Sabedoria Baluliana

Se te levantares perceberás que nem sempre as pessoas perante as quais te ajoelhas são mais altas que tu.

Perceber

Caminhava em passo apressado com a obsessão de quem tem um destino ao qual não pretende chegar atrasado. Semblante cerrado com as lágrimas a bailar nos olhos sem que se percebesse se o motivo era o vento gélido que o afrontava ou os acontecimentos recentes.
Caminhava sem destino. Mas só ele o sabia. A cada passo sentia que ainda não tinha chegado e lançava de imediato outro. Galgava charcos de água, passeios, estradas. Enfrentava os carros de frente, luzes que cegavam, buzinas disparadas que se desviavam no último momento.

Atravessou finalmente a estrada que o separava da praia. O início de noite frio, ventoso e com a ameaça constante de chuva não convidava a um passeio pelo areal. Mas ele também não passeava. Procurava um destino. Fugia do dia, da semana, do passado. Fugia dele próprio ou daquilo em que se tornara sem perceber como nem porquê. A areia afundava sob os seus sapatos já encharcados. O caminho traçado em linha recta para o mar rasgava o areal liso e virgem naquela noite de inverno.
Seguiu, passos decididos mas a ritmo decrescente.

As primeiras lágrimas de chuva cairam sobre si, leves, quase vapor, bailavam ao sabor do vento. As gotas em volume crescente, arremessadas contra si pelo vento forte vindo do mar começaram então a impedir-lhe a visão. O mar enrolava-se em vagas de dimensão invulgar explodindo num bramar assustador e espalhando um turbilhão de espuma, água e restos de madeiras velhas pelo areal.

Os pés gelaram ao primeiro contacto com a água. Hesitou por breves segundos para voltar a arrancar, decidido. Alguns passos e já a parede de água o envolvia até à cintura. Segundos depois uma vaga de alguns metros de altura abateu-se sobre ele. A violência da onda ia muito além do que qualquer humano poderia suportar. Não resistiu. Quase de imediato sentiu a pele rasgar pelo impacto de materiais mais sólidos arremessados pelo mar. Anestesiado pelo frio, rasgado pelo desespero que o levou até ali, ignorou a dor física. Deixou-se enrolar. Deixou-se transportar. Deixou-se levar.

Quase com a mesma força com que o puxou, por estranha vontade da natureza. o mar que nessa noite de tempestade teimava em expulsar de si tudo o que não lhe pertencia, elevou-o no alto de nova onda e lançou-o com violência sobre o areal. Tão repentinamente quanto as primeiras vagas surgiram, as últimas abateram-se sobre a praia. E o seu corpo ferido adormecia sobre a areia.

Alguns minutos depois, horas talvez, acordava dorido, física e psicologicamente, na cama do hospital. Sedado pouco recordou e fechou os olhos até à tarde do dia seguinte. O seu despertar fez o pai chorar como nunca o tinha visto chorar, a sua mãe debruçou-se sobre ele num pranto misto de alegria e dor, mais alguns outros amigos próximos estavam presentes, como sempre estiveram. Percebeu o quão perto esteve de não os voltar a ver. Percebeu que quem faltava ali, lhe tinha faltado sempre, percebeu que na realidade, não faltava ninguém. Percebeu que tinha vencido a tempestade e que não precisava de outro motivo que não aqueles que ali estavam para seguir.

Onde é que a história me inverteu?

Pergunto-me em que momento da vida passei a acreditar menos em mim do que algumas, poucas, outras pessoas? Não sei. Mas agradeço-te a ti (e, se me permitires, a todas as outras poucas) por conseguires acreditar mais em mim do que eu próprio. Há momentos em que temos mesmo que ser lamechas... "Não és tu?"... Diz-me tu! Digam-me vocês meus amendoins torrados com mel e sal!





Só espero que estes versos "Baby, we're a little different, There's no need to be ashamed" não tenham uma leitura... digamos... duvidosa. ;)
Dia produtivo este minhas pequenas broas de mel!

Guerra de sexos

- Eu não sei que raio te passa pela cabeça... Consegues ao menos ser coerente?
- O que me passa pela cabeça?! Tu dizes o que dizes e depois queres que eu seja coerente?!
- Mas eu não disse nada!
- Exacto. Não dizes nada que já é dizer muito!
- Mas... mas.. afinal... o problema é eu dizer ou é eu não dizer?!
- É como quiseres.
- Desculpa?! Como eu quiser o quê?
- Eu não quero nada disto.
- Disto?!
- Não me sinto bem assim. Tu queres, tudo bem, assim seja.
- Calma... Calma lá... quero o quê? De que estamos a falar?!
- Do que tu disseste.
- Mas eu não disse nada.
- Exacto.
- Como?
- Será como tu queres.
- Então eu quero que conversemos normalmente.
- Eu estou a conversar normalmente.
- Não me parece. Ainda não me explicaste o que queres, muito menos o que pensas.
- Eu quero que conversemos normalmente, mas tu não queres por isso será como tu quiseres.
- Eu não quero?! Onde é que disse isso?!
- Não disseste. É o mesmo.
- Não, não é. Eu disse que queria falar normalmente. Se os dois queremos falar normalmente então falemos normalmente.
- Assim não dá. Não consigo estar assim.
- Como assim não dá?! Não dissemos os dois que queriamos conversar normalmente?
- Sim.
- Então qual é o problema?
- Nenhum.
- Ok. Então falamos normalmente?
- Tu não queres, portanto não dá.

E é neste ponto que num gesto de desespero arremessa a testa contra a parede de betão provocando um extenso ferimento na cabeça.

Meus pequenos kiwis maduros... desejo-vos uma boa continuação.

O Post(e)



Até já, meus pequenos travesseiros de Sintra!

Gosto de saber do que gostas porque gosto de te dar o que tu gostas que eu te dê

- De preferência que eu goste também. E assim é que conseguimos ser felizes. Tu gostas, eu dou, se eu gostar, dou ainda com mais gosto, tu gostas ainda mais. Ao contrário, igual, se faz favor. Fica de fora o que ambos não gostarmos. Afinal de contas não se perde nada.

Estava ele nesta dissertação quando é interrompido pela inusitada questão dela:

- Gostas de punheta?!
- Ah... coff... errr... Desculpa?! - Retorquiu ele não escondendo o seu ar espantado.
- Sim... Punheta de Bacalhau? Aquele prato típico português?!
- Ah... sei... - Soltou ele tentando disfarçar o pensamento pecaminoso que lhe tinha preenchido a mente. - Nem por isso... não gosto muito de bacalhau.
- Boa. Eu também não. Podemos deixar o bacalhau de fora.

Até depois meus pequenos doces conventuais! ;)


Guia rápido do Amor

Diz, ou canta, o Rui no seu seu anel de rubi "não se ama alguém que não ouve a mesma canção".
Incompleta meu caro Rui... assim ninguém chega lá. Vou dar uma ajudinha...

Também não se ama uma pessoa que não nos ouve, que não nos percebe, que não nos lê, que não lê o mesmo que nós, que não gosta dos croissants do Careca, que não gosta de Pastéis de Belém, que não gosta dos croissants da Tarik, que não gosta de animais, que acha que Tanaka é uma marca de pastelaria fresca, que pensa que os frangos nascem nos supermercados, que não gosta de conversar, que não discute, que não partilha, que não fala, que não dá, que não sente, que não sonha, que mente, que não gosta de experimentar, que só gosta do que gosta, que gosta mais de si própria do que de outra coisa qualquer, que não gosta de festas de aldeia, que não te liga apenas para dizer "Tenho saudades tuas!", que não te pergunta se estás bem, que não gosta de praia, que não gosta de campo, que não gosta de neve, que não quer ir contigo ao cinema, que não te surpreende, que não goste que tu a surpreendas, que não te rouba beijos, que não vai contigo até ao fim do mundo, que não te prende, que não te solta, que não te olha nos olhos, que não te conhece, que não te guia, que não se deixa guiar por ti, que não faz loucuras, que não se entrega, que não quer que tu te entregues, que não sorri, que se esconde para não te mostrar quem é.

Agora que já reduzi as vossas possibilidades a praticamente zero... basta verem quem cumpre mais requisitos. Sempre na senda do serviço público! Não têm que agradecer e podem mesmo acrescentar pontos que me tenham escapado.

Até mais ver meus pequenos leitores de bolso! ;)

Ainda sobre as coisas que me deixam a pensar

Porque motivo os orientais (Japoneses, Chineses, Vietnamitas e em geral o pessoal de olhos em bico) têm a mesma expressão facial quer estejam a rir, quer estejam a chorar?

É algo que me faz confusão e que, de certo modo, me permite perceber quando alguém alterado decide espancar uma vítima oriental. Ora, tá um tipo chateado com a vida, possivelmente sem qualquer inteligência ou consciência, a dar umas lambadas a um oriental e o espancado ainda se ri na cara dele. Toma bordoada extra que é para aprenderes!
Penso nisto desde dos tempos do Platoon, esse clássico sobre a guerra do Vietnam, onde um americano idiota esmaga a cabeça a um Vietnamita por considerar que ele estava a rir. Efectivamente parecia... não justifica o acto bárbaro mas eu diria que é uma questão de segurança nacional os orientais começarem a treinar formas distintas de expressar dor e felicidade.

Porque é que os empregados das lojas e restaurantes chineses não sabem patavina da língua usada no país onde trabalham?

Esta faz-me perder a cabeça. Somando esta situação com a anterior podem perceber que apenas o meu auto-controlo e a minha consciência me impedem de violentar os funcionários destes estabelecimentos.
Pergunto eu por um colchão insuflável. Responde a chinesa (que por sorte não esboçou sorriso) "não pelcebo?" Explico, um colchão?! Enche de ar?! Faz uma cama?! In-su-flá-vel?! "pala o calo?!" a conversa prosseguiu tentando a chinesa vender-me fronhas de almofadas, edredons, lencóis. cobertores... "ok... não têm... vá para o... boa tarde, obrigado!"
Saí a pensar "ai se tivesses rido... ai se eu tivesse notado um sorrisinho nessas trombas!!!"

Porque é que as pessoas seguem ligações manhosas movidos pela curiosidade e pelas fantasias sexuais e depois ficam escandalizados quando nos seus murais de Facebook surgem publicações pornográficas?

"Aviso os meus amigos que as publicações de vídeos e imagens pornográficas feitas em meu nome no Facebook não são minhas. A minha conta foi alvo de um ataque."
Sim, claro que sim. E eu chamo-me Adolfo Dias. É tudo muito bonito, ataques e tal e coisa mas não tivesse vossa excelência seguido aquela ligação que dizia "Jovens russas comem-se à grande!" e não tivesse estado uns bons minutos a aceitar tudo o que eram condições para aceder ao filme e satisfazer o seu prazer inconfessado e não havia publicações pornográficas em seu nome. Pois é...
E já agora... lave as mãozinhas antes de voltar a teclar no pc... corre o risco de deixar as teclas pegajosas.

E é isto mais uma vez... por agora está tudo.
Até mais ver meus torrõezinhos de açúcar amarelo!

Coisas que me deixam a pensar

Como é que as pastas de dentes com riscas mantêm as mesmas até ao fim da bisnaga mesmo quando as esmagamos e dobramos?

Para esta já sei a justificação, ainda não comprovei. Mas de facto é necessária uma precisão extraordinária para garantir que nem a pasta acabe antes das riscas, nem as riscas acabem antes da pasta. A pasta Medicinal Couto necessitava de uma invenção semelhante para se relançar no mercado... bom... talvez necessitasse de reduzir aqueles grumos que a fazem parecer a massa de tapar buracos na parede e o aroma a hálito de velhinho acamado que tem.


Porque é que pão de pobre quando cai, cai sempre com a manteiga para baixo?


Isto acontece com pão de pobre e pão de rico. Acontece simplesmente. No caso dos ricos não sei a resposta. No caso dos pobres a minha mãe, um dos pilares de tudo o que sou, já me explicou.
Pobre, quando tem manteiga para barrar o pão, barra dos dois lados! Pedaço imenso de sabedoria materna a juntar a tantos outros que me passou e que felizmente continuará a passar.


Porque é que as pequenas peças de qualquer objecto que manipulamos, quando caem ao chão, raramente ficam à vista?

Sem explicação. Fico lixado quando isto acontece. E é quase sempre. Um tipo está de volta do pc que sobreaqueceu. Precisa trabalhar. Está puto da vida! Desaperta dois mil parafusos minúsculos e um deles, normalmente o mais importante, cai para um tapete beige claro. Ah... não há problema. O parafuso é escuro, fundo claro vai saltar aos olhos. Não! Não, não, não! O cabrão do parafuso foi parar não sei onde, debaixo de não sei quê e passamos a seguinte hora de traseiro para o ar, com pilhas, lupas, holofotes e mais que seja necessário para perceber onde caraças se meteu!


Ao abrir uma caixa de comprimidos, a estrear ou já começada, como é que, na maior parte das vezes acertamos no lado onde está o raio da bula?

Sem explicação. Absolutamente irritante. Acontece diria em 90% das vezes.
Eu diria que as caixas têm um sistema de sensores que ao detectarem porque lado estamos a abrir a caixa dão a volta à bula. Filhos da mãe!


Na mesma temática da anterior, porque é que é impossível voltar a dobrar uma bula de medicamentos exactamente da mesma forma que a encontrámos?

Eu diria que quem dobra as bulas dos medicamentos são seguidores do Rubik. Desenvolvem autênticos quebra-cabeças de dobragens e vincos praticamente impossíveis de resolver.
Depois de aberta a bula nunca mais voltará a tomar a mesma forma. Façam como fizerem não fica igual, ocupa muito mais volume e colocar os blisters de novo no interior passa a ser o maior pesadelo do doente. De perder os sentidos. Raios te partam Rubik das bulas!


Porque é que nos casos dramáticos de cólica súbita e consequente evacuação de emergência o rolo de ph está sempre esgotado ou perto disso?

Não só uma pessoa está a contorcer-se de dores, como passa pela tortura do despejo em ritmo de arma automática com o consequente cenário de "destruição" como, ainda por cima, quando tenta reparar os danos faltam as ferramentas. Lei de Murphy? Não sei... Mas estou-me a cagar para a justificação.


Porque é que estando à espera do autocarro durante muito tempo ele aparece no momento seguinte a termos acendido o cigarro?

Coisa que não me acontece há muito. Especialmente porque já não ando de autocarro. Mas era um facto. Podia estar um trânsito caótico, a cidade parada, até onde a vista alcançava não havia sinal do gigante paralelepípedo sobre rodas, tirava o ventil do bolso, sacava um cigarro que colocava lentamente entre os lábios. Pausava cada movimento já à espera do que ia acontecer. Desta vez não me lixas! Deitava um olhar para o fundo da avenida, nada, não havia sinal do transporte. Aproximava o isqueiro da ponta do cigarro e lançava um último olhar, nada. Pressionava a pequena mó e a faísca inflamava o gás criando a chama, puxava o primeiro bafo do pequeno ventil e... já estás! Chegou o autocarro! Porra pá! Porquê?!?!


Porque é que há sempre um polícia por perto quando cometo uma infracção de trânsito consciente disso?

É sina. Só pode. Posso estar no meio do deserto, decido inverter a marcha numa duna com indicação de sentido único. Já estás, Sr. Condutor os seus documentos se faz favor!
Obviamente que não é frequente, deixei de cometer infracções conscientemente. Tirando as de velocidade... mas aí não sofro desta perseguição.
A última situação destas levou-me 120,00€ por uma chamada de telemóvel com uma cliente. Quando a informei posteriormente do que se tinha passado, para justificar o ter desligado repentinamente, ignorou-me por completo. Porca!


E assim de repente é isto... voltarei à mesma temática assim que me recorde de mais situações que me deixem a pensar.
Até mais meus pequenos Kinders Surpresa!


Última oportunidade

"Já pensaste que se procuro é porque ainda não encontrei?"

Disse deixando a pergunta a pairar no ambiente quente do quarto. Ao curto silêncio sucedeu a resposta em tom interrogativo.

"E o que procuras tu que ainda não tenhas aqui?"

Estremeceu por dentro, sem dar sinais de tal, fitou os seus olhos e acariciou-lhe o rosto afastando levemente o cabelo que lhe escorria pela face. As palavras tropeçaram no seu pensamento e o seu gesto característico do lábio denúnciou o receio que lhe bloqueara a resposta.

"Eu não sou o que queres pois não?"
"Ouve... não é isso..."

A tentativa de justificação foi interrompida.

"É isso sim... é bom teres-me a espaços, quando tens paciência ou quando te apetece uma queca fácil. Sabes que estou sempre aqui. Mas o que é que tu procuras mais?! O que é que podes ter que eu não te dou?! O que é que tu me dás?!"

O silêncio tornou-se incómodo, o ambiente quente e confortável do quarto começava a ser insuportável mas não tinha para onde fugir. Sentou-se na beira da cama, voltando-lhe as costas e suspirando procurou as palavras certas.

"Ouve... Vamos com calma..."
"Com calma já andamos nós há muito. Estou farta! Dizes que me queres, que sou isto e aquilo, que sou tudo e mais alguma coisa mas é só até te vires! Depois até nervoso ficas para me veres pelas costas."

Levantou-se e começou a recolher a roupa espalhada pelo quarto, provas do ímpeto e desejo que momentos antes se tinha apoderado dos dois.

"Onde vais... espera. Temos de falar!"
"Falar a merda. Estou farta! Não é chegar comer e deitar fora, para isso pagas e não tens que ter problemas. Espero mais! Mereço mais! Chega!"

Fechou-se na casa de banho do quarto enquanto ele procurava a sua roupa interior e um cigarro. Esperou na varanda que ela regressasse e refletiu nas suas palavras. Havia uma decisão a tomar e era a última oportunidade que tinha para o fazer.

"Adeus."
"Adeus?! Temos de falar... não vais sair assim sem mais..."
"Sem mais?! Falta alguma coisa?! Queres o quê?! Mais um bico?!"
"Eh pá... escusas de baixar o nível. Quero-te dizer..."
"Baixar o nível é o que tu me tens feito. Chega! Não quero saber mais nada! Adeus."

Saiu em passo acelerado sem lhe dar hipótese de resposta.
Colocando o cigarro entre os lábios, puxou mais uma dose de nicotina e encostou-se sobre as espreguiçadeira. Fixou os olhos no vazio do horizonte e ao ouvir o bater da porta disse em tom sereno:

"Eu amo-te! Quero-te sempre aqui... e tenho medo que um dia vás embora por ter perdido tanto tempo a perceber isto mesmo. Fica! Sempre!"


(In)segurança Social

Preparava-me eu para efectuar o pagamento da maldita contribuição para a Segurança Social quando, ao aceder aos valores em dívida, verifico um aumento de 250% da prestação mensal.
Já custava efectuar o pagamento da contribuição mínima sabendo nós o destino da mesma e o estado calamitoso do sistema de apoios sociais nacionais agora, passando do 1º para o 4º escalão, torna-se impossível, incompatível, inacessível, irracional e outros i's que se recordem.

Assiste-me dizer apenas uma coisa... VÃO MAS É ROUBAR PARA A ESTRADA SEUS FILHOS DE UMA PORCA COM O CIO! QUERO QUE MORRAM SODOMIZADOS POR UM ELEFANTE E QUE ARDAM NO INFERNO!

Tenho dito. Boa noite.

Apanha da Azeitona

O período de Novembro a Fevereiro é dado como o ideal para proceder à apanha da azeitona. Há, no entanto, quem defenda que a apanha deverá ser realizada um pouco antes do total amadurecimento do fruto, iniciando assim o processo em Outubro ou início de Novembro.
A justificação para esta recolha antes de tempo é o permitir a extracção de um azeite de melhor qualidade, mais aromático, mais fresco e mais saudável. Tem como contra a menor quantidade extraída dada a maturação da fruta não ser avançada.

Ponto essêncial do processo da apanha é a mão de obra. Embora a apanha já seja semi-automatizada continua a necessitar de muita mão de obra. Os tradicionais varejadores são hoje em dia substituídos em larga escala por maquinaria pesada. Um braço mecânico fixa o tronco da oliveira e vibra provocando a queda dos frutos que se acumulam em tapetes de redes estendidos sob a árvore.
Esta vibração pode provocar danos significativos nas árvores mas já a técnica de varejamento apresentava esse contra, danificando ramos e frutos. Opta-se assim por recolher o fruto intacto mesmo colocando em risco a árvore.

Depois da recolha em grosso, procede-se à apanha das azeitonas que ficam no solo. Esta apanha é tradicionalmente realizada pelas mulheres. Enquanto os homens manobravam a vara sacudindo os ramos e soltando os frutos as mulheres percorriam a área recolhendo as azeitonas para cestos.
E aqui estamos nós... no ponto fulcral da apanha da azeitona.

Eu diria que, um cenário rural onde homens a manobrarem varas convivem com mulheres de traseiro para o ar a apanhar frutos tem tudo para dar rebaldaria...

Paradoxo dos lugares comuns

"O mal não és tu, sou eu. Não te mereço."

Haverá frase mais desprezível? O que se espera receber de resposta quando se diz uma coisa destas? Será "Tens razão. És uma bela merda e eu ando a perder o meu tempo!"
O problema deste tipo de desculpas para minimizar os danos de qualquer rotura ou discussão é a não percepção do remetente da dor do destinatário senão, vejamos.
Está o indivíduo X a romper uma relação com o indivíduo Y. A dor de Y deve-se ao sentimento de perda relativamente à pessoa que X representava, pouco importa o que é agora ou que passará a ser, importa que o indíviduo Y é confrontado com a notícia "A pessoa de quem tu gostavas não existe mais.". É duro. E para reduzir a tristeza de Y o que podemos dizer? Por certo não é a melhor opção dizer qualquer coisa como "Olha... a pessoa de quem gostavas não existe. Nunca existiu. Era uma fachada porque no fundo quem existe sou eu e não te mereço. E para mais, tu és perfeito!".
Pior que isto só acrescentar "Não terás dificuldade em arranjar outra pessoa, é fácil gostar de ti.".
Isto aplicado a uma mulher ainda soa pior, é mais ou menos como lhe dizer "És tão fácil que qualquer um te engata." mas como não sou sexista acho que também soa bastante mal quando aplicado no sentido inverso.

Numa primeira análise a questão de quem sofre será sempre "Se o problema não sou eu e sou assim tão apetecível então porquê? Quem decide o que quer sou eu, não são os outros."
Mais para frente no tempo vai percerber que foi enganada e comecerá a sofrer por isso mesmo.
Deixando correr o tempo, e com um bocadinho de sorte e capacidade de análise, chegará à conclusão óbvia "Há males que chegam por bem e realmente não me merecia.".

Ou seja, por paradoxal que pareça a pessoa que usa a referida frase acaba por acertar.


Instinto

A cada passo pequenos ramos secos, folhas e palhas estalavam debaixo dos pés. O quadro de sons era completado pelo chilrear dos pássaros e pelo borbulhar da pequena ribeira que, correndo em ritmo acelerado, chocava com os seixos e rochas do seu leito num caos tranquilizante.
O cenário de fim de tarde complementava particularmente bem aquele passeio pela natureza.

Os dois aproximaram-se do riacho. Exploravam com os olhos o terreno abandonado, as ruínas destruídas de uma velha casa de granito, exploravam com a mente os desejos do seu amor.
As suas imagens refletidas na superfície límpida da água juntavam-se num abraço carinhoso e um beijo selou o momento.

Naquela tarde, o passeio seria tranquilo. Pelos locais mais isolados e desconhecidos. Naquela tarde queriam disfrutar do cenário, dos sons, da natureza.
Mas, naquela tarde, os instintos revelaram-se mais fortes. Talvez porque todo o ambiente assim o inspirava e se revelava no mais próximo da criação, talvez porque tudo o que os rodeava respirava instintos, sobrevivência, simplicidade.

Naquela tarde amaram-se junto ao rio. Amaram-se porque se amavam. Amaram-se porque no princípio e no fim, eram apenas animais, no seu habitat natural.

Amem-se... onde seja, quando seja, como seja...

Fecha os olhos!

Pensa apenas no que queres... agora... sempre!
Afasta tudo o resto...
Não... não abras os olhos.
Sonha... Sempre com um pé no chão...
Deixa-te guiar pelo que desejas.
Sente!
Não! Olhos sempre fechados!
Inspira... Deixa que o aroma te inebrie...
Sente novamente... Agora com os dedos... Com a pele... Com os lábios... Deixa que o tacto de seda te tranquilize...
Inspira...
Sente o sabor... Deixa que se desfaça na tua boca...
Não! Mantem os olhos fechados...
Deixa-te levar pelo desejo...
Calma... Lentamente... Saboreia o momento... Acredita... Deseja... Faz... Deixa acontecer!
Não abras os olhos! Não são eles que te guiam é o teu querer, o teu sonho.
Alcança! Não desistas! Resiste! Insiste! Prova! Explora! Descobre!
Sente... é o que sentes que deves seguir...
Abraça... Prende... Prende-te... Sê livre... Dá liberdade... Não pares... Não esqueças... Não deixes de sentir e nunca abras os olhos... Sente apenas... o sabor, o aroma, o tacto, o prazer, o alcançar...
Segue o que sentes e sente o que segues!


Temas actuais e fracturantes

Folheando o livro virtual de acontecimentos dos últimos dias fico na dúvida se deverei debruçar-me sobre os atentados em França e a moda de morrer como mártir, sobre o golo do japonês Tanaka que deixou o s.c.braga a ver os três pontos por um canudo ou ainda sobre o urro do Cristiano Ronaldo depois de ter sido premiado com a terceira Bola de Ouro da carreira.

Vamos lá por exclusão de partes, sobre os mártires já escrevi anteriormente, resta-me acrescentar que são muito ingénuos a pensar que vão encontrar 70 virgens depois de morrerem. Em primeiro lugar já não existe esse número de virgens a não ser que tenham todas menos de 14 anos, em segundo lugar faço uso de uma piada de terceiros... se é difícil aturar uma virgem imagine-se 70... por favor, tomem juízo e venham viver para a Oura. Não arranjam virgens mas safam-se todas as noites e várias vezes por noite se for preciso sem terem que aturar crises existenciais. Tema excluído.

Sobre o golo do Tanaka... pouco há a dizer. Deixou-os de olhos em bico, a ver os pontos por um canudo (como já mencionei), deixou-me contente, valeu, "vão vir" charters do Japão cheios de anões de olhos em bico e de máquina fotográfica em riste. Por curiosidade e para poder escrever um pouco mais, pesquisei o significado de Tanaka. Segundo o Google Translator significa, em qualquer língua, Tanaka, o que é óptimo porque chegamos à conclusão que afinal os japoneses falam como nós.
Tentei ainda a Wikipédia, onde comentam que é o quarto apelido mais usado no Japão e explicam como é escrito... não percebo bem a coisa mas escrevem "many & relationship" e fixei-me nesse ponto... é capaz de ter fundamento uma vez que o rapaz só nuns segundos sodomizou uns milhares de adeptos, atletas e técnicos do clube bracarense. Também na mesma página dão conta da utilização do nome também no Zimbábue onde significa "Nós fomos feitos bonitos"... basta olhar para o moço para perceber que não nasceu no Zimbábue. Tema excluído.

O Cristiano ganhou, sem surpresa, a terceira Bola de Ouro. Parabéns. Muito bom. Merecido. Agora podia não ter envergonhado novamente o país. Que festejo é aquele?! Que foto de família é aquela?! Meus amigos... espero que não volte a ganhar nenhuma Bola de Ouro. Sim. Eu sei que é mau desejar isto, é tuga e tal, é sem dúvida o melhor jogador de sempre mas... depois das lamúrias do ano passado, das ranhocas da D. Dolores no lencinho de marca festejar novo troféu com um urro daqueles... por favor... o que nos espera no próximo prémio?! Vai brindar-nos com um espetáculo de fogo preso usando apenas um isqueiro e os seus próprios gases?! Tema excluído.

Optei então por falar num tema muito presente na sociedade portuguesa sobre o qual quero colocar algumas questões.
Qual é a variação do número de suícidos em Portugal nos últimos anos?
Como se reconhece os "sintomas" de um potêncial suicida?
Como se evita um suícidio?

E é isto. Obrigado e boa noite. ;)

Não deixes de dizer

Não sei se alguma vez te disse que já não me lembro a que sabes, ao que cheiras, como te sentia. O tempo foi esvanecendo as memórias mas recordo bem como era bom ficar com o teu sabor nos meus lábios, com o aroma da tua pele na minha e continuar a sentir o calor dos teus abraços horas a fio.
Muitas vezes me deitei abraçado a mim próprio, procurando encontrar um pouquinho de ti em mim e acreditando que um dia seria possível ter-te ali mesmo, a meu lado.

Não sei se alguma vez te disse, que foste muito mais que um corpo onde saciava o meu desejo e muito mais que uns olhos onde me perdia. Foste uma amiga, uma confidente, uma ouvinte e um apoio. Foste a parte que me falta.

Não sei se alguma vez te disse que foram muitos os momentos em que o nó na garganta apertava por não poder desabafar contigo, como muitos outros em que  sofria por não ter notícias tuas, por saber que precisavas de mim, como eu de ti, e não poder ser quem deveria ser.
E foram tantos e tantos os momentos em que ri contigo, chorei contigo, senti contigo mesmo quando não podias ver.

Não sei se alguma vez te disse que, contigo descobri o que sou, descobri até onde podia ir, até onde queria ir e foste tu que conheceste cada canto de mim melhor do que ninguém. Sem ti ainda não voltei a ser quem sou.

Não sei se alguma vez te disse, que não fui até onde podia por falta de coragem, por falta de força, porque caí mesmo antes de começar a andar na direcção correcta. Porque pensei demais. Porque demorei demais. Porque pensei mais nos meus medos e receios que no meu querer. Porque ambos falhámos de uma maneira ou de outra. Porque nos falhámos um ao outro.

Tudo isto porque... Não sei se alguma vez te disse.


Je suis

Eu sou eu. Não sou Charlie nem Profeta, nem Deus nem outra coisa qualquer que não eu. E eu, por ser eu, não consigo conviver bem com aquilo em que nos transformámos.
Basta olhar para o nosso redor para encontrar vários exemplos daquilo que não devemos ser, daí até pegar numa metralhadora e ceifar vidas em nome de um Deus ou de uma religião é um passo, um passo que é cada vez mais pequeno.
Por outro lado, acossar animais irracionais e ignorantes é uma actividade que tem os seus riscos. Não que o humor e os cartoons satíricos sejam o rastilho que faz a bomba explodir mas, uns e outros, de um lado e de outro, são simples marionetas de poderes bem superiores que manipulam a sociedade.

Quais Deuses, quais religiões?! Tratamos aqui de homens e mulheres, demasiado pequenos que numa ânsia desmedida por riqueza e poder arrasam tudo e todos numa guerra onde os peões são os alvos que mais vezes caem.
O mais pequeno gesto de ódio e desrespeito pode, neste momento, ter consequências imprevisíveis.
Custará assim tanto ser Homem?!

E onde começam estas coisas?!
Na minha opinião, e por ser simplesmente como sou, começam todos os dias, em todos os gestos que temos ou deixamos de ter, com conhecidos ou desconhecidos. São esses gestos que podem armar metralhadoras, reais ou virtuais que, quando encontram as condições ideiais, "matam" humanos, sentimentos, felicidades, alegrias e arrasam o que somos.

Do que se planta, se colhe...

Abre-se a porta

Indefesa no seu sono, enrolada nos lençóis, na ressaca de um sonho que a faz libertar-se da roupa, não pressente que a fantasia está próxima de se tornar realidade.

Ele entra e aproxima-se, com o bater do coração a pautar o silêncio, observa o seu corpo delineado pelos lencóis e debruça-se apoiando-se na cama sem a acordar.
Hesita... os lábios adormecidos captam a sua atenção. Decide tocar-lhe. Com os dedos acaricia o contorno da sua boca e ela acorda, sem certeza de continuar ou não a sonhar. Os olhares cruzam-se e beijam-se. Hesitam para de imediato continuarem a explorar-se. O calor dos corpos grita por liberdade. As roupas voam pelo quarto impelidas pelo desejo. Ajoelhados na cama, num abraço nu, ela inclina-se sobre os braços dele e expõe pescoço e peito. Ele beija-a, lambe, sorve, sente. Ela geme e entrega-se.
Deita-a levemente sobre o colchão. As pernas dela abraçam o seu tronco. Segura o cabelo dele entre os dedos e assim o conduz, aproximando-o do seu sexo. A respiração ofegante, os gemidos cada vez profundos e frequentes dão o mote. "Come-me! Chupa-me!" Os pedidos em tom de ordem são o sinal de partida. A língua dele brinca com o seu clitóris, os dedos dele penetram-na e no mesmo instante um gemido rasga o quarto, os cabelos são puxados e sente espasmos de prazer a percorrer o corpo.
Prosseguem acelerando, respirações descontroladas, gemidos quase gritos. "Fode-me porra! Quero que me fodas!" Repete-se a obediência. Sem demoras nem rodeios. Eleva-se, deita-se sobre ela segurando-lhe nas pernas que o abraçam e penetra-a. "Ahhhh.... Isso! Fode-me!" Beijam-se! Lambem-se! Fodem-se! A loucura necessária para um momento inesquecível. O ritmo crescente. Uma e outra e outra vez. Ele reduz o ritmo dando indicação que irá parar. "Não pares! Foda-se! Não pares!" "Quero-te de 4! Já!" Ela sorri e acede. Recuperam a cadência descontrolada. Mudam de posição várias vezes, testam limites, exploram-se e no final. "Chupa-me! Quero me vir assim!" Ele deita-se e ela beija-lhe o corpo traçando a beijos o caminho da sua boca até ao seu sexo. Toca-lhe com a língua, provoca-o, percorre o seu sexo de alto a baixo para depois o engolir e fazê-lo entrar e sair da boca em movimentos cadênciados de ritmo crescente. "huuummm..."

Dia de Reis

Não que seja o meu dia, nada que se pareça. Eu nem gosto de bolo rei e tenho sérias dúvidas que a história dos três marmanjos com presentes duvidosos tenha mesmo acontecido. Aliás, oferecer ouro e incenso até se percebe. Ouro para ver se os papás arranjam algo melhor que um estábulo para criar a criança e incenso para disfarçar o cheiro a estrume da maternidade improvisada. Agora mirra?! Uma cena usada para mumificar cadáveres?! A uma criança que acabou de nascer?! Eh pá... poupem-me! Para isso ofereciam um talhão no cemitério local! "Puto, tás feito! Não chegas aos 34!" Dito e feito. Ou não... (Sugestão de leitura: A mentira Sagrada de Luís Miguel Rocha)

Então vamos lá, o porquê do post? Porque sou rei do meu reino.
Exactamente isso. Rei do meu reino e dono do meu destino. Frase feita? Talvez. Mas só depende de cada um levá-la à prática.

Hoje estabeleci objectivos, metas, vontades. Fechei ou programei o fecho de processos que se arrastam. Decidi só levar comigo até ao fim de 2015 o essêncial, o que me faz bem. Com o tempo espero deixar para trás tudo o resto, o que me faz mal.
Marquei no calendário mental, 28 de Outubro é a data. Até lá será a purga. Comigo segue quem realmente quiser e o que realmente fizer falta.

Sem certezas. A vida é um caminho que se faz sem certezas, por isso não vale a pena esperar por elas.

Siga! Quem vem?!

Nota Informativa

Vacina, vacinação, vacinado e outras palavras da mesma família não são acentuadas na sílaba va.

Acabei de ouvir a opinião de uma senhora na RTPi considerando que a "vácinação" é a melhor forma de prevenir a gripe sasonal e que as pessoas devem tomar a "vácina" pois quanto maior número de "vácinados" houver menores serão as consequências do surto.

Ou minha senhora... vá... cine-se se faz favor.

DVL

Desliga e Volta a Ligar.
O regresso custa sempre tanto... bolas pá! Desligar demora uns diazitos, voltar a ligar chega a demorar meses.

Era tudo bem mais simples se fossemos máquinas. Há quem esteja bem próximo disso mas eu não. Demora para caraças... agora ia mesmo dar uma volta pela serra em vez de estar aqui perdido entre janelas virtuais e trabalhos que já não me motivam.

Ainda por cima entrei na contagem decrescente para os entas. Não que a idade seja um problema para mim mas é daquelas metas em que se fazem balanços e se procura mudar n coisas. Ou então não...

Vá. Embora voltar a ligar e elevar o espírito! Este ano vai ser em grande. Aos 40 é que vai ser, já lá dizia o outro, que com a conversa da ternura aviava na mulher como se não houvesse amanhã. Ao que consta, que eu não estava lá para ver. :)

De 2014 a 2015

Que da desilusão e do arrependimento surja o sonho e a coragem.

Um óptimo ano de 2015 para todos!