Lindo dia

Hoje está um dia de verão! Um sol quente que nos traz a moleza e preguiça, que nos faz querer simplesmente estar, não pensar, não fazer.

Mas sinto uma calma estranha, um silêncio profundo salpicado dos ruídos do mundo que segue e evoluí à revelia do que é a nossa vontade. Sinto o vazio enorme que se instala na indiferença dos outros no momento seguinte em que perdemos algo ou alguém.

Devia sentir-me bem, pensar positivo ou simplesmente não pensar mas trago à memória o ruído da terra despejada sobre o caixão, do regresso ao lugar onde o espaço se torna demasiado para tudo o que preenche. A saudade chega e não se consegue prever como e quando a iremos conseguir controlar.

Hoje seria um dia lindo se a cabeça fosse outra, se a vida fosse outra.

A insustentável imprevisibilidade do ser

Hoje é dia "não"... ontem foi "nim"... outros haverá que são "sim", pelo menos espero que haja!
As subidas e descidas desta montanha russa que é o nosso estado, e não o sólido que esse, com mais ou menos consistência vai-se mantendo, o estado psíquico ou a alma, se preferirem um termo mais metafísico.

Espero a época do degelo neste inverno com roupagem de primavera mas a temperatura espiritual mantem-se em níveis baixos, muito baixos e esta febre negativa provoca o adormecimento da vontade e da coragem. Bem sei que tudo gira, roda e avança (como bola colorida nas mãos de uma criança) e que se hoje é mau amanhã será melhor mas também há as espirais descendentes que acabam no fundo sem deixarem memória senão do sabor amargo da tristeza.