Sabes que não estás a 100% quando...

...as lágrimas te saltam quando vês uma audição do Factor X.
Este puto pode não cantar muito mas são putos destes que me fazem acreditar que nem tudo está perdido.

O "nosso" ISIS

Temos assistido a um "espetáculo" lamentável difundido através de vídeos de pseudo-propaganda e ameaças da organização terrorista ISIS.
Incrivelmente o mundo parece que perdeu força de reacção. Quem antes dizimou vidas sob pretextos mais ou menos forjados hoje tarda em reagir e assistimos incrédulos à brutal decapitação de seres humanos sem que se consiga perceber quem, como e quando vai colocar um ponto final a esta insanidade.

Ao longo de séculos e séculos, em nome das mais diversas religiões, multiplicaram-se crimes contra a humanidade, a maior parte deles sem que qualquer justiça tivesse sido feita.
Hoje, cruzados, nazis, americanos e aliados, judeus, cristãos, muçulmanos, ortodoxos e menos ortodoxos, santos e pecadores, todos eles têm as mãos manchadas de sangue e afinal, parece certo que a única religião que os orienta é a religião da ganância, pelo poder, pelo dinheiro.

São inúmeros os atentados, as guerras sem causa, os massacres, os genocídios, muitos dos quais nem chegam a ser notícia porque também a comunicação social serve de arma e escudo protector das alarvidades que se promovem.
Continuaremos incrédulos, chocados, manifestando a nossa revolta nas redes sociais e nas conversas de café, tomando partido mais para ali ou mais para aqui segundo o que conseguimos ouvir, ler e ver mas, há duas coisas que me parecem óbvias - estamos longe de saber toda a verdade e nesta história não há inocentes.

Enquanto me revolto para dentro, sem causar grandes ondas porque a minha dimensão é ridícula, vou-me preocupando mais com o "nosso" ISIS. Não conhecem?
Pessoas, como eu ou como vocês, que actuam isoladamente usando com única arma a indiferença mas que é suficientemente forte para nos decapitar, fazendo-nos desaparecer muito antes de que realmente isso aconteça.
Os atentados são perpetrados por qualquer um, por mim, por vocês, pelo colega de trabalho, pela vizinha, pela avó, pelo tio, por todos ou quase todos em relações de amizade, de trabalho, de convivência ou apenas de vida em sociedade, sempre e quando optamos por ser indiferentes, por ignorar, por desprezar em vez de dar a mão, agir, conversar, ajudar, abraçar.

Sem vídeos brutais, sem ameaças nem punições, sem guerras nem mutilações não seremos nós tão brutais quanto outros agindo com a nossa indiferença?
Podiamos fazer tanto mais sem grande dificuldade... se cada um de nós tivesse o cuidado de não ser indiferente em relação às pequenas grandes coisas que nos são próximas talvez fosse bem mais simples colocar um ponto final nas atrocidades que acontecem lá longe.

Já somos tão pequeninos em relação ao universo que acho incrível como há pessoas que conseguem ser ainda mais pequeninas... enfim...

Oi! Há quanto tempo... fica bem!

Ou "Dasse... era o que me faltava hoje... baza!"

Há coisas que mudam tanto em tão pouco tempo, não acham?
Poderão perguntar: O que é pouco tempo? Depende... Pouco tempo para? Para mudar? As coisas mudam em fracções de segundo, num instante, num ai! Naquela ultrapassagem mal medida, naquele exame que nos revela um bicho que nos consome. Nestes e noutros casos todo o tempo do mundo passa a ser pouco.
Se juntar isso ao tempo a que não falamos, no tempo em que estamos distantes... já pensaram quantas vezes podemos adoecer, morrer, desaparecer, mudar no tempo em que não contactamos com outra pessoa? Já pensaram que podem passar 8 horas por dia a trabalhar com um colega, a almoçar com ele e que meia hora depois de sair do trabalho, num instante, podemos não ter mais tempo para o voltar a ver? Já pensaram que podemos ir tomar café com um amigo, passar horas na conversa e poucos minutos ou segundos depois, ou mesmo durante, o tempo desaparecer?

Pouco ou muito tempo é relativo, depende de quem, do quê, de como. Depende de nós, de mim, de ti.
Certo é que, o mesmo tempo pode ser curto demais para tanta mudança e longo demais para tanto que pode acontecer.


Império dos Sentidos e outros

Num dos meus zappings tardios eis que esbarro com um clássico do cinema, Império dos Sentidos, a ser transmitido em canal aberto pela CM TV.
Em minha defesa devo salientar que não sou telespectador assíduo da CM TV mas neste caso...

Para quem desconhece, Império dos Sentidos é um filme japonês de cariz erótico (embora me pareça que esta classificação não seja a mais correcta dada a quantidade de cenas explícitas...) do longíquo ano de 1976, escrito e dirigido por Nagisa Ôshima.
Imagino que tenha sido uma enorme pedrada no charco no seu tempo. Acredito que ainda hoje é. A minha curiosidade foi alimentada ao longo de muitos anos, desde da minha adolescência. Em 1991 foi transmitido pela primeira vez na RTP e recordo o estado de sítio e o recolher obrigatório instaurado pelos meus pais lá em casa assim como as discussões e conversas geradas na sequência da transmissão.

Ontem, pela primeira vez, vi o filme completo e percebi a causa do recolher obrigatório. Acho que a minha vida não teria sido a mesma caso aos 16 anos tivesse assistido a tão  intensa sucessão de cenas de sexo explícito, violência e com um final demêncial.

De qualquer forma, e caso tenham estômago capaz e mente aberta, sugiro que vejam ou revejam o filme. Revela até que ponto a paixão e a loucura estão próximas ou mesmo até que ponto são uma e uma só coisa. Revela a ténue fronteira entre o aceitável e o inacreditável. Entre o amor e obsessão. É cru, frio, erotismo não me parece que tenha feito parte dos objectivos do autor, sensualidade não existe. É o que é e para chocar mais é, alegadamente, baseado numa história verídica.

Só a título de curiosidade, quando surgiu o filme 9 semanas e meia o director Adrian Lyne "surpreende" com uma das cenas mais famosas do cinema erótico onde o prazer carnal se mistura com os prazeres gastronómicos... mas 10 anos antes já se brincava com comida sob a batuta de Nagisa Ôshima.

A minha lista de filmes para ver está a crescer. Embora ainda não tenha visto tenho fortes expectativas relativamente a BekasThe Fault In Our Stars, Gaiola Dourada e I Love Kuduro.
Em breve espero poder "limpar" esta lista e escrever qualquer coisa neste meu cantinho.

Pois é, pois é... cá estamos!

Isto está um bocadinho para o morto mas a gente vai continuar... isso sempre que haja estrada, vento e mar.
Continuar a gente continua... é preciso sangue novo, ou sangue velho mas, que dada a ausência, agora parecesse novo. Há vezes que bate uma nostalgia... vocês sabem lá a saudade de alguém que está perto.

Voltaria à terra dos sonhos, para ser quem eu sou e talvez aí ninguém me levasse a mal. Será mesmo assim? Se assim for, oxalá te veja a meu lado porque creo que te amo mas já não sei quem tu és.

Mas nós havemos de nos ver os dois e ver no que isto dá, ou não, porque agora já não me tocas e eu não quero saber... de nada.

Cá fico, mergulhado na espuma dos dias, bailando contigo, estando contigo, vivendo contigo... numa noite louca porque agora só quero paz... paz sem nunca olhar para trás.

P.S. Resumo da ressaca de um qualquer verão.

Amigos para siempre

Amigo não é quem quer, é quem é. São aqueles que em troca de nada estão lá, connosco, que riem e choram, junto a nós, que nos mostram a cada dia que passa que fazemos parte da vida deles tanto quanto eles fazem da nossa. São os que não "fogem" ao primeiro problema. Os que não viram costas, não desligam, não ignoram, os que sabendo que a vida nos deixa distantes no espaço no momento em que nos reencontram nos abraçam exactamente da mesma forma que sempre nos abraçaram.
Amigos são os que esperam um ano, ansiosamente, cheios de saudade, para nos rever, para estarem juntos. Amigos são os que não perdem uma oportunidade de estar connosco porque sabem que todas as oportunidades são poucas.

A vocês, por vocês, todo o meu carinho e agradecimento.

Rentrée

Setembro é mês de reatar, de recomeçar, de arrancar mas o motor está frio, distante e preguiçoso.
Invariavelmente a bagageira está carregada de projectos, planos visionários, novos horizontes e sonhos reavivados e o peso é imenso, a força que nos puxa para longe, para outras vidas, para uma pequena revolução são mais que muitas e os poucos sinais que surgem do passado recente não chegam para nos voltar a atolar na lama do dia a dia laboral.

Parece que foi há anos, mas foi ontem, ou antes de ontem... parece que passou uma vida, mas passaram uns dias. A vontade de mudar e o sabor ainda muito presente de uma vida diferente complicam o recomeço.

Quero agarrar sonhos e voltar a acreditar que chego onde quiser desde que realmente importe. Quero ser feliz. E é nesta altura do ano, e não nas mudanças de ano, que deposito todas as esperanças mais uma vez.

Será desta? Espero tanto mas tanto que seja...