tal acontecer. A semente brotou, surgiu a palavra e o muro cedeu.
Há palavras que só agora se disseram, há um silêncio gélido de anos que foi necessário, para fazer crescer, para limpar os pensamentos, para romper com o que se sente.
Percebo agora que havia um peso que se carregava e que aliviou. Percebo que há certas palavras, que ainda hoje, fazem soltar as lágrimas ou esboçam sorrisos, que o coração acelera e a ansiedade surge. Percebo que há frases feitas e frases que foram feitas, ditas ou escritas, que são mesmo verdade.

Ver-te sem te ver, assim "crescida", assim mulher feita de tudo aquilo que em tempos pouca gente via, é um orgulho. Foi um caminho duro, eu sei... Mas foi o caminho necessário.
Se orgulho é uma palavra "pequena" para descrever o que se pensa? Possivelmente mas, sei que quase tudo é diferente, muito diferente... embora também saiba que nem tudo o é (mas isso daria um outro post que talvez demore mais uns anos a surgir! :)).


O essêncial...

...para ver com os olhos e entender com o coração. A não perder!
Como já escrevi hoje, uma história que todos os adultos deviam entender embora tenha imensa pena que muitos continuem apenas a ver com os olhos e esqueçam o essêncial.

Caso não tenham percebido já... sou fã!


Sabedoria Baluliana

Não gosto que os outros me façam o que eu faço aos outros.


P.S. Muitos há que vivem segundo este princípio.

Inspiracional

“Some people see things as they are and say why? I dream things that never were and say, why not?”
Robert F. Kennedy

“I hear you say 'Why?' Always 'Why?' You see things; and you say 'Why?' But I dream things that never were; and I say 'Why not?”
by George Bernard Shaw in Back to Methuselah

A frase que Bobby Kennedy frequentemente utilizava para rematar os seus discursos não é mais que uma variação de uma frase escrita por Shaw. Está assim explicado o ínício deste post.
Esclarecido este apontamento de cultura geral que apanhei na internet passemos então ao curto conteúdo desta publicação.

Hoje sinto-me assim mesmo. Farto de ouvir "why's" e cheio de sonhos a que gostaria de dizer why not. A verdade é que também me canso dos meus próprios "why's". Mas o que é insuportável mesmo é aguentar os meus e os dos outros em simultâneo.

Shaw parece que se deu bem com este pensamento, viveu até aos 94 e faleceu com uma falha renal depois de uma queda enquanto podava uma árvore... aos 94 ainda a podar?! Shaw, Shaw... aos 94 já não te devias aventurar. Caso para dizer "Que poda...".

Mas é também importante registar que Bobby não se deu tão bem. O seu último discurso foi rematado com três tiros que lhe tiraram a vida aos 42... assim, ao que parece, nem sempre resulta sonhar com o que ainda não aconteceu ou pelo menos não se deve fazê-lo e depois passar pela cozinha.


E agora algo completamente diferente

Algo completamente diferente.

Obrigado e boa noite.

Sócrates e justiceiro orgasmo nacional

Como tenho algum receio de me queimar gosto sempre de esperar que as coisas arrefeçam antes de me debruçar sobre elas. Bom... não será sempre assim mas é uma desculpa tão boa como outra qualquer para justificar apenas hoje falar da detenção do ano.

Pela primeira vez em Portugal um ex-Primeiro Ministro foi detido e formalmente acusado de crimes que a grande maioria do povo associa sempre a políticos e governantes. A serem provados os crimes e terminando este caso com a condenação de José Sócrates, existem duas leituras possíveis. Ou o Povo sempre tinha razão e finalmente a justiça ouviu as suas denúncias ou bem que é a aplicação da história do Pedro e do Lobo, tantas vezes o Povo berrou "Corrupção! Gatunagem! Bandido!" que alguma vez havia de ser verdade... só que desta feita as autoridades acudiram e entalaram o homem.

O enriquecimento espontâneo de um político e o ano sabático passado em Paris, vivendo à grande e à francesa, levantaram suspeitas às autoridades e motivaram a investigação. Estranho... políticos que aparecem do nada e se tornam "vozes de peso" no panorama nacional, que chegam sem "cheta" e ao fim de meia-dúzia de anos acumulam ricas subvenções com fortunas de origem incerta e lugares de destaque em administrações de empresas públicas e privadas, que vão "estudar", "trabalhar" ou simplesmente fazer turismo para o estrangeiro, não são assim tão difíceis de encontrar. Ou seja, por aqui nada de suspeito. Por outro lado, viver à grande e à francesa em Paris... parece-me perfeitamente normal. Já lá dizia o outro, em Roma sê romano.

Devo concluir que a investigação foi um tiro no escuro. Ou então foi encomendada.

- Não! Impossível! Quem faria uma coisa destas?! Nem pensar.

Pois. Também não me parece que haja encomendas deste tipo. As investigações e suspeitas devem existir. E não só sobre o Sócrates. Imagino que algures no país existe um arquivo de investigações e suspeitas a desbloquear apenas quando e se der jeito.
Primeiro alguém desbloqueou o caso dos Vistos de Ouro, deu bronca das grandes. o Povo nem percebeu bem o que tinha acontecido.

- Vistos de Ouro?! Ouro só o dos brincos da minha bisavô que passam de geração em geração. Não sei nada disso.

O certo é que detentores de altos cargos da administração interna foram dentro, o ministro saiu de fininho não fosse entalado também, o Portas ninguém o ouve, deve estar numa feira qualquer e de repente, antes que o "Zé" se lembrasse de procurar entender o caso dos Vistos de Ouro, alguém desbloqueou a investigação do "outro". Que ainda por cima até é referência (infelizmente, digo eu) para o actual líder da oposição. E que tinha tempo de antena no principal canal público.

- Bolas pá! Que mania da conspiração! Entretanto o tipo do SEF já está cá fora! Que mania que tu tens!

Realmente... Digo em minha defesa que não gramo o tipo. Mas também não levem por parvo.
Dos amigalhaços de governo do actual Presidente da República Duarte Lima parece ter sido o único entalado. Dias Loureiro anda a banhos algures em Cabo Verde ou coisa assim... já deve estar preto ao fim de tanto ano. O próprio PR e a sua filha tiveram uma sorte danada a ganhar fortunas em investimentos relâmpago. Todos eles estiveram demasiado próximo do BPN / BPP. Que suspeitas os casos levantaram? Que investigações foram realizadas?
Os submarinos e Portas? está bem que o homem é magro... mas daí a conseguir passar sempre pelo intervalo da chuva. Para isso já é preciso ser artista de circo.
O actual PM e a Tecnoforma? "Népia"... Nada... "Nicles".

De repente surgem os Vistos de Ouro e ninguém sabe de nada. Foi o recepcionista. ele sozinho mexia a cena toda. Pronto, mais uns quantos altos quadros do estado. O ministro saiu por vergonha. Não que fosse o responsável máximo e que deveria ter controlo e conhecimento sobre tudo o que se passa na sua pasta. Não. Foi apenas vergonha.
Mesmo assim o caso é "grande" demais para tentar abafar com uma simples demissão.
E em Roma sê romano, mais uma vez se aplica. O que faziam os imperadores romanos quando o Povo começava a abrir os olhos? Deitavam um cristão aos leões.
Assim seja. O "cristão" ainda nem foi comido e já o povo se masturba difundindo inúmeros textos, fotos, mensagens de felicidade, notícias e piadas por todo o lado.

Meus amigos, espero que a justiça funcione. Neste como noutros casos. E caso o Sócrates seja culpado de algum ilícito espero que seja punido exemplarmente.
Com já disse, não gramo o tipo, como não gramo outros. Mas também não festejarei a detenção deste ou daquele quando tenho perfeita consciência que o "gang" é muito maior e continua à solta.
Não é por ver os "leões" comerem um ou outro "cristão" que me fazem mais feliz. 


Será que ainda te lembras?

Das primeiras conversas envergonhadas?
Do primeiro abraço virtual?
Daquele primeiro encontro de fim de tarde?

Será que ainda nos lembramos de tudo aquilo que um dia foi importante?

Mentiras e Omissões

Com o auxílio do meu bom amigo priberam.pt começo por transcrever a definição das duas acções em causa.

o·mis·são
substantivo feminino
1. Acto ou efeito de omitir.
2. Lacuna, falta, silêncio.

men·ti·ra
substantivo feminino
1. Acto de mentir.
2. Engano propositado. = FALSIDADE
3. História falsa. = PATRANHA, PETA, TANGA
4. Aquilo que engana ou ilude. = FANTASIA, ILUSÃO

Aparentemente as definições das duas palavras em nenhum ponto se tocam excepto no facto de ambas constituirem um acto. Do ponto de vista semântico estamos conversados. A omissão carece do estigma negativo de que a mentira está carregada.

Mas numa análise mais lata, podemos considerar que a omissão se resume a uma mentira quando o acto é premeditado?
Pela definição acima o engano propositado é sinónimo de falsidade e definição de mentira. Avançando por este caminho entendo que, uma omissão pode provocar o engano de quem é privado da informação, diria mesmo que provocará sempre o engano da pessoa, dado que se torna detentor de uma informação incompleta, de uma verdade "manca". Desta forma, se a omissão é premeditada, então também o é o engano consequente tratando-se assim de um engano propositado que pela definição acima constitui uma mentira, uma falsidade.
Assim sendo, uma omissão constitui o acto de mentir sempre e quando o acto é propositado. Parece-me que posso, sem risco de estar a ser incorrecto ou injusto, assumir isto mesmo.

A diferença está na intenção, na forma como conscientemente ou incoscientemente omitimos. Mas podemos omitir premeditadamente sem que estejamos a mentir?
Pelo exercício acima a resposta é só uma. Não.

Mas mais uma vez sejamos mais abrangentes na análise. Haverá casos em que a omissão propositada seja apenas uma forma de mentira piedosa? E será uma mentira piedosa melhor do que uma mentira não piedosa?
Eu diria que não. Não há mentiras melhores e mentiras piores. Não piedade numa mentira, nem numa omissão propositada.

Mas não se pense que defendo a não utilização de cada uma destas formas. Nada disso. Tudo depende das pessoas envolvidas e do objectivo final. As únicas situações em que admito a omissão ou mentira são, a preparação de um facto surpreendente ou chocante e a privação de informação a um desconhecido ou a uma pessoa em que não confiamos, ou seja, um acto de legítima defesa.
Assim de repente... é isso. As restantes situações representam para mim actos injustificáveis de total desrespeito. Principalmente quando praticados entre amigos.

P.S. Poderão existir mais situações em que a mentira ou a omissão propositada não sejam negativas mas não me recordo de nenhuma. Fica a nota de rodapé para o caso de alguém se lembrar de mais alguma.

Dia de apoio das pessoas casadas com alguém do signo Escorpião?!

Segundo a equipa das manhãs da Comercial hoje é dia de apoio às pessoas casadas com alguém do signo Escorpião... Desculpem?!
Ok, ok... já alguém aturou alguém do signo Touro?! Porque é que o Escorpião é assim tão mal visto?
Poupem-me...

Eu sei, e conheço, alguns "bons" espéciemes do signo em causa mas também me conheço a mim, exemplo claro de que nem tudo resulta do signo. Mais difícil do que conviver com alguém no dia a dia é viver na pele do próprio sem ter um minuto de descanso. Falo, portanto, com conhecimento de causa e, parcialidades postas de lado, até não me parece complicado lidar com Escorpiões.

Claro que a simplificação da personalidade ou perfil de cada um que se faz ao catalogar as pessoas com um signo resulta em erros óbvios. Nem todos os Escorpiões são iguais, como nem todos os Touros são iguais... ou serão? (Touro ou outro qualquer signo... tenho "estima" por este, só isso).

Reconheço que há uns mais "Escorpiões" que outros. Já lá dizia a minha saudosa amiga Paulinha "Tu cala-te, que tu não és um Escorpião verdadeiro." e acreditem, isto era um grande elogio vindo de quem acreditava que ter signo de Escorpião era ser "abençoado" com os piores defeitos existentes.
Não defendo signos, como não defendo catalogações vagas e simplistas. Defendo atitude e personalidade. Somos não o que a disposição dos astros na data e hora de nascimento dita mas sim o que queremos ou podemos ser. O que a vida faz de nós. O que os outros conseguem que nós sejamos.

Existem traços comuns? Pois claro. Existem traços comuns em irmãos criados no mesmo ambiente, em pessoas nascidas numa mesma cidade ou bairro, em naturais de determinado país mas apenas e só porque o ambiente também nos molda e quando o ambiente é comum a vários indivíduos é natural que daí resultem traços de personalidade semelhantes.

A descrição dos signos é suficientemente vaga para que se possa aplicar a milhões de pessoas. Por outro lado, é tipicamente uma descrição positiva. Quem é que não se revê em palavras como  "a pessoa do signo X é inteligente, perspicaz, energética e proactiva." Se aplicarmos descrições semelhantes a qualquer signo iremos concluir que a besta com quem lidamos diariamente, capaz de cometer os erros mais idiotas, que adormece no posto de trabalho e se está a borrifar para as suas responsabilidades tornando-se aos nossos olhos insuportável é uma pessoa inteligente, perspicaz, energética e proactiva. Começarei a respeitar mais essa pseudo-ciência dos astros quando vir escrito "os nascidos sob o signo de X são uns filhos da puta acabados capazes de vender a própria mãe. Mas espertos e deicados no seu caminho de lixar a vida ao próximo." ou mesmo "os nascidos sob o signo de Y... dasse... mas haverá gente mais porca e trafulha?! Roubam e enganam tudo e todos com uma mestria ímpar.".
Como é evidente, qualquer teoria mais ou menos profunda que procura agrupar indivíduos atribuindo-lhes características semelhantes falha, na prática, pela diversidade de factores que nos tornam, a cada um de nós, únicos e irrepetíveis.

Dito isto... conviver com um Escorpião... não sei se é fácil ou não. Mas procuro e procurarei sempre que, para os meus amigos e colegas, seja agradável ou pelo menos não seja desagradável conviver comigo.

E sim, sou teimoso, não gosto de ser contrariado, gosto do sabor da vingança, frio de preferência, sou orgulhoso em excesso, etc, etc, etc...
Mas também sei, e quem me conhece sabe, o que estas características valem quando comparadas com o que sou capaz de fazer para ajudar o próximo.


Querida Maria, será que devo ter dúvidas em optar pela Noruega?!

Numa breve pesquisa de anúncios de trabalho disponíveis pela Europa fora foquei a minha atenção nos países nórdicos.
Fiquei quase com pele de galinha quando encontrei duas ofertas dentro do meu perfil onde se prometem 6 semanas de férias anuais, cheques de refeição e um salário que varia entre um mínimo de 3.800,00€ e uma máximo de 4.800,00€... tudo isto num país do primeiro mundo!
Já estava animado quando decidi observar as ofertas naquele que tem a fama de ser o melhor país do mundo para se viver. Aí não fiquei com pele de galinha, quase tive um orgasmo... 7.000,00€ mensais, em Oslo, cidade cujo custo de vida é pelo menos 150% superior ao de Lisboa mas onde os habitantes têm um poder de compra cerca de 75% superior aos habitantes de Lisboa.

Hoje em dia a um profissional na minha área, com alguma experiência, é oferecido um salário de 1.000,00€?! Vá... com sorte 1.500,0€ mensais, ilíquidos, com a promessa de uma excedente de horas de trabalho inacreditável, 22 dias de férias, sistema de saúde miserável, educação igualmente "boa", justiça enfim... terá igualmente a garantia de acordar todos os dias num país caótico onde a corrupção e a injustiça dominam.
Tem ainda de pagar IVA a uma taxa brutal, IRS a uma taxa brutal, IMI inacreditável, IUC absurdo e muitos outros "roubos" escandalosos.
Por fim, está sujeito ao lema "devemos agradecer pelo menos ter um emprego"...

Confesso que iniciei pesquisa de custos de viagem, alojamento, de alimentação e sinto-me realmente tentado a arriscar-me a ser feliz. Ou não... Ou sim... bolas... tirando o frio... mas eu até sou calorento!

Arrumações

Certamente já passaram por aquela situação de andarem semanas ou mesmo meses a olharem para uma gaveta, um armário ou mesmo uma divisão da casa que deviam arrumar mas, por pura preguiça, não o fazem até se atingir um estado caótico tal que é impossível continuar a adiar.

Pois é precisamente aí que necessito que se coloquem. Começam a arrumação, lenta e dolorosamente. O ínício penoso quase sem esperança de um dia vir a terminar. Começam a esvaziar o local, a seleccionar o que fica e o que vai. Encontram os mais variados objectos, papeis e documentos quase históricos que já não imaginavam que existissem. Enchem sacos. Sacas. Camiões. Ganham energia e motivação. Eleva-se o ritmo.

E, de repente, surge aquele objecto que procuraram durante dias a fio, que tanta falta fez e que não sabiam onde estava. Não é uma sensação óptima?! Adoro!

Mas melhor ainda é encontrar aquele objecto que procuraram durante dias a fio, que não fez nem fará falta alguma, mas que vocês adoram. Uma daquelas inutilidades que compramos de tão gira que é! Sei lá! Super fofucha! Não é melhor sensação ainda?! Adoro!

Para concluir. Após a arrumação, seleccionam cuidadosamente o local onde vão "esconder" de novo a inutilidade para que possam, numa próxima arrumação de emergência, passar pela mesma sensação de euforia. Adoro!

P.S. Não raras vezes, após a euforia do reencontro, penso "Mas para que é que eu quero esta merda?! Só está aqui a ocupar lugar... Lixo!". Adoro!

Gotículas

E eis que no país das maravilhas surge um surto de Legionella.
Os governantes já deviam estar preocupados dado que o país que está sempre na frente de tudo o que é mau (e do que é maior do que qualquer coisa que já exista) não teve registo de qualquer caso de ébola. Nem um. Nem que fosse o maior caso do mundo e quem sabe da Europa já teria sido "bom" para estarmos mais uma vez nas gordas dos meios de comunicação internacionais. Mas não... Também era chato estar a brincar com uma doença tão letal. Talvez por isso um surto de Legionella tenha sido o que de melhor se arranjou para colocar o país de novo nos trilhos do terceiro mundo.

Por sorte o surto não teve o seu início durante as festas do Colete Encarnado... por sorte ou por saber, dado que a bactéria é aquática e não "vínica" ou "cervéjica" e possivelmente não encontraria um bom ambiente para se propagar durante as festas.

O aparente descontrolo da situação levanta o véu sobre o que seria este país exposto a uma epidemia do estilo ébola... era o pessoal a viajar para todas as regiões e mais alguma a espalhar as suas secreções por comboios, autocarros, aviões, estações de serviço e shoppings.
Estou mesmo a ver o pai de família tuga com mulher e descendentes a esvairem-se em sucos contaminados nos wc's das mais que muitas grandes superfícies comerciais que minam o nosso país e os governantes a olharem para o cenário e a pensarem "O guito já tá no offshore... mas como é que eu me transfiro a mim e à minha família para lá?!".

A incapacidade de identificar a fonte de contaminação é inaceitável e faz-nos perceber ao que estamos expostos.
Existem 180 casos identificados, três freguesias onde as contaminações, aparentemente, tiveram lugar e eu pergunto... quantas torres de refrigeração, lagos ou fontes, espaços públicos onde a contaminação encontre ambiente propício existem nas três freguesias? Qual será a dificuldade de estabelecer o histórico dos dias anteriores aos sintomas das 180 pessoas infectadas até ao momento? Haverá capacidade das entidades oficiais para lidar com este tipo de situações? E o comum dos mortais, estaremos nós portugueses preparados para lidar com epidemias?!
Hummm... vou ali à Noruega e já volto, lá para 2080...

Num dia como o de hoje, as inúmeras gotículas que se apresentam no ar deixam pouca probabilidade de não serem inaladas... estou preocupado. Haverá legiões de legionellas espalhadas pelo céu da grande Lisboa? Se sim, espero que se concentrem em grande número no treino do benfica... não desejo mal nenhum a ninguém... mas umas ligeiras disenterias com crises mais agudas à hora dos jogos não me pareciam mal.

P.S. Atenção, nada de mortes em consequência. Apenas justiça no campeonato nacional. Por falar nisso, deixo aqui uma sugestão ao clube de Carnide. Atentos, que eu não duro para sempre e é uma ideia vencedora. Um cartão. Descontos em transportes e combustíveis. Nome - "Colinho". Obrigado e boa tarde.

Parabéns Ricardão!

E neste dia, que se quer de festa, haja ou não motivo para tal, decidi partilhar com vocês qualquer coisa de arrepiante!
Então vá lá. Parabéns ao Balula cujo juízo é inversamente proporcional à idade! Divirtam-se com este tesourinho e sejam felizes...

Qualquer semelhança com a realidade é pura, mas mesmo pura concidência! Ou não...


 

Pai, tu fumas?!

A pergunta já não era original mas escorreu da sua boca, palavra por palavra, como se temesse a resposta. "Mas porque perguntas? Não falámos já disso?" "Sim pai. Mas eu não percebi... Tu fumas?"
Retorqui novamente, procurando atalhar caminho para o fim da conversa mas estava decidida a ter uma resposta "Mas tu fumas?".
É nestas alturas que aquela personalidade forte numa criança de oito anos nos encosta à parede e desejamos que, por um momento só, regresse à inocência de bebé para que a possamos iludir com facilidade mas é tarde demais... não há fuga possível.

Respondi calmamente "Sim, fumo de vez em quando, mais quando estou com os amigos.". Nessa altura o beicinho instalou-se na sua cara de princesa e atirou já com os olhos inundados e a mágoa nas palavras "Estás a mentir-me!".
Desarmado, de coração a quebrar, tentei defender "Mas nós já falámos disso... expliquei-te..." "Mas eu não percebi... Tu estás a mentir-me! Tu não fumas! Tu nem tens tabaco!".
Sentei-a no meu colo, os seus olhos não tocavam os meus e as lágrimas escorriam num rosto de criança magoada. Senti a dor, o medo que a arrasava e me arrasou a mim.
"Meu amor, não te estou a mentir. O pai explicou..." interrompeu-me repetindo a cada intento meu de prosseguir "Mas fumar faz mal!"

Não é possível argumentar. Efectivamente tem toda a razão. Efectivamente Fumar é um acto muito pouco inteligente. Mas a maior preocupação não era desculpar-me ou justificar o injustificável. A maior preocupação era conseguir retirar-lhe do pensamento o medo evidente do mal que o tabaco me pode fazer.
Não acredito que o tenha conseguido fazer... é inteligente demais para poder esquecer ou ignorar os perigos.

Enquanto pai foi, sem dúvida, uma das experiências mais duras que tive. Senti que magoei a minha princesa, o meu maior amor... bolas... conseguem imaginar o que custa?

Coisas avulso e outras coisas que tal

Reparem bem que já se passaram dois dias e eu ainda não escrevi qualquer post sobre o jogo do Sporting de terça-feira... ou deverei dizer roubo do Sporting de terça-feira? Mas também não é isto que me traz aqui agora.

Na verdade não tenho assunto hoje. É isso... mas apetece-me escrever, só não sei o quê. Podia pegar no tema do jogo só que não quero estar a remexer na merda.
Podia em alternativa falar do orçamento de estado para o próximo ano, mas pelo motivo exposto na hipótese anterior também não me apetece,
Já pensei também abordar o Verão fora de tempo que parece ter-se instalado no país, mas é de certa forma um tema de quem não tem tema... bem vistas as coisas é o meu caso... não, deixa lá isso!
Posso descrever o magnífico pôr-do-sol a que assisti hoje ali para os lados da Torre de Belém e que me rendeu umas belas fotos mas isso resolve-se com uma foto e nenhuma palavra extra e isso já têm aí em baixo do lado esquerdo... mesmo por baixo do índice de posts... mais para baixo... isso, aí!

Peço-vos um pouco de paciência. Só um bocadinho enquanto eu dou voltas à cabeça a ver se saco da cartola um coelhinho de inspiração que me permita despejar umas quantas baboseiras e aliviar este meu desejo de escrita. Só cinco minutinhos... obrigado. Fiquem então com a abertura do Lago dos Cisnes de Pyotr Ilyich Tchaikovsky em toque polifónico.

Com os olhos no horizonte cor de labaredas que une o azul do céu ao espelho de mar passaram-me pelo pensamento inúmeras ideias...

Hummm... só mais um bocadinho por favor. Enquanto isso podem ouvir uma musiquinha em toque polifónico da La primavera de Vivaldi.

Vocês já repararam naquelas mensagens que surgem nos status das pessoas no Facebook pedindo que os amigos façam like ou que partilhem ou que deixem escrita uma palavra e que tem por objectivo saber quais os amigos que realmente ligam ao que essas mesmas pessoas publicam? Será que a pouca adesão resulta em suicídios?

Não está lá... teria algum potêncial mas não é isto... Obrigado por aguardarem. Se desejarem continuar em espera primam a tecla 1. Para deixar o vosso contacto e serem contactados num prazo de 48 horas primam a tecla 2. Caso tenham premido a tecla 1 podem continuar a disfrutar da musiquinha polifónica agora com a 6ª Sinfonia de Beethoven em fá maior também conhecida por Sinfonia Pastoral. Prometo ser breve.

Várias são as vezes em que nos balanços e balancetes me questiono quem são as pessoas a quem faço falta. Menos vezes me pergunto quem são as pessoas que me fazem falta. Ultimamente tenho-me debruçado mais nesta última questão existêncial e devo dizer que, após longo e complexo raciocínio, cheguei à conclusão que são...

Não. Caminho errado. Isto seria como correr à volta do Marquês, todo nu, durante a hora de ponta. Não me vou expôr desta forma.
Está complicado, hein?!
Deixo-vos agora com o primeiro movimento do concerto de piano nº 24 de Wolfgang Amadeus Mozart. Mais uma vez em toque polifónico. Obrigado.

Em que é que tu reparas primeiro quando conheces uma mulher (ou um homem, dependendo se a pergunta for colocada a uma mulher)? Certamente já se depararam com esta questão por mais de uma ocasião. Pois eu reparo nos olhos, no sorriso e nos pés, caso estejam a descoberto. A minha preocupação com os pés já a tinha revelado neste post.

Repetição! Não vale a pena. Falta-me o soro literário, o espremedor do sumo do pensamento, a musa inspiradora, as Jamágides (assim uma espécie de tágides do Jamor), a lua e o sol, o brilho nos olhos, a esperança e a alegria. Resta-me deixar para amanhã, ou depois. Resta-me esperar que o motivo surja alinhado com tudo o resto para vos poder oferecer o que de melhor consiga encontrar.

Caros leitores os nossos serviços de atendimento encerraram. Pedimos desculpa por não ter sido possível escrever nada de jeito em tempo útil. Por favor tentem novamente amanhã... ou um dia destes. Deixo-vos com Adagio for Strings de Samuel Barber, em toque polifónico. Obrigado.



Sabes...

...a vida dá muitas voltas, voltas a mais em tempo de menos.

Sabes... nestas voltas não são raras as vezes que ficamos de cabeça para baixo, de costas voltadas, torcidos e retorcidos em nós difíceis de desatar.

Sabes... nada podemos fazer para evitar estas voltas e mais voltas, estamos neste carrossel e não podemos, nem devemos, dele sair.

Sabes... nestas voltas e mais voltas podemos, e devemos, facilitar o desatar de nós, o voltar a ficar de cabeça levantada, o ficarmos frente a frente, olhos nos olhos.

Sabes... as voltas e mais voltas são mais simples de suportar quando estamos entre amigos, quando não largamos o que nos faz bem.

Sabes... nestas voltas e mais voltas não se ganha com excessos e injustiças, não se ganha com orgulho irracional, não se ganha nada com esconder o que pensamos ou sentimos nem com o disfarçar a realidade.

Sabes... estas voltas e mais voltas podem até tornar-se um divertimento basta para isso assumir que é o nosso percurso e levar connosco quem realmente queremos levar.

Sabes... Podemos enfrentar as voltas e mais voltas de frente ou esconder-nos atrás do cavalhinho de papel.

Sabes... a forma como queremos viver estas voltas e mais voltas depende apenas de uma pessoa, de nós próprios.

E então? Queres viver de olhos abertos neste carrossel ou preferes continuar a ignorar as suas voltas e mais voltas?


Conversa entre dois bebés

- Gôdo!
- Gôdo não, fôte!
- Fôte tu, gôdo de mêda!

O que são 8 bifes?

1 Byfe!

(Piadinha de informático mas muito boa por sinal)

Qual é o nome de um GPS fabricado pela Apple em parceria com o Tony Carreira?

iDestino

- Bais à festa?

- Não...
- Espero que o Drogba.

De coração cheio!


O Porto e arredores trazem-me a infância. Os tempos em que os meus avós viviam na Maia e tinham uma pequena mercearia em Leça. As férias passavam quase sempre por uma visita ao norte.
Lembram-me as birras na tentativa de impedir as saídas ao cinema ou para jantar dos meus pais. As fancesinhas e o sabor da pronúncia do norte. As mousses Alsa da minha avó. A praia de Leça, a palmeira do jardim dos meus avós. Os amigos de antes e os de agora, os que já partiram e aqueles com que espero contar durante muitos anos.
Lembram-me o meu avô e as saudades que tenho dele.

Depois de alguns anos, bastantes, de "afastamento" da Invicta novos ou reatados laços de amizade trazem a cidade para mais perto e há muito que tenho para descobrir.
O sábado passado fica marcado como o início da descoberta.

É certo que a cidade não se esgota num jogo de futebol mas, no sábado, foram os 90 minutos de bola que serviram de pretexto para regressar ao Porto.
24 anos atrás viajei sozinho de autocarro até ao Porto para assistir, pela primeira vez ao vivo e a cores, a um clássico Porto - Sporting. Estádio das Antas, 25 de Novembro de 1990, entrei com o meu avô, bancadas sem cadeiras onde cabia sempre mais um, passámos o jogo de pé porque era impensável sentar. Entrei no topo do estádio e a bancada parecia completa, apertámo-nos numa das filas de topo mas, aos 15 minutos de jogo, já tinhamos sido arrastados para o meio da bancada.
Nem dei pelo tempo passar. Saí triste de morte... com dois golos o meu clube saiu vergado das Antas. O meu avô, simpatizante do FCP, disse-me "Hoje também fico triste porque preferia muito mais que o meu neto tivesse saído daqui feliz."

No sábado saí de Lisboa com as mesma borboletas na barriga de há 24 anos, mesmo já tendo visto dezenas de jogos desde então.
Desde do acordar até ao ao deitar, mais de 650 kms percorridos, reencontro com os amigos e o regresso à casa do FCP para ver o meu Sporting.
Como já disse em vários locais e repito aqui, senti-me em casa. O companheiro de viagem, os amigos que nos receberam tiveram por certo toda a responsabilidade nesse sentimento.
Também o resultado final do jogo garantiu que me sentisse ainda melhor, tenho por isso que elogiar o grande empenho da equipa do Sporting. Os jogadores deram tudo, a equipa técnica revelou muita qualidade, inteligência e conhecimento, os adeptos estiveram incansáveis no apoio e por isso também me senti em casa. Este é o meu Sporting, é este o caminho, é este o meu orgulho.
Mas não é pela vitória em si que me sinto assim. Reconheço que é óptimo vencer. Reconheço que estou contente e orgulhoso mas os meus pés continuam a tocar o chão. Seria pouco inteligente não o fazer. Não confundam este orgulho com a arrogância de quem acha que já ganhou tudo. Há coisas que não se explicam, sentem-se. E o Sporting sente-se.

Não posso, nem quero terminar esta pequena partilha sem ser justo para todos aqueles que, sendo adeptos do FCP, nos receberam em "sua casa". Devo dizer que o Estádio do Dragão me encheu as medidas. Belíssimo. Um enquadramento com a cidade e o rio fantástico, uma estrutura bem pensada e elegante onde sabe muito bem ver um jogo. Confirmei a opinião que tinha que era apenas fundamentada no conhecimento do exterior do estádio. É sem dúvida o mais bonito estádio português (ainda não conheço o estádio de Braga e posso estar a cometer um erro mas assumo os riscos).
Quanto aos adeptos, no geral, não notei diferença para o comum dos adeptos que conheço de Alvalade. Isto leva-me a crer que as "guerras", "ódios" e comportamentos incorrectos serão exclusivos de uma pequena minoria, que, por azar de todos nós, conseguem ter mais visibilidade e poder do que a restante maioria dos adeptos.



Voltando a culpar as estrelas

"As he read, I fell in love the way you fall asleep: slowly, and then all at once."
in Fault in our stars de John Green

É uma frase com que me identifico mas penso que não é apenas quando nos apaixonamos ou enamoramos que o fazemos de forma semelhante ao adormecer. Talvez a comparação seja mesmo mais correcta quando falamos no processo inverso ao apaixonar.

Quem não teve já que esquecer uma paixão? Quem não se perdeu de amores platónicos por alguém que não sabia sequer da sua existência? Quem é que não foi preterido por alguém cujo amor acabou mais cedo do que o seu? E o trabalho de esquecer essas pessoas?
É exactamente isso... lento e penoso durante algum tempo mas depois... all at once!
No fundo é adormecer de uma realidade que nos esgota e atingir o descanso merecido. Lá está... metáfora perfeita quanto a mim.

Bons sonhos!

Para vocês um nome e um título...

Jennifer Rush e Power of Love!

Pré-requisitos deste post - não me perguntem como raio me fui lembrar disto agora ou como caraças fui tropeçar nesta delícia dos anos 80.

Vamos lá então... estive na dúvida se deveria escrever o que fosse dado que nada melhor do que observar o videoclip... delícioso... absolutamente 80's. Desde da cabeleira com um volume sobrenatural até ao walkman manhoso passando pela indumentária e pela pseudo-história num qualquer armazém abandonado onde os gangsters desenvolvem a sua actividade.

Adoro a colecção de óculos e os chumaços tão anos 80 que faziam qualquer um parecer jogador da NFL. E não deixo de apreciar a capacidade que Rush tem de passar quase 80% da música num tom tão alto que consegue colocar em sentido toda e qualquer pilosidade que tenhamos no nosso corpo.

Enfim... estou aqui com os pelos do... hummm... ficamos mesmo por aqui. Divirtam-se!







Closer

Uma outra sugestão e um novo agradecimento ao Time 4 Popcorn, Closer, do "distante" ano de 2004.
Corro o risco do mundo inteiro já ter visto este filme mas eu só vi agora e, de qualquer maneira, vale sempre a pena rever.

Para começar uma banda sonora com uma música daquelas que se sentem no mais fundo do nosso ser, Blower's Daughter de Damien Rice. Só por isso já vale a pena.

Quanto à história... é uma costura dos episódios essênciais da interacção de dois homens e duas mulheres. Somos poupados a muitos dos detalhes, possivelmente desinteressantes, do que acontece pelo meio. Numa sequência que nos deixa ligeiramente perdidos ao primeiro salto temporal mas que no decorrer do filme começamos a perceber. Tem os seus twists e as suas surpresas mas acima de tudo explica-nos onde a mentira e a verdade nos podem levar.

Não disfarça a inspiração numa peça de teatro com o mesmo nome escrita por Patrick Marber. A teatralidade de algumas cenas e da representação dos actores é notória o que torna o filme bastante distante das normais produções cinematográficas e mesmo de outras  adaptações ao cinema de peças de teatro.

Os diálogos são fundamentais, certamente pela sua inspiração teatral, e registei algumas passagens que continuam a passear pela minha cabeça.

"Lying is the most fun a girl can have without taking her clothes off... but it's better if you do."

"Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words."

"No one will love you as much as I do. Why isn't love enough?"

"You never leave someone you love."

"What's so great about the truth? Try lying for a change, it's the currency of the world."

"Depressives don't. They want to be unhappy to confirm they're depressed. If they were happy they couldn't be depressed anymore. They'd have to go out into the world and live, which can be depressing."

"Because I'm addicted to it (truth). Because without it, we're animals. Trust me."

"- I don't wanna hurt you.
- So why are you?"






Se tens alguma coisa para dizer...

...diz!

Esta é uma máxima que procuro seguir com aqueles que me são mais queridos mas... vejamos o quão paradoxal isto pode ser.

Imaginando que a pessoa Y e a pessoa X têm algo a dizer uma à outra, no entanto, X deixa, sem qualquer razão aparente, de dizer o que tem a dizer a Y e esta, por consequência, deixa de procurar X.
Estamos perante uma situação de bloqueio sendo que, X mesmo que tenha qualquer coisa a dizer a Y não diz e Y, que também tem qualquer coisa a dizer a X, não cumpre a regra porque, legitimamente, entende que X se deve justificar em primeiro lugar.
Complexo!

Em programação estas situações são designadas de Dead Lock e resulta no bloqueio total do processamento. Resta abortar a execução do programa ou, em casos extremos, utilizar a solução DVL mais geral (Desliga e Volta a Ligar) que tantos e tantos problemas resolve (Dica importante para qualquer questão tecnológica!).
No reatar do desenvolvimento o programador deve identificar e corrigir a origem do Dead Lock de modo a garantir o correcto funcionamento da aplicação.
Novo lançamento da aplicação corrigida não resultará no mesmo erro desde que a memória não seja persistente. É essa a grande vantagem das máquinas em relação aos seres vivos, é que as máquinas não têm memória persistente, quando se desligam esquecem praticamente tudo o que viveram (claro que não é bem assim porque senão andávamos sempre a recomeçar o trabalho, existem dados que são gravados de modo persistente o que nos permite reiniciar o trabalho no ponto em que o deixámos).

Quando se trata de pessoas não há DVL nem limpezas de memória que nos salvem (a não ser em casos que ninguém deseja ver acontecer). Por este motivo o Dead Lock humano é bem mais complexo. É complexo de desbloquear. É complexo de corrigir o motivo que a ele conduz. É complexo de esquecer ou ignorar.

Não existe solução? Existe sim. Não devemos esquecer que se temos a aparente desvantagem em relação às máquinas de não poder realizar um reset de memória, temos em relação a elas a enorme vantagem de poder usar o nosso bom senso e o nosso coração.
Temos a vantagem de poder ser imprevisíveis, inteligentes, corajosos, sensíveis, humildes e outras coisas mais que nos permitem, caso assim o entendamos, resolver os Dead Locks da vida com uma conversa.

Pensem nisso. Ou não...

Atentamente,
O vosso serviço de helpdesk gratuito.



Sex tape

Olá minha gente! Olá?! Hummm... Quer-me parecer que a minha gente não existe... Triste e dura realidade a deste meu cantinho, incapaz de causar reacções ou interacções do meu pequeno grupo de leitores que nem consigo quantificar.
Mas não vou estou a chorar sobre uma realidade que eu próprio alimento.

Queria hoje partilhar mais um filme que vi e agradecer ao bendito Time 4 Popcorn que me está a proporcionar algumas sessões de cinema mobile.

Desta feita filmezinho capaz de preencher uma tarde de domingo, levezinho, bem disposto, que nos arranca uma ou outra gargalhada... bem... gargalhada talvez seja excessivo, um sorriso mais rasgado talvez.
Sex Tape, com Cameron Diaz e Jason Segel conta a história de um casal que decide gravar um home video com o objectivo de animar a sua vida sexual. A coisa devia morrer por ali não tivessem eles usado para o efeito um iPad. E isto traz a parte interessante do filme (para além da parte de ver a Cameron despida) e a lição para muitos dos utilizadores das tecnologias e, principalmente, dos utilizadores de produtos Apple.
É que muita gente não tem noção do que é partilhar ficheiros, fotos, vídeos e outras coisas que tais em redes "abertas". Não têm noção que não é uma password que protege de forma totalmente eficaz as nossas partilhas ou a nossa intimidade.

Assim sendo, vejam o filme e metam na cabeça que a grande cloud que tantos benifícios traz, que tantas facilidades nos oferece não deve ser usada sem as devidas precauções.

Do safe sex, use an old VHS Camcorder.

Pain demands to be felt

Muitos meses depois de ter lido o livro e alguns meses depois da estreia do filme vi, finalmente, Fault in our stars e recomendo.

Como poderia eu não recomendar um filme que nos faz transpirar sentimentos?! É a minha cara! Bom... confesso que esperava um pouco mais sofrimento, já vi outros filmes do género que exploram mais esse meu lado masoquista, mesmo assim está num bom patamar.
Tenho estado mais desperto para estes temas das doenças terminais, sempre me fascinou o mas, ultimamente, vá-se lá saber porquê, ando mais "ligado" e este filme veio na altura certa. Não sendo brilhante em nenhum ponto de vista é consistente e coerente no seu nível médio, doseando os "momentos lágrima" de forma que considero demasiado sensata. Perde por isso, porque não me embalou para um momento único em que toda a dor é concentrada e despejada em nós.

Mas toca um tema brutal. Com um ponto de vista e com uma linguagem que, felizmente, não me é familiar. O ponto de vista do condenado à morte. A linguagem de quem trata a dor por tu. As preocupações de quem se despede. A noção de tempo de quem não sabe quanto tempo tem.
Vale a pena ver.

E deixo um exercício... e vocês, se estivessem condenados à morte, quais seriam as vossas preocupações?






Morrer com dignidade

Brittany Maynard, de 29 anos, é uma norte-americana que descobriu em Janeiro deste ano que padecia de um cancro cerebral. Em Abril, depois de um crescimento exponêncial do tumor, foi-lhe comunicado que lhe restavam 6 meses de vida.
As consequências do avanço da doença levariam a jovem americana a um nível de sofrimento imenso, agonizando até à morte com dores que possivelmente os medicamentos não serão capazes de travar. Consciente do caminho a percorrer Brittany mudou-se para um dos 5 estados norte-americanos onde é possível solicitar o direito a uma morte com dignidade.
Tem data de morte marcada para 1 de Novembro próximo caso a doença não se atencipe.

Em Portugal, assim como na grande maioria dos países, a eutanásia não é legal e chega a ser assunto tabu. Existe, no entanto, a figura do testamento vital (para quem desconhece pode consultar mais informação aqui).
Embora me pareça muito pouco para permitir a defesa do direito à dignidade em todo e qualquer momento da vida de uma pessoa é um passo importante no sentido de permitir que qualquer indivíduo decida sobre temas que só a ele lhe dizem respeito.
Muitos dirão, "A eles apenas, não! E a família? E os filhos? E os pais? E os cônjuges? E os amigos?". Sim. Concordo que as decisões sobre a vida ou a morte tocam a mais pessoas que a própria, mas como muitas outras coisas cabe a cada um lidar e decidir, tendo em conta a opinião de quem quiserem, analisando o como e quando da mesma forma que analisam em muitas outras decisões que também podem influenciar as pessoas em seu redor.

A opção pela própria morte pode parecer um acto egoista de quem sabe que vai sofrer mas, pensando friamente, não seremos muito mais egoistas impedindo alguém que quer partir de o fazer? O que ganhamos com manter uma pessoa em sofrimento intenso muitas vezes privada da sua dignidade?
Há tantas situações em que é importante defender a vida e assobiamos para o lado e numa situação diagnosticada, cientificamente traçada e perfeitamente definida pretendemos fintar o destino em busca de um milagre que por certo não acontecerá. Lutar pela vida sim mas não contrariando o direito a decidir de cada um de nós.

Aliviando a questão... estive a dar uma vista de olhos ao formulário do testamento vital.
Para além da identificação do próprio podemos indicar um procurador de saúde. Suponho que seja uma pessoa da nossa confiança que possa negociar e decidir sobre os nossos orgãos internos no momento em que nos seja impossível faze-lo autonomamente.

De seguida devemos indicar as situações clínicas em que o testamento se aplica, facilmente se resumiria a uma única opção - todo fodido e incapaz de comunicar ou decidir autonomamente - mas decidiram colocar 3 opções e ainda uma quarta que permite descrever outra qualquer situação, por exemplo, crise hemorroidal após uma fausto repasto num restaurante indiano onde se carregou no picante. O que foi?! Devem pensar que é fácil tomar decisões conscientes numa situação dessas!

Finalizando o formulário devemos optar pelos cuidados de que queremos ou não ser alvo. No fundo são dois grupos de opções que permitem optar entre prolongar o sofrimento ou cortar o mal pela raíz, servir de cobaia para experiências científicas ou não colaborar em brincadeiras de laboratório, não receber transfusões, matarem-nos à sede, enfim, umas quantas opções num grupo que me parece bastante limitado mas que também apresenta a opção de campo aberto onde será possível indicar outras vontades, por exemplo, rejeitar veementemente qualquer intervenção de um proctologista.

E diram vocês, que mau gosto começar um post com um assunto tão sério e terminar desta forma... talvez tenham razão. Mas com ou sem bom gosto o certo é que defendo com unhas e dentes que se algum dia chegar em que eu esteja no estado todo fodido e incapaz de comunicar ou decidir autonomamente por favor, deixem-me ir à minha vida... ou morte neste caso, senão... ai senão... podem ter a certeza que vou estrebuchar até ao limite do impossível, para além de vomitar e borrar tudo à minha volta até se fartarem de mim e me darem uma injecção letal.

Com isto acho que ninguém me leva a sério... enfim...


Bava de camelo

Incontornável... de 2003 a 2005 foi considerado melhor CFO europeu no sector das telecomunicações, em 2009 eleito melhor CEO na área de Investor Relations, em 2010 e 2012 melhor CEO europeu no sector das telecomunicações, em 2011 segundo melhor CEO europeu no sector das telecomunicações, de 2010 a 2013 considerado melhor CEO em Portugal, eis Zeinal Bava, ex-CEO da PT e agora ex-Presidente Executivo da Oi.

Liderou a PT de braço dado com Granadeiro tendo um dos papeis principais nas negociações para a fusão do gigante das telecomunicações português com a brasileira Oi.
Estranho negócio esse em que uma troca de acções, inicialmente equilibrada, por fim bastante favorável aos brasileiros, permitiu difundir a ideia, em Portugal, que a PT iria adquirir a Oi e com isso crescer e abrir novos horizontes do outro lado do Atlântico e, por outro lado no Brasil, entender que a Oi passaria a dominar o mercado de telecomunicações em Portugal.

Actualmente (e embora pareça que tenham passado muitos anos não passaram), "as gordas" de alguns meios de comunicação anunciam uma possível venda da PT por parte da Oi.
Qual foi o caminho percorrido até aqui? Como é que de líder nacional no mercado das telecomunicações e maior empresa privada portuguesa se passa a empresa que a Oi pode entregar de mão beijada aos concorrentes internacionais?

Bom, por certo não sou a pessoa indicada para responder a esta questão mas diria que, a extensa lista de prémios que a página da Wikipédia de Zeinal Bava apresenta não casa com a redução constante e, ao que parece, "sustentada" da cotação da PT.
Assim como não casa com o que agora se percebe do comportamento do gestor de luxo.

Em breves traços... a PT, sob o comando inatacável do premiado gestor, perdeu a sua autonomia e depende agora da decisão da brasileira Oi. Quando as coisas começaram a apertar em Portugal, Bava abandona a gestão da PT e "salta" alegremente para a presidência da Oi deixando a empresa, ainda portuguesa, com um buraco financeiro adjacente ao buraco do GES (era depositá-los todos nos vários buracos, antes dos aterrar com esterco, digo eu!). Sabe-se agora que a PT não só depositou quase todos os seus ovos no cesto do GES (98% dos investimentos supostamente dispersos por várias instituições) como ocultou e disfarçou isso mesmo nos seus relatórios.
Bava alega que nada sabia, afinal era só o CEO da PT mas talvez isso só servisse para aparecer na comunicação social e receber prémios de gestão.
A Oi, essa não foi tida nem achada para o negócio e estavam criadas as condições para o que era um belíssimo negócio para a PT e para Portugal (segundo muitos eruditos, gestores de luxo e políticos) passar a ser mais um conluio made in Portugal.
Já no Brasil, depois de levantadas as dúvidas na cabeça dos accionistas da Oi, Bava "foge" às luzes da ribalta e demite-se, estratégia ideal para desaparecer das notícias até o lodo assentar.
É a segunda vez (pelo menos a segunda óbvia) que Bava puxa o tapete à PT, deixando agora a Oi entregue aos brasileiros e, por consequência a PT entregue à sua sorte. Parabéns!

Com isto, lembrem-se, em 2014 continuem a entregar prémios de CEO europeu e nacional a personagens que claramente revelam grande capacidade de gerir... os próprios bolsos e a felicidade de quem os comanda.

Eras perfeita!

Eras perfeita! Entraste em mim de mansinho e, sem que eu desse por isso, em pouco tempo ocupavas todo o meu eu. O meu pensamento, o meu desejo, as batidas do meu coração e até o meu respirar passaram a ser por ti e para ti. Não eras minha mas eu era teu, por inteiro e por vontade própria.
O teu tempo não era só meu, o meu também não era só teu, mas acreditava que os dois sentiamos que o certo seria que não exitissem os três tempos, o meu, o teu e o nosso. Apenas o nosso deveria existir.

Eras perfeita! Delicada e meiga, dedicada e atenta, com a energia que te permitia saltar alto assim tivesses o apoio certo junto a ti. Eu era esse apoio e tu eras o meu. Esperta, apaixonada, sensível e transparente. Confiava em ti. Acreditava em ti.

Eras perfeita! Mas a história não acabou, não como é suposto acabar. Não apareceram as letras The End, não correram os nomes dos actores e produtores. A história acabou de repente, como se a luz tivesse sido cortada por uma qualquer tempestade que ninguém ouviu ou conseguiu explicar. Apenas a penumbra da mentira se manteve. Saí do cinema sem perceber o porquê... afinal, eras perfeita... mas só na minha imaginação, só na minha cabeça. E não queria acreditar no quão distante a imaginação podia estar da realidade.

Coisas de miúdos (IV)

A atracção por carros desde cedo o atacou e frenquentemente as suas brincadeiras passavam por longas viagens imaginárias ao volante dos carros dos seus pais ou dos avós.
Sempre que tinha oportunidade arriscava o rodar da chave até à segunda posição, ligar as luzes e os piscas não sabia a muito mas sempre tornava a brincadeira mais próxima do real. Uma vez por outra cedia à tentação de ouvir o roncar do motor e a adrenalina subia a pique.
Naquele dia, aproveitou a ida dos pais ao café para treinar as manobras de condução. Rodou a chave e ao som metálico do arranque seguiu-se a vibração do motor. Mal chegava com os pés aos pedais mas sentia-se capaz de sair da garagem dos avós em marcha-atrás. Sempre a direito iniciou a marcha, saiu da garagem sem dificuldades e voltou a entrar parando mesmo antes de bater na parede do fundo. Repetiu a manobra vezes sem conta até ao ponto de se tornar monótona decidiu por isso entrar na garagem e virar à esquerda, desalinhando o carro da saída do portão. O sucesso da manobra deixou-o orgulhoso mas a posição distinta do carro por certo denunciaria a sua brincadeira. Necessitava, portanto, de devolver o automóvel à sua posição original.
Engrenou a marcha-atrás, mal via pelo vidro traseiro mas era necessário controlar a passagem do carro pela abertura do portão. Arrancou, acelerou um pouco, mas o pouco revelou-se demais, a trajectória alargou e depois da quase totalidade do carro ter passado pelo portão, a lateral direita da frente bateu com estrondo na grossa parede de pedra e cimento da garagem.
O automóvel, encaixado na parede, o pára-choques arrancado, a chapa torcida eram impossíveis de disfarçar.

À chegada dos pais estava lavado em lágrimas, em pânico pelas consequências da sua brincadeira mas foi acalmado por uma reacção compreensiva e as palavras dos pais que lhe garantiam que não era mal que não tivesse solução.

Coisas de miúdos (III)

Era daquelas meninas carentes e muito inocentes que seguiam a máxima "quanto mais me bates mais gosto de ti". Nem bonita nem feia, assim uma falsa bonita, tinha ângulos bons e ângulos maus. Mas naquelas idades pouco importa, ou importa um pouco mas não é fundamental.
Hoje em dia dir-se-ia vítima de bullying, há altura era apenas crueldade e brincadeiras parvas dos colegas machos. Ele ia um pouco atrás da "manada" mas servia também de seu protector.
Ela declarou-se a ele, numa atitude arrojada, gravou uma cassette, que ele ainda hoje guarda qual documento classificado que lhe provocou um misto de vergonha alheia e de orgulho tal era a quantidade de segredos revelados.
A história não os iria juntar nunca. As diferenças eram por demais evidentes e a imaturidade não lhes permitia lutar contra o destino.

Certo dia, ele e os seus melhores amigos decidem visitá-la na sua casa. A ausência dos seus pais permitiria elevar o nível das tropelias para um patamar muito acima do normal, um patamar de parvoíce e inconsciência verdadeiramente incrível.

Primeira parte do plano, ele surgiria sozinho. Tocaria à porta e depois de entrar deixaria a porta aberta para os seus amigos se infiltrarem sem o conhecimento dela e procurarem esconder-se numa das divisões da casa. Escolheram o quarto dos pais dela, debaixo da cama.
Segunda parte do plano, como manobra de distracção ele deveria encetar um diálogo com ela na sala para que os seus compinchas pudessem entrar na cozinha e ligar os bicos do fogão, não sem antes abrirem a janela da cozinha (por sugestão dele) permitindo assim que o acidente iminente tivesse consequências mínimas.
Terceira parte do plano, depois de serem expulsos da casa, coisa que por certo aconteceria, utilizariam um pequeno frasco de álcool, que tinha levado para o efeito, para incendiar o tapete da entrada.

Felizmente, o plano detalhadamente discutido não resultou na prática, possivelmente de tão palerma que era, e o segundo passo do plano foi colocado a descoberto segundos depois de ter sido realizado. O barulho de risos dos compinchas não permitiu que grande quantidade de gás fosse libertada e evitou-se uma tragédia que ninguém pretendia que tivesse acontecido.
Foram expulsos de imediato. Quem poderia recriminá-la por tratar assim as indesejadas visitas?
O final da operação foi alterado, por sugestão dele, o álcool ardeu no mármore frio do patamar e apenas resultou numa pequena inundação provocada pelo jarro de água que ela despejou sobre as chamas.

Ontem como hoje, a estas situações não se deveria chamar bullying apenas estupidez pura e dura.

Coisas de miúdos (II)

Adorava a liberdade que a aldeia lhe proporcionava. Só o quintal da casa dos avós lhe abria mais oportunidades de aventura que toda a cidade onde habitava. A isso não era alheia a liberdade que os pais lhe permitiam, a aldeia era tranquila, todas as pessoas se conheciam e dentro dos muros do quintal ainda mais seguros de que nada poderia acontecer estavam.
Assim, percorria cada recanto em busca de tesouros e surpresas, enterrava baús, misturava plantas e ervas em poções mágicas que transformavam os dias monótonos em aventuras sem fim, subia para as placas e telhados dos anexos da casa dos avós até alcançar o ponto mais alto que lhe era possível de onde observava o mais belo pôr-do-sol que alguma vez veria.

Sentia-se livre ao desafiar o equilíbrio e as vertigens naquela placa que cobria a cozinha onde no inverno se fumavam os enchidos. Adjacente à cozinha encontrava uma cobertura mais frágil, em fibrocimento (quando ainda não se falava dos malefícios do mesmo) que servia de abrigo aos porcos que os avós criavam durante um ano para terem o seu final cruel em Dezembro, no dia da "matança".
Certo dia, saltitava pela placa quando, num gesto incosciente, galgou de um salto só o desnível que o separava da cobertura mais frágil.
Sentiu o telhado ceder sobre os seus pés e desapareceu numa fracção de segundo engolido por um buraco de diâmetro aparentemente inferior à sua dimensão. Por sorte ou azar, caiu de perna aberta sobre uma das traves de madeira antiga que suportavam a estrutura e ficou com as pernas pendentes sob os dois animais de dimensões já bastante razoáveis que roncavam de felicidade pelo potêncial banquete caído do céu.
Não bastando a dor dilacerante provocada pelo impacto da sua masculinidade na barra sólida de madeira viu-se ainda rodeado de teias de aranha de dimensões sobrenaturais coisa que o deixava em pânico. Controlou os nervos, resistiu à dor e o mais rapidamente que conseguiu desceu, abandonando o local.
Já no quintal surgiram os pais, preocupados com o estrondo provocado pela queda mas sem perceber o que tinha acontecido.

- O que se passou? Porque estás assim vermelho?
- Nada... não sei... estive a correr...
- Foi?! Então o que é aquele buraco no telhado?!


Coisas de miúdos (I)

Os três amigos passaram a manhã intrigados com a ausência de João. A cada intervalo entre as aulas de hora a falta de notícias fazia aumentar a preocupação. Eram outros tempos, não existiam telemóveis e as más notícias corriam quase à mesma velocidade que todas as outras.
Nas suas cabeças pairava a ideia de um agravamento do estado do irmão mais novo de João. Tinham conhecimento da sua luta contra um problema oncológico mas desconheciam pormenores pois era um assunto evitado nas suas conversas.
No fim do dia de aulas optaram por visitar o amigo. A medo agruparam-se em frente da porta da casa de João, dois à frente e um terceiro mais atrás, tocaram timidamente no botão da campaínha.
Quando a porta se abriu e os olhos inundados de João se revelaram não sobraram dúvidas do que teria acontecido. O irmão mais novo de João adormecera para sempre, vencido de cansaço da luta que travava com o monstro que nele habitava.
A troca de palavras foi breve. Como é que crianças de 12 anos sabem como reagir a uma situação destas? A amizade era enorme mas a maturidade não permitiu que os gestos a transmitissem nesse momento.
Despediram-se do amigo, sem saber o que fazer. Estavam em choque quando, numa última frase, o rapaz que se mantinha mais atrás surpreende o grupo - "Xau. As melhoras para o teu irmão."

Bolas... as crianças são lixadas...

Dunas... Esses biombos indiscretos!


"Descobri" esta semana o videoclip original dessa mítica canção da nossa adolescência que serviu de banda sonora a tantos e tantos olhares, beijos, danças de "slows" e cumplicidades, refiro-me à música Dunas dos GNR e estou estarrecido...
Devo agradecer aos senhores do canal Q e ao Altos e Baixos, o óptimo programa dedicado a Rui Reininho que me deu a conhecer, ou a relembrar não sei bem, esta pérola provocando que eu ouvisse novamente a música e que utilizasse palavras como videoclip, Dunas e Rui Reininho, coisa que já não fazia há anos e anos (penso eu...).

Mas focando atenções no videoclip, isto estava para lá do seu tempo não? E no limite do legal, também não?!
Suponho que, há altura, ninguém reparou bem na história do filme porque isto é claramente um hino não só à homosexualidade, que nada tem de mal, mas também, e isso sim bem grave, à pornografia de menores. Só não será pedófilia porque os rapazinhos devem ter mais de 16 anos e RR, aparentemente, nunca se envolve com eles.
Catarolávamos nós Nas dunas... ao ouvido das nossas conquistas ou tentativas de conquista, dançávamos agarradinhos e... vai-se a ver e a musiquinha estava mais adaptada para ser banda sonora das festas da casa de Elvas com os meninos da Casa Pia. Mas que paneleiragem vem a ser esta?! (Com todo o respeito e sem pingo de homofobia, sinceramente.)

Nota: Sim garotada, no meu tempo (que mal que isto soa), o pessoal não andava todo cheio de químicos na carola, a curtir cada um para seu lado uma miscelânia de sons electrónicos e metálicos muito bem capazes de ter sido gravados numa qualquer siderurgia e muito menos se "comia" um(a) chavalo(a) qualquer de quem não se sabe sequer o nome, no wc de uma qualquer casa noturna após um "Oi. Bora?" "Bora.".
No meu tempo essas coisas davam trabalho! Era preciso boa conversa, confiança, por vezes semanas de dedicação e esforço, dançar uns "slows" nas matinés da discoteca lá do bairro - então garotada?! Não sabem o que isso é? - faltar à aula de Educação Visual para ir até ao parque, ir ao cinema, convidar para uns lanches a dois... enfim... para valer a pena tem de custar, e era tão, mas tão bom! Até quando tudo falhava! Fim da Nota

 Ora bolas... A confusão que estes senhores criaram... Ah e tal nas dunas, imaginando a miúda dos nossos sonhos a mordiscar uma maçã, sacudindo timidamente a areia da perna dela, espalhando o protector solar nas suas costas e de repente, a miúda vira-se e é um puto com uma bela carapinha e uns calções de ganga demasiado femininos de seu nome Carlão!
Não posso deixar de salientar o pormenor patriótico dos refrescos gelados serem as velhinhas latas de Compal Pêssego. É delicioso! Falha apenas porque aquilo não é um refresco, é mesmo sumo natural, ou, como a garotada diz agora, néctar de pêssego.
Com isto tudo só falta olhar-me no espelho e ver um velho seboso com mais base nas trombas do que é permitido por lei a esfregar-se no sofá... Por favor!! Como é que eu não reparei neste vídeo?! Será porque na altura tinha apenas 10 anos?!



Sabes que não estás a 100% quando...

...as lágrimas te saltam quando vês uma audição do Factor X.
Este puto pode não cantar muito mas são putos destes que me fazem acreditar que nem tudo está perdido.

O "nosso" ISIS

Temos assistido a um "espetáculo" lamentável difundido através de vídeos de pseudo-propaganda e ameaças da organização terrorista ISIS.
Incrivelmente o mundo parece que perdeu força de reacção. Quem antes dizimou vidas sob pretextos mais ou menos forjados hoje tarda em reagir e assistimos incrédulos à brutal decapitação de seres humanos sem que se consiga perceber quem, como e quando vai colocar um ponto final a esta insanidade.

Ao longo de séculos e séculos, em nome das mais diversas religiões, multiplicaram-se crimes contra a humanidade, a maior parte deles sem que qualquer justiça tivesse sido feita.
Hoje, cruzados, nazis, americanos e aliados, judeus, cristãos, muçulmanos, ortodoxos e menos ortodoxos, santos e pecadores, todos eles têm as mãos manchadas de sangue e afinal, parece certo que a única religião que os orienta é a religião da ganância, pelo poder, pelo dinheiro.

São inúmeros os atentados, as guerras sem causa, os massacres, os genocídios, muitos dos quais nem chegam a ser notícia porque também a comunicação social serve de arma e escudo protector das alarvidades que se promovem.
Continuaremos incrédulos, chocados, manifestando a nossa revolta nas redes sociais e nas conversas de café, tomando partido mais para ali ou mais para aqui segundo o que conseguimos ouvir, ler e ver mas, há duas coisas que me parecem óbvias - estamos longe de saber toda a verdade e nesta história não há inocentes.

Enquanto me revolto para dentro, sem causar grandes ondas porque a minha dimensão é ridícula, vou-me preocupando mais com o "nosso" ISIS. Não conhecem?
Pessoas, como eu ou como vocês, que actuam isoladamente usando com única arma a indiferença mas que é suficientemente forte para nos decapitar, fazendo-nos desaparecer muito antes de que realmente isso aconteça.
Os atentados são perpetrados por qualquer um, por mim, por vocês, pelo colega de trabalho, pela vizinha, pela avó, pelo tio, por todos ou quase todos em relações de amizade, de trabalho, de convivência ou apenas de vida em sociedade, sempre e quando optamos por ser indiferentes, por ignorar, por desprezar em vez de dar a mão, agir, conversar, ajudar, abraçar.

Sem vídeos brutais, sem ameaças nem punições, sem guerras nem mutilações não seremos nós tão brutais quanto outros agindo com a nossa indiferença?
Podiamos fazer tanto mais sem grande dificuldade... se cada um de nós tivesse o cuidado de não ser indiferente em relação às pequenas grandes coisas que nos são próximas talvez fosse bem mais simples colocar um ponto final nas atrocidades que acontecem lá longe.

Já somos tão pequeninos em relação ao universo que acho incrível como há pessoas que conseguem ser ainda mais pequeninas... enfim...

Oi! Há quanto tempo... fica bem!

Ou "Dasse... era o que me faltava hoje... baza!"

Há coisas que mudam tanto em tão pouco tempo, não acham?
Poderão perguntar: O que é pouco tempo? Depende... Pouco tempo para? Para mudar? As coisas mudam em fracções de segundo, num instante, num ai! Naquela ultrapassagem mal medida, naquele exame que nos revela um bicho que nos consome. Nestes e noutros casos todo o tempo do mundo passa a ser pouco.
Se juntar isso ao tempo a que não falamos, no tempo em que estamos distantes... já pensaram quantas vezes podemos adoecer, morrer, desaparecer, mudar no tempo em que não contactamos com outra pessoa? Já pensaram que podem passar 8 horas por dia a trabalhar com um colega, a almoçar com ele e que meia hora depois de sair do trabalho, num instante, podemos não ter mais tempo para o voltar a ver? Já pensaram que podemos ir tomar café com um amigo, passar horas na conversa e poucos minutos ou segundos depois, ou mesmo durante, o tempo desaparecer?

Pouco ou muito tempo é relativo, depende de quem, do quê, de como. Depende de nós, de mim, de ti.
Certo é que, o mesmo tempo pode ser curto demais para tanta mudança e longo demais para tanto que pode acontecer.


Império dos Sentidos e outros

Num dos meus zappings tardios eis que esbarro com um clássico do cinema, Império dos Sentidos, a ser transmitido em canal aberto pela CM TV.
Em minha defesa devo salientar que não sou telespectador assíduo da CM TV mas neste caso...

Para quem desconhece, Império dos Sentidos é um filme japonês de cariz erótico (embora me pareça que esta classificação não seja a mais correcta dada a quantidade de cenas explícitas...) do longíquo ano de 1976, escrito e dirigido por Nagisa Ôshima.
Imagino que tenha sido uma enorme pedrada no charco no seu tempo. Acredito que ainda hoje é. A minha curiosidade foi alimentada ao longo de muitos anos, desde da minha adolescência. Em 1991 foi transmitido pela primeira vez na RTP e recordo o estado de sítio e o recolher obrigatório instaurado pelos meus pais lá em casa assim como as discussões e conversas geradas na sequência da transmissão.

Ontem, pela primeira vez, vi o filme completo e percebi a causa do recolher obrigatório. Acho que a minha vida não teria sido a mesma caso aos 16 anos tivesse assistido a tão  intensa sucessão de cenas de sexo explícito, violência e com um final demêncial.

De qualquer forma, e caso tenham estômago capaz e mente aberta, sugiro que vejam ou revejam o filme. Revela até que ponto a paixão e a loucura estão próximas ou mesmo até que ponto são uma e uma só coisa. Revela a ténue fronteira entre o aceitável e o inacreditável. Entre o amor e obsessão. É cru, frio, erotismo não me parece que tenha feito parte dos objectivos do autor, sensualidade não existe. É o que é e para chocar mais é, alegadamente, baseado numa história verídica.

Só a título de curiosidade, quando surgiu o filme 9 semanas e meia o director Adrian Lyne "surpreende" com uma das cenas mais famosas do cinema erótico onde o prazer carnal se mistura com os prazeres gastronómicos... mas 10 anos antes já se brincava com comida sob a batuta de Nagisa Ôshima.

A minha lista de filmes para ver está a crescer. Embora ainda não tenha visto tenho fortes expectativas relativamente a BekasThe Fault In Our Stars, Gaiola Dourada e I Love Kuduro.
Em breve espero poder "limpar" esta lista e escrever qualquer coisa neste meu cantinho.

Pois é, pois é... cá estamos!

Isto está um bocadinho para o morto mas a gente vai continuar... isso sempre que haja estrada, vento e mar.
Continuar a gente continua... é preciso sangue novo, ou sangue velho mas, que dada a ausência, agora parecesse novo. Há vezes que bate uma nostalgia... vocês sabem lá a saudade de alguém que está perto.

Voltaria à terra dos sonhos, para ser quem eu sou e talvez aí ninguém me levasse a mal. Será mesmo assim? Se assim for, oxalá te veja a meu lado porque creo que te amo mas já não sei quem tu és.

Mas nós havemos de nos ver os dois e ver no que isto dá, ou não, porque agora já não me tocas e eu não quero saber... de nada.

Cá fico, mergulhado na espuma dos dias, bailando contigo, estando contigo, vivendo contigo... numa noite louca porque agora só quero paz... paz sem nunca olhar para trás.

P.S. Resumo da ressaca de um qualquer verão.

Amigos para siempre

Amigo não é quem quer, é quem é. São aqueles que em troca de nada estão lá, connosco, que riem e choram, junto a nós, que nos mostram a cada dia que passa que fazemos parte da vida deles tanto quanto eles fazem da nossa. São os que não "fogem" ao primeiro problema. Os que não viram costas, não desligam, não ignoram, os que sabendo que a vida nos deixa distantes no espaço no momento em que nos reencontram nos abraçam exactamente da mesma forma que sempre nos abraçaram.
Amigos são os que esperam um ano, ansiosamente, cheios de saudade, para nos rever, para estarem juntos. Amigos são os que não perdem uma oportunidade de estar connosco porque sabem que todas as oportunidades são poucas.

A vocês, por vocês, todo o meu carinho e agradecimento.

Rentrée

Setembro é mês de reatar, de recomeçar, de arrancar mas o motor está frio, distante e preguiçoso.
Invariavelmente a bagageira está carregada de projectos, planos visionários, novos horizontes e sonhos reavivados e o peso é imenso, a força que nos puxa para longe, para outras vidas, para uma pequena revolução são mais que muitas e os poucos sinais que surgem do passado recente não chegam para nos voltar a atolar na lama do dia a dia laboral.

Parece que foi há anos, mas foi ontem, ou antes de ontem... parece que passou uma vida, mas passaram uns dias. A vontade de mudar e o sabor ainda muito presente de uma vida diferente complicam o recomeço.

Quero agarrar sonhos e voltar a acreditar que chego onde quiser desde que realmente importe. Quero ser feliz. E é nesta altura do ano, e não nas mudanças de ano, que deposito todas as esperanças mais uma vez.

Será desta? Espero tanto mas tanto que seja...

Não esqueci

Por motivos de força maior não pude ontem marcar aqui, de forma discreta mas sentida, o dia.

Para quem sabe, caso venha a ler, um abraço.

Hoje fui ver-te.

Eu nem sou muito destas coisas. Ir ver-te onde sei que já nada de ti resta senão restos de um corpo consumido. Mas fui. Fui porque sinto a tua falta. Fui porque, acima de tudo, mereces e sempre mereceste mais do que eu ou muitos outros conseguiram dar.
Depois de muitas experiências sociais, de amizades e conhecimentos, ao fim de muitos contactos a dimensão de certas pessoas torna-se, sem dúvida, muito maior do que pensávamos e tu foste uma das mais enormes pessoas que conheci.

Eu nem sou muito destas coisas. Mas hoje, porque faz precisamente um ano que fechaste os olhos para sempre, gostava de te poder dizer que deviamos ter jantado mais vezes juntos, deviamos ter falado mais, deviamos ter vivido mais. Talvez estivesse a dizer exactamente o mesmo caso tudo isso tivesse acontecido mais vezes porque, perdemos tanto tempo com insignificâncias, perdemos tanto tempo com quem não merece, perdemos tanto com coisas tão pequenas que, agora, vendo a falta que nos fazes, me culpo de não ter virado costas às insignificâncias apenas para ter estado mais tempo com quem realmente merece.

Eu nem sou muito destas coisas... mas hoje fui ver-te para te deixar um girassol, porque sei que ele olhará sempre para ti.
Encontrei um ano de saudade e a memória do teu sorriso, da tua gargalhada que para sempre será a imagem que guardarei de ti.
Fazes muita falta... amigas como tu, fazem muita, muita falta. Pessoas como tu... não se encontram por aí ao virar da esquina.

O meu grande amor

E amanhã volta-se a sentir o aroma de dia de jogo, o rodopio de bandeiras e cachecóis por entre as rolouttes de bifanas e imperiais, os cânticos de estádio que nos emocionam, os fumos verdes que cobrem as bancadas e os golos que nos fazem vibrar e gritar naquele que é o meu spa de eleição, a minha terapia semanal, o momento só meu, que me faz esquecer os altos e baixos dos dias.

Já tinha saudades de umas horitas de cabeça vazia e olhos no relvado. Sporting até morrer!

Arrependimento ou ensinamento?

Perante uma pequena sucessão de acontecimentos surgem-me algumas questões.
É bem verdade que os "reveses" da vida não são mais que ensinamentos que nos fazem crescer mas também nos fazem olhar para trás com outros olhos e mudar a percepção que tivémos dos mais variados episódios.

Já anteriormente me debrucei sobre o tema do arrependimento, não vou repetir a dissertação, mas relembro que para mim não é mais do que o sentimento de revolta provocado pela desilusão, pelo engano.
Até hoje, não foram muitas as pessoas que me desiludiram, talvez porque não foram muitas aquelas que me iludiram. Felizmente, digo eu. Por consequência de definição, também não foram muitos os arrependimentos.
Mas, à forte luz de acontecimentos recentes, e num processo de relativização de cenários, vejo-me a olhar para trás e a pensar se certos episódios e personagens que considerei até hoje terem-me desiludido não foram mesmo apenas ensinamentos que eu interpretei de forma errada.

Talvez seja tarde para reatar relações, reformular atitudes ou esclarecer essas dúvidas, mas por certo não é tarde para crescer um pouco mais.

O que me irrita mesmo

É aquele de seu apelido Salgado ter como primeiro nome Ricardo.
Devia ter como medida de coacção a impossibilidade de utilização do primeiro nome e caso venha a ser condenado a aplicação de uma pena que ditasse a mudança de nome, retirando o Ricardo e colocando, por exemplo, Bernard... Para manter a coerência internacional.

Provações

Ao longo da vida todos temos as nossas provações, os nossos momentos de afirmação, de teste de capacidades.
Cada dia apresenta-nos desafios, mais ou menos complicados, barreiras a transpor para que possamos crescer e avançar até alcançar os nossos objectivos.

Cada uma das provas não é decisiva por si só mas em conjunto levam-nos não só a construir-nos a nós próprios como também à criação do nosso pequeno mundo.

Estaremos sempre em provação e é importante não virar a cara aos desafios. Hoje espero crescer um pouco mais e quem sabe conquistar em vez de perder, mudando assim o rumo dos acontecimentos.

Pamplona e a nobre arte de ser sodomizado por um animal de 600 kilos

Nota prévia: Como em muitas outras coisas tenho uma opinião muito própria sobre a chamada "festa" brava. Em criança habituei-me a ver corridas de touros espanholas e confesso que, à altura, admirava bastante o "espetáculo". Cheguei mesmo a sonhar vir a ser toureiro, matador de touros. Oh meu São José de Alvalade... aqui me penitencio. Com o tempo abri os olhos e percebi que não era boa política meter-me com tipos com os cornos maiores que os meus. Por outro lado percebi que não existe qualquer festa ou espetáculo em algo que tem por base a tortura gratuita de seres vivos (se fosse tortura devidamente remunerada e de acordo com a vontade dos animais nada se poderia condenar).

No entanto, e tendo raízes profundas numa aldeia com uma forte tradição taurina, que não as tradicionais corridas à portuguesa. Tenho alguma compreensão por alguns tipos de tradições que envolvem touros.
No caso sou compreensivo e em certos casos apreciador de tudo o que sejam garraiadas (um pouco por todo o país), encerros e capeias arraianas (aldeias raianas do concelho do sabugal) e encierros (um pouco por toda a Espanha) que não envolvam necessariamente o sangramento e o desrespeito pelos animais.
Sim, é verdade que o animal é sujeito a uma alteração nervosa violenta. Sim, não estão lá de vontade própria. Mas o confronto é mais leal, mais justo e no limite é uma prova de resistência e aprumo físico como muitas outras que conhecemos, quer para o animal quer para as pessoas.

Conclusão da nota prévia: Aprecio o passeio dos animais bravos, de preferência acompanhando-os de perto e a pé. Tudo o que ultrapasse o limite do respeito pelo animal e o que implique o sofrimento físico dos animais não consigo concordar.

Posto isto, os famosos encierros de Pamplona enquadram-se no limite do aceitável.
No entanto, deveriam preparar as ruas por onde passam os animais com terra (saibro), ao jeito do que se faz por terras portuguesas, dado que os animais estão mais sujeitos a lesões e danos físicos ao passarem por ruas calcetadas e/ou asfaltadas. Também procuro ignorar o destino dos animais que participam nos encierros, na parte da "festa" que podia, e devia ser evitada, mas enfim.

Vi, como faço quase sempre, os vídeos das festividades deste ano. E quanto mais vejo, mais tenho a certeza que os animais, bravos e plenos de força e coragem para atacar tudo o que possa significar perigo, não o fazem simplesmente porque percebem que percorrem as ruas com maior densidade de loucos do mundo.
As ruas são totalmente ocupadas por locais e estrangeiros que certamente não têm, na maior parte das vezes, qualquer noção do perigo a que estão sujeitos.
Os animais só não fazem mais vítimas porque efectivamente devem ficar abismados com a fartura. Imagino que seja quase tão difícil ser "corneado" por um touro em Pamplona como é ganhar "El Gordo". A maior parte das vítimas parece-me que não o são, as próprias pessoas "atacam" os animais, estes sim as verdadeiras vítimas, investindo contra as astes afiadas de Miuras e exemplares de outras ganadarias com semelhante arcaboiço.

Ao longo do percurso, que durará em média 2 a 3 minutos, sendo que já chegou a ultrapassar os 10 minutos, existem inúmeros indivíduos que acompanham os touros ao lado, de braço sobre o dorso como se de grandes amigos se tratassem, talvez por solidariedade pela condição de cornudo (muitos dirão - "como te compreendo, a minha mulher também é uma grande vaca!"). Muitos outros atravessam-se na frente dos animais e seguem por alguns metros com a aste do touro apontada ao traseiro no risco iminente de ser possuídos da maneira mais violenta que alguma vez foram (por muito gays que sejam, não creio que a experiência fosse compensadora).

É uma atêntica auto-estrada de loucos suícidas e não posso deixar de compreender o comportamento dos touros. Se eu estivesse no lugar deles também procuraria a todo o custo fugir dali pensando "Dasse... que é esta merda?! Só doidos!! Joga o benfica ou tive muito azar?!"


Festivais de Verão

Um dia destes estive uns bons dez minutos a ver anúncios consecutivos de festivais de verão.
Não. Não estive a pesquisar no youtube ou coisa assim, o programa que estava a ver na tv é que foi interrompido para me oferecerem umas vinte propostas tentadoras de eventos do estilo "feira do pó e da sujidade no meio de bandos e bandos de adolescentes descontrolados com cheiro a erva, cerveja e latex".

Alguém me explica este fenómeno?
A questão não é o conceito em si, a questão é mesmo a quantidade absurda de eventos que se auto-denominam festivais. No meu tempo, correndo o risco de vos fazer sentir que acabaram de entrar num anúncio do Continente, Festival havia um, máximo dois, o da Eurovisão e o da Sardinha em Portimão.
Agora os campos de férias de outrora foram substituídos por festivais.

Se antes procurávamos regressar às aulas com o melhor bronze e a mochila mais bacana hoje em dia as crianças competem pelo maior número de pulseiras de acesso aos ditos festivais.
A medida do sucesso toma uma nova forma e acredito haver jovens que mantêm as ditas pulseiras até Natal fazendo questão de usar t-shirts, mesmo debaixo de temporais de neve, que permitam maior visibilidade das mesmas.

Passei há pouco junto do recinto do Optimus ou Nos Alive, duas da tarde, no dia mais quente deste ano, pelo menos assim parece, centenas de adolescentes amontoavam-se junto das grades que tapavam o acesso ao recinto de alcatrão e cimento, sem sombras, sem relvados extensos, sem um único elemento natural que possa tornar o espaço agradável.
À vista apenas um amontoado de tendas tamanho XXL, construções temporárias e wc's portáteis que em breve meterão nojo ao mais imundo dos seres.
Mas que loucura é esta?

Ir acampar para Vilar de Mouros, no meio da natureza, dar uns mergulhos no rio e aproveitar para ouvir umas bandas eu ainda percebo. Ir ali à marginal apanhar uma insolação para estar sentado no cimento a ouvir umas bandas, por muito boas que sejam, tocar é que já me ultrapassa.

Mas o cúmulo é mesmo a quantidade e a abrangência da designação festival. Este ano até um festival de fado irá acontecer em Guimarães e, para meu espanto, serão dois dias com um fadista por noite, num total de, exactamente, dois fadistas. Festival?! Meus amigos... mais festival são as festas da aldeia dos meus avós. Quatro a cinco dias de festa, com pelo menos o mesmo número de artistas, actividades diversas, barraquinhas de cerveja e bebida, churrascadas, onde também se pode comer pó. Isso sim é um festival.

P.S. Para os interessados, de 22 (ou 23 ainda não sei) a 26 de Agosto, Aldeia Velha, Sabugal, Guarda.
 

As azinheiras da Lapa...

...ao que parece dão laranjas.

P.S. Desculpa PC mas não pude conter a minha inspiração. ;)

Pouco importa

O que pensas fazer e não fazes, seja com que justificação for, não fica registado. Aquilo que marca é o que se faz. De intenções não reza a história, de intenções não é feita a tua vida.
Por isso pouco importa se pensaste em fazer, se tinhas intenção de dizer, se a vontade era abraçar, se o desejo era beijar quando nada disso fizeste acontecer.
Pouco importa se querias ficar, se podias dar mais, se sonhavas subir mais alto quando nada fizeste por alcançar.
Por isso, faz acontecer, marca a história com um abraço, um beijo, um grito bem forte que afirme a mudança, mostra-te, revela-te, luta, diz quem tu és, avança para onde queres estar.
Não te escondas atrás de intenções, pouco importa quem tu és se não fizeres acontecer.

Fazes-me falta.

Tu que puxavas por mim quando eu achava que não podia mais.
Tu que continuavas a sonhar quando eu já tinha acordado.
Tu que me ajudavas a tirar as pedras do meu caminho mesmo quando pareciam pesadas demais.
Tu que me fizeste acreditar que tudo era possível sempre e quando o desejamos realmente.
Tu que me fizeste vencer quando a derrota parecia iminente.
Tu que me ajudaste a ter força para ajudar os que amo sempre que precisaram.
Tu que me fizeste ver que só importa quem se importa.
Tu que soubeste sempre dar sem esperar nada em troca.
Tu que tinhas confiança em mim.
Tu que sabias do que eu era capaz e nunca me deixaste acreditar em impossíveis.

Fazes-me falta... Faço-me falta... Tu que eras eu e que a vida escondeu.

Mega promoção

O mundo da publicidade e marketing torna-se a cada dia mais competitivo.
As estratégias ganham em agressividade e quando se pensa que a criatividade está em queda eis que surge uma nova iniciativa que revoluciona a forma como as marcas se posicionam.

As estratégias permitem alcançar uma imagem junto do público alvo, redesenham as marcas e podem mesmo conquistar novos grupos de clientes. O reposicionamento de uma marca pode ser a chave do sucesso.

A cadeia Pingo Doce procurou posicionar-se junto das famílias, tenta passar uma imagem de proximidade e as promoções bombásticas permitiram encher as suas lojas de clientes com pouco poder de compra. As ditas classes mais baixas degladiaram-se para encher carrinhos e carrinhos de tudo o que precisavam e não precisavam, clientes mais abastados também aproveitaram, por certo, algumas das promoções que visaram passar diversas mensagens ao povo. Resultou numa batalha pela promoção, com sangue, suor e lágrimas um pouco por todo o país.

Mas eis que o Lidl dá um passo em frente no que toca a posicionamento de marca. Numa iniciativa original consegue dar resposta a vários problemas que afectam a sociedade portuguesa e colocar-se como alternativa aos tradicionais e famosos mercados a céu aberto, seja a Meia Laranja, Intendente, Zona J, Cerco, a notícia terá caído como uma bomba junto do comércio tradicional. A conhecida cadeia de distribuição alemã surje com uma promoção de bananas em que o cliente pode usufruir de um pacote (talvez de 1/2 kg) de cocaína. No que parece ter sido uma experiência piloto, foram seleccionadas 7 lojas da cadeia no norte do país nas quais foram distribuídos 237 kg de "pó".
A iniciativa, aparentemente ilegal e disparatada, merece uma análise mais profunda. Vejamos, por um lado apelam ao consumo dos indivíduos de um grupo normalmente discriminado e que sofre de carências variadas, nomeadamente alimentares, os toxicodependentes. Fornecem-lhes a substância, de forma gratuita e com fácil acesso, que lhes permite saciar o vício mas obrigam-nos a comprar um cacho de banana colombiana. Ora, como sabemos a banana é um alimento rico em potássio, ferro, vitamina B e outros nutrientes que representam benefícios para a saúde no que toca ao combate de estados depressivos, equilíbrio da tensão arterial, ajuda a deixar de fumar (quem sabe a deixar de consumir droga)  e melhoria da capacidade de concentração e aprendizagem.

Não é, no entanto, este o único grupo beneficiado pela promoção. O comum dos mortais, mesmo sem qualquer vício de consumo de drogas, poderá aceder à substância e sem grande experiência iniciar um pequeno processo de redistribuição de substâncias ilícitas que eleverá a sua situação financeira. Numa altura de crise e estando as férias aí à porta, uma ajuda extra cairá bastante bem no seio das famílias portuguesas.

Ainda, o impacto da distribuição de droga em cadeias de supermercados de grande dimensão não é de somenos importância. Os mercados tradicionais vão ter que se adaptar, o PVP irá por certo reduzir e possivelmente será o florescer de novos produtores nas origens com contratos de distribuição mais justos e menos arriscados do ponto de vista legal.

Assim sendo, parabéns aos cinzentões alemães. De onde menos se espera chegam as grandes revoluções e inovações nas mais diferentes áreas. Espero com curiosidade a resposta do Pingo Doce... estão bem colocados para responder, estando sediados na Holanda os muffins "marados", chás para estados de euforia e cigarros de "chocolate" poderão muito bem ganhar lugar de destaque nas prateleiras do supermercado, mesmo ali ao lado da bolacha Maria e dos Chocapic.