D. Graciete

O mundo ficou virado do avesso depois das mais recentes publicações do site Wikileaks.
Confirma-se que a privacidade de qualquer habitante do planeta está (ou pode estar) a ser devassada e registada por uma enorme teia de americanos e pró-americanos estudiosos da vida alheia. Um único propósito nas suas mentes: dotar o governo norte-americano e respectivos gabinetes de segurança de todos os dados necessários para combater o terrorismo, as abelhas africanas ou qualquer outra grave ameaça que exista ou venha a existir, que paire ou venha a pairar sobre o grande império da verdade, justiça e liberdade - os Estado Unidos da América... bom... e talvez sobre os amigos israelitas ou outros que tenham algum interesse estratégico para o grande império da verdade, justiça e liberdade - os Estados Unidos da América.

Mas, sejamos objectivos, será que quem escreve aqueles textos, a serem reais, está a falar a sério?!
Que raio de mente acha que a melhor maneira de descrever a relação entre 1º ministro e presidente da Rússia como uma relação Batman and Robin?! Há ciência política por detrás destas palavras?! Já os pormenores sobre o líder líbio são bem mais interessantes... não pode subir mais de 35 degraus, voar mais de 8 horas de avião, não gosta de voar sobre a água (deve ser qualquer cena contra a história de JC caminhar sobre a água) e Kadafi parece que depende da sua antiga enfermeira ucraniana, Galyna Kolotnytska, a que chamam “loura sensual” e cujo apelido leva a suspeitar de prácticas que não interessa aqui detalhar... Bom, Sr. Moammar Kadafi, ucranianas, louras e sensuais (?) estão por todo o lado em Portugal, acho que em maior número só mesmo brasileiras, sempre pode tirar umas férias no algarve onde as casas são rasteirinhas e não têm mais de 35 degraus.
Supondo que este tipo de recolha já existe desde do tempo da guerra fria imagino que, nos momentos de maior tensão URSS - EUA, os respectivos presidentes trocassem palavras como "Usas tangas fio-dental estampadas com a foice e o martelo, seu comuna rabeta*!" tendo como resposta "A tua sobrinha andou enrolada com um cubano comunista, seu liberal capitalista*!"

O que acho é que a segurança dos Estados Unidos da América é totalmente pensada e controlada pela D. Graciete! Ah pois é... venham lá tentar deter-me por esta revelação bombástica! D. Graciete, a famosa cabeleireira de Alcabideche domina, da comodidade do seu salão de beleza Graci, toda a segurança dos EUA e, eventualmente, faz uns freelances para a Rússia. Entre o brushing semanal da D. Clementina e as madeixas da menina Zizá lá vai, D. Graciete, recolhendo informações preciosas sobre vizinhos da rua, muçulmanos terroristas, comunas ameaçadores e amantes dos líderes mundiais...

Mais a sério, isto de viver no mesmo planeta que os norte-americanos é como ter uma vizinha cabeleireira que não se fica pela nossa rua, controla o mundo inteiro.

* Para um comunista o "insulto" capitalista está ao mesmo nível do "insulto" rabeta para um americano, isto em termos de grau de ofensa.

Chico-espertismo ou apenas inteligência?

Já me acontecera em diversas ocasiões pedirem-me para fazer isto ou aquilo aproveitando a minha ida a determinado sítio. Ora um almoço ou uns bilhetes ou o que seja... amigos, conhecidos e colegas e eu, tudo bem!
Mas estar numa fila de pessoas, num sítio tradicionalmente demorado onde ninguém quer ter que ir e chegar uma pessoa, conhecida, bom, isto é, colega mas daquelas cujo comportamento roça o insuportável e fizer um teatro do estilo "faz tempo que não nos viamos e eu estou tão feliz por termos combinado aqui na fila!!!" só para ganhar 2 ou 3 posições, nunca me tinha acontecido... pensamento do instante "há gente com muita lata!"

10 minutos depois nova fila, espera-se o almoço, chego e tenho umas 6 pessoas à frente, uma delas é uma colega minha, penso "nah... é chato pedir-lhe e passar à frente de quem já está..." chega outra colega, pede-me para pedir o almoço, acedo e comento "ali à frente tá outra colega nossa" e claro está, imediatamente o meu favor passou a ser favor da colega mais bem posicionada porque isto do companheirismo, ao que parece, depende da posição na fila.
Perguntamo-nos depois como o país está na situação que está, pois parece-me óbvio, o povo tem o que merece e enquanto o "chico-espertismo" continuar a existir a inteligência continuará a ser desnecessária.

Estranha...

...a sensação de quem amarga as coisas que fez bem no passado pelo mal que provocam no presente.
Estranha a sensação de quem ganha medo do próximo passo, que embora correcto e incontornável, sofre da incerteza que a vida trouxe.
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A injustiça divina

Afinal quem perde mais? Eu que parto sozinho ou vocês que me veem partir?
Vocês perdem um familiar, um amigo ou inimigo, um pai ou marido, um filho ou um irmão, um colega, um apoio, um abraço ou um carinho, uma conversa sobre o tempo ou um desabafo sobre a vidinha, um café e dois dedos de conversa, um telefonema de parabéns ou um sms fora de horas, um email das piadinhas ou um de pedido de ajuda, uma despedida a pensar no regresso ou um regresso a pensar na despedida ou simplesmente qualquer coisa que nada vos diz porque nem sequer conhecem... eu perco tudo isso junto de um vez só.

Será que ficaremos mesmo bem quando chegar a nossa vez?

Um dia...

...a luz apaga-se de repente e não vamos ter tempo de reparar nas pequenas coisas que esquecemos todos os dias.

Conversa da treta

Esta vida é uma treta e nós somos menos que uma treta. Os grandes desaparecem, aparentemente sem justiça, sem critério ou justificação.
Ontem, quem nos deu a conversa da treta, não conseguiu vencer o "bicho" sem que o "bicho" o vencesse a ele mas quero acreditar que se riu e continua a rir connosco.
Admirei e admiro o Homem que enfrentou uma sentença de morte com um bom humor contagiante e ainda não consegui verter uma lágrima, mesmo sentindo uma enorme tristeza, porque acredito que sorrir é a melhor homenagem que lhe posso fazer... vale o que vale, não me conhecia, não sabia da minha existência mas gostava de uma dia enfrentar a mudança final com a força e coragem que senti nele.

Sem voz

Estava eu no carro com a minha princesa, parado junto do Colombo, quando fui abordado por um rapaz, pedinte e, muito possivelmente, "agarrado", talvez à heroína, como facilmente se detectava pelo estado lastimável dos dentes ou do que restava deles. De notar que o moço estava vestido com uma camisola do equipamento alternativo do benfica (aquele cor-de-rosinha!) e, portanto, nem tudo lhe corre mal na vida.
Iniciou a conversa com "Boa tarde. Em primeiro lugar quero agradecer-lhe estar a falar comigo porque estou ali e ninguém olha sequer para mim.". Eu, armado em engraçado, respondi prontamente com um "Isso é da camisola..." entre um sorriso que imaginei fosse impedir qualquer tentativa de agressão por parte do pedinte adepto do benfica. Surpreso pela resposta atirou um "Como?!" e o gelo quebrou-se então quando repeti a piadola, já sem o mesmo efeito, ele sorriu e disse "Eu tou a rir mas...", "não tenho vontade nenhuma..." completei eu só para mim.
Seguiu a sua história, talvez muito real mas provavelmente muito bem estudada, "Estou desempregado... por causa de um...", olhou para a minha princesa e fez uma pausa, "ia falar mal...mas... por causa de um patrão que não descontava para a segurança social estou sem nada, na rua...não sou drogado, roubar nem pensar, o que lhe peço é que me dê qualquer coisa ou que venha comigo ali dentro comprar umas latas de atum e pão para eu comer."
A verdade é que me tinha convencido à primeira frase, a verdade é que as pessoas não ouvem sequer, tudo o resto pode ser a maior das mentiras e depois?! É dinheiro para a droga?! E depois?! A verdade é que cada um de nós só se preocupa com o seu umbigo...

Infelizmente não tinha a minha carteira comigo, não tinha sequer moedas por perto e foi isso mesmo que lhe disse com a promessa de não me ir embora antes de lhe dar qualquer coisa.
Antes de sair ele estava longe, não me via, deu-se conta e eu, já fora do estacionamento recuei para lhe dar as poucas moedas que tinha. Agradeceu-me com um "Obrigado por não se esquecer de mim e desculpe a camisola!"

Paradoxo

Há muito que me debato sobre uma questão paradoxal de complexidade elevada mas completamente ignorada pela comunidade internacional de filósofos e pensadores. Tomei a liberdade de baptizar a questão de Paradoxo do Lugar de Deficientes, designação que, como poderão analisar no decorrer deste post, é absolutamente pertinente.

Vejamos... segundo a lei os lugares de deficientes estão reservados, por incrível que pareça, a portadores de deficiência. Assim quando um indivíduo aparentemente desprovido de qualquer deficiência estaciona num destes lugares está a cometer uma infracção, a abusar e a faltar ao respeito a pessoas que realmente têm direito do seu usufruto. No entanto, podemos assumir que esse infractor deverá ser portador de alguma anomalia psíquica que o impede de ter bom senso e educação o que o torna, à luz do que se assume ser deficiência, portador da dita e por consequência, passa a ter direito de estacionar no lugar amarelinho... mas se é assim, o facto que causou a provisória deficiência deixa de ser relevante, ou seja, estacionou por direito próprio num lugar de deficientes o que o torna, de acordo com o processo de construção desta análise, normal...

Posso prosseguir nesta divagação mas não faz qualquer sentido percorrer ciclicamente este paradoxo, não tem solução, deixo-vos entregues à cascata de pensamentos que por certo este post vos induziu!

Sem palavras...

...e com muitos pensamentos ou não. A verdade é que, como rio que corre para a barragem (que linda imagem!!!), sinto-me a encher mas sem conseguir abrir as comportas... acho mesmo que nem o caudal ecológico estou a garantir.
Do ponto de vista da conservação da natureza isto é um verdadeiro atentado, do ponto de vista da conservação da saúde também me parece que o é. (pela primeira vez na vida termino uma frase com "o é", o que me faz lembrar a exclamação brasileira "ué?! cê num sabia?" e que neste contexto é perfeitamente ridícula assim como este comentário que podia apagar mas parece-me que demonstra o que escrevo.)
Torna-se cada vez mais óbvio o que comecei por dizer, escrever neste caso, tento abrir a comporta um pouquinho e resulta nesta verborreia complexa e sem sentido aparente ou mesmo sem sentido.

Exercício: Escrever tudo o que se pensa e depois estabelecer uma lógica, organizar, hierarquizar e catalogar.
Resultado: Bolas... não há pachorra! Vá lá um tipo organizar esparguete num prato de carbonara... ou mesmo de bolonhesa! (mais uma bela metáfora... estou imparável!)

Mas lá está, a comida, é um bom tema para quem não tem tema... devia escrever sobre os meus calzones acompanhados de daiquiris de fruta ou mesmo das minhas tostas no forno ou ainda das minhas azeitonas com mel! Fica a promessa de uma foto e as receitas num próximo post, tenho que diversificar os temas deste blog e a cozinha é um tema fácil para mim, sem qualquer ponta de modéstia...

De volta...

...ou voltando aos poucos.
Houve muitos motivos para escrever durante as últimas semanas o tempo e a cabeça é que não permitiram nem uma palavrinha... estranhas semanas, em que o trabalho nos enche e faz desaparecer tudo o que nos rodeia para depois nos deixar com a sensação de ressaca e vazio de um dia para o outro. Ganham-se e perdem-se experiências, momentos e sensações únicas mas... a procura da mudança torna-se cada vez mais imperativa.

Baralhado

Talvez seja apenas uma questão de ver o que é e não o que gostaria que fosse. Ou então não...

Experiência extra-sensorial




Sentado... perdido nas janelas virtuais, abafando o som envolvente com a música que apetece, o ar com aroma de verão entra, ainda suficientemente fresco para aliviar o calor repentino e dou comigo a sair, flutuar, a viajar num tempo que já foi.

Sentado... perdido no silêncio do vazio do quarto, o raio de sol que me beija a pele, recosto no pequeno sofá e deixo-me adormecer, lentamente, esvaziando a mente do jovem adolescente.

E o povo alguma vez ordenou?!

Habituado a ouvir a história da revolução na primeira pessoa, pela voz de quem viveu de perto, muito perto, os acontecimentos dos dias 24 e 25 de Abril de 1974 sinto, como se na época tivesse vivido, a emoção de quem relembra dias de tensão, alegria e preocupação.
O dia que deveria ter mudado o país, o dia em que o povo assumiu, ou julgou assumir, de pleno direito a força de quem mais ordena não terá sido esse o dia que se encenou uma mudança para simplesmente garantir a continuidade da ditadura de quem controlou até então e continua hoje a controlar o país?

Não vivemos nós numa ditadura imposta por uma minoria de grande poderio económico?
Não são os meios de informação controlados pelas diferentes forças "em combate" e o povo informado com a desinformação conviniente, num estratégia de lápis azul, talvez mais digital do que noutros tempos mas por certo igualmente descarada?
Não são as obras públicas entregues sempre aos mesmos?
Não são protegidos de processos e injustiças alguns e abandonados à justiça injusta outros pela simples cor política ou de pele ou de família?
Quem sofre mais, o desempregado com 3 filhos menores para criar e não consegue pagar o pão ou o jovem revolucionário que não deixam dormir à custa de queimaduras de cigarro?

Apenas evoluiram os métodos, a censura é mais eficaz, a estupidificação do povo é massiva, a tortura é psicológica e social, a ditadura é do poder económico e os senhores de outrora estão de volta e são venerados por quem simultaneamente apela ao espírito de Abril e aos valores revolucionários.

Não é a liberdade que sentimos apenas uma ilusão?



Tábua de pregos

O novo livro de Manuel Alegre é mais uma pérola na minha pequena biblioteca.
Confesso que admiro o que espero venha a ser o novo presidente da república, ou talvez apenas o miúdo que pregava pregos numa tábua ou mesmo o Manuel Alegre mas, a admiração pelo político de crenças fortes e individualidade assumida nada tem que ver com o gosto que tenho em ler os romances, novelas ou, neste caso, o que parece ser uma auto-biografia resumida, ou talvez não, de um miúdo que engoliu os compridos do avô, que talvez seja o próprio Manuel Alegre embora não tenha a certeza que alguma vez tenha sido.
Ainda não me sinto com dimensão para abraçar a poesia, deste ou de outro qualquer autor, mas este livro devorei-o de duas acentadas, é pequeno mas cheio de sumo e traz ao nível do comum dos mortais uma personagem que nos habituámos a ver num patamar superior. As passagens banais, de uma vida quase igual à de tantos outros, que marcam e moldam aquilo em que nos transformamos fazem-nos pensar que talvez tenhamos sido todos miúdos que pregaram pregos numa tábua, que engoliram os comprimidos do avô ou mesmo que tenhamos tido pequenas experiências sexuais com a empregada da casa.
Uma vida cheia resulta em 112 páginas duma contínua charada sobre quem é quem revelando a espaços as migalhas que fazem uma vida.
Contei até vinte e foi uma óptima experiência descobri-lo.

Muito bom Sr. Presidente!

Inacreditável

Já faz tempo que não uso este espaço para falar de política ou futebol mas hoje volto, ao futebol e ao código de cores que em tempos decidi aplicar aos meus posts. Tema do dia a inacreditável contratação do Sporting, claro está.
Para treinador das próximas duas épocas desportivas a direcção da S.A.D. do Sporting escolheu o Sr. Paulo Sérgio!
Quem?!
Paulo Sérgio Bento de Brito.
Como?! Outro Paulo Bento?!
Mas com um cabelinho ainda mais ridículo!
Por sorteio, certamente... ou terá sido aposta do Pinto da Costa como trunfo para a re-eleição?!
O comunicado divulgado no site do clube anuncia a sua contratação indicando o CV do treinador, 42 anos. Sim, ponto final. É este o CV do novo treinador do Sporting, pelo menos é a informação mais relevante ao ler o comunicado do clube. Pesquisando um pouco descobri que passou os últimos 7 anos a treinar clubes de grande dimensão internacional e, talvez, nacional (como dizia o outro) - Olhanense (3 épocas), Santa Clara, uma breve passagem pelo Beira-mar, estrando-se na 1ª liga na época passada à frente do Paços durante 8 jornadas, rumando depois para Guimarães onde se encontra neste momento.
A minha questão é, terá o Sporting dimensão suficiente para um profissional com este CV?! Dou o benefício da dúvida ao novo treinador do Sporting mas a direcção e responsáveis por esta escolha já não contam com as minhas dúvidas (certamente não contam com nada meu, mas foi uma força de expressão), tenho a certeza da falta de qualidade na gestão e orientação do clube. Actualmente o Sporting necessitava de uma decisão positiva, indiscutível e de unanimidade.
Até morrer, Sporting!

Redes sociais

Fenómeno recente, ou nem tanto, no mundo virtual, ou nem tanto, tornaram-se ponto de fuga para milhões de pessoas no mundo inteiro.
Correremos o risco de virtualizar toda a nossa existência?! Fará sentido?!
Facto é que neste mundinho virtual as pessoas se escondem ou se revelam como não conseguem, ou não querem, fazer na realidade. Mostram-nos o seu verdadeiro "eu" ou criam a personagem que gostariam de ser, começam relações, cortam laços, conhecem pessoas, ou personagens por outros criados, eliminam sentimentos ou bloqueiam amizades, escondidos atrás de uma máquina, que tanto nos aproxima com de seguida nos afasta, não sentem receio de magoar ou arriscar porque tudo se resume a um clique de rato.
Esquecemos que atrás da personagem virtual que todos nós criamos existe uma pessoa que sente e pensa? Uma pessoa que todos os dias tem que acordar e viver numa realidade que nada tem de virtual?


No que a mim me toca, a personagem que criei procura ser o mais próximo possível do que eu sou na realidade, por vezes até mais real que o real, o tipo que ri ou chora nos acordares diários, que desperta para a alegria ou tristeza a cada dia, é o mesmo aqui escreve ou que apenas diz "Bom dia" a um amigo numa qualquer janela deste mundo virtual, ou real... porque um amigo é sempre real e para eles estarei sempre presente.

Arco-íris





























As tempestades têm o seu lado positivo mas é preciso ter a sorte do encontrar.

Engonho ou sou pastelão?!

Despois de no sábado ter recebido com resposta à questão "Eu não brinquei contigo antes e depois do almoço?!" a motivadora afirmação "Não... Estiveste a engonhar!" oiço hoje ao acordar "És um pastelão a levantar-te!"

És a minha coisinha mais fofa! :)

Boa Páscoa!

Que não sou crente já todos sabem, como podia ser quando me tentam convencer que os coelhinhos põem ovos... ainda por cima de chocolate?!

Ao que parece a mania foi importada dos egípcios e persas, os primeiros usavam os coelhos como símbolo de renascimento na celebração da primavera e ambos os povos ofereciam ovos pelo simbolismo que lhes era atribuído - egípicos coloriam os ovos acreditando no poder de amuleto dos mesmos os persas estavam muito à frente, os persas sabiam que, e preparem-se para a revelação que ira transformar a vossa vida, o mundo surgiu de um ovo!

Depois, como tantas e tantas coisas igualmente usurpadas, estes símbolos começaram também a ser utilizados pelos cristãos como representação das suas festividades. Covenhamos que chamar coelhinho a Jesus Cristo teria sido bem mais fofinho que chamar-lhe cordeiro de Deus, todos sabemos que o coelhinho quando cresce passa a coelho e o cordeiro passa a... quer dizer, não vale a pena entrar por aqui senão ainda crio um "intifada" cristã contra o meu blog (que mistela relogiosa que para aqui fiz!).

De qualquer forma, e para não ferir susceptibilidades, parece-me bem desejar a todos os que possam perder tempo a ler este blog uma boa Páscoa, com ou sem coelhinhos, com ou sem ovinhos de chocolate e amêndoas e afins.

Nota: Podem consultar este artigo http://estudos.gospelmais.com.br/pascoa-do-senhor-x-coelhos-e-ovos-de-chocolate.html onde fui buscar a informação que a minha ignorância não detinha. Artigo interessante que nos diz que deveriamos, caso fossemos verdadeiros cristãos, não só comer o cordeirinho, como espalhar o sangue pelas portas das casas e deglutir ervas amargas e pães asmos (sem fermento) para poder sobreviver ao anjo destruidor... começo a ponderar ler a bíblia... mas só à luz do dia e nunca sozinho que deve ser um verdadeiro livro dos horrores!

Força da razão

Na memória fixas o momento, entre os braços sentes o conforto de quem não exige, danças ao luar com a liberdade de quem apenas sente, soltas a sinceridade porque nada há a esconder, custa partir porque desejas ficar... esses momentos viverão para sempre em ti, bem junto de quem insistes em esconder para que a razão tenha razão.
É assim que funciona... são assim as regras...

Partir

Não se despeçam, não chorem, não sofram.
Despedir é não ter esperança de voltar a encontrar. Chorar é homenagear o sofrimento e esquecer a alegria que alguma vez tivemos. Sofrer é um acto de egoísmo.
Deixem partir e aplaudam, sorriam, lágrimas só de emoção pelo que de positivo vos trouxe. Nas cinzas indefinidas de ser e madeira partem o bom e o mau, celebrem o primeiro e humilhem o segundo.
Quem sabe o que virá depois... acredito que é a presença eterna no sorriso, no gesto de bondade, no carinho e no amor, viverá então como sempre quis ter vivido.

Passo a passo

O longo caminho que nos leva a lado nenhum é lento e nem sempre fácil, procuramos chegar sem perceber que o importante é olhar em volta e beber cada momento, cada pormenor, porque ao chegar tudo termina.
Um passo já está, inseguro e incerto, a inércia dá lugar à esperança e o medo de falhar não nos pode controlar. Falhar já não é opção.

Dilemas e paradigmas

Acordar no sonho e não querer despertar na realidade.
Sentir que se pertence sem que alguma vez se tenha pertencido.
Procurar as justificações que não existem numa idade distante dos porquês.
Acreditar que talvez, sabendo que provavelmente nunca.
Saber que sim e não perceber porque não.

Amo-te!

Quando te vi pela primeira vez ao vivo, no dia 15 de Agosto de 2006 pertinho das 23h, o cansaço de um dia de espera ofuscou a luz que se acendeu em mim. Naquele instante a minha vida mudou definitivamente e este dia só é meu porque tu existes e fizeste de mim pai.
De mansinho, ser indefeso de força tamanha, tornaste-te fonte de vida, cascata de alegria e arco-iris de felicidade. Os meus sorrisos, as minhas lágrimas, a minha vida existem por ti.
Toda a tristeza se dissolve com um sorriso lindo e mesmo que os problemas não se evaporem o paraíso é sempre realidade num abraço teu.

És o meu maior tesouro e ver-te crescer é o espectáculo mais bonito do universo.
Procuro todos os dias, penso a toda a hora no que fazer para que o teu mundo melhore a cada passo, não é simples, por vezes não consigo.
Peço-te desculpa por nem sempre estar presente, por nem sempre poder ser o que esperas de mim. Estou certo que és e serás sempre melhor filha do que eu pai mas quero que saibas, acima de tudo, que te amo mais do que tudo na vida.

Obrigado minha pitufa!





 

Novo aspecto

Obrigado aos senhores do Google pela ferramenta que permite fazer do meu blog um sítio único, tão único como apenas mais 12756 blogs que utilizem o mesmo template. Coloquei como fundo uma foto minha só para disfarçar...
Já faz algum tempo que estava a pensar mudar o grafismo do blog mas não era esta a minha ideia. Estes senhores acabaram de adiar o meu plano por mais uns meses, anos talvez. Raios!

Que me falta fazer?


Já plantei a árvore (mais que uma até), já tive uma filha, falta-me o livro para cumprir o meu papel na sociedade... ao que se diz por aí ou por aqui.


Curiosa a regra de equilíbrio implícita nesta sentença, plantamos a árvore para compensar a que terá de morrer para servir de suporte ao livro. Com os suportes digitais estragámos o equilíbrio, escrever um livro já não obriga ao consumo de árvores, fazer um filho nunca obrigou e deixámos de plantar árvores esquecendo que elas são precisas para o filho poder respirar. A memória é curta.

Podia divagar pelo tema, optando por este ponto de vista ecológico, mas o que me preocupa é a minha incapacidade latente em escrever um livro. Mais ainda o ter de recorrer a estes temas pouco interessantes para escrever posts! Mas...
Pesquisei um pouco (muito pouco mesmo) pela origem da frase e descobri que foi proferida por José Martí, poeta cubano cujo nome nada disse à minha ignorância a não ser quando li que foi o autor de "Versos Sencilhos", que continuava a nada me dizer até descobrir que posteriormente foram adaptados na famosa música cubana "Guantanamera".
Com isto apenas enriqueci a minha cultura geral (eventualmente a vossa) e falhei em todos os outros objectivos, principalmente no de escrever um texto com pés e cabeça que permitisse distraír, ainda que temporariamente, os leitores deste meu aterro de ideias.

Também na minha curta pesquisa descobri que muito pseudo-escritor, por este mundo fora, se dedicou ou dedica a explorar os encantos desta citação, mais ou menos profundos, a atirar mais para o ecológico ou mais para o literário. Muitos são aqueles que encontram nesta frase, ou pelo menos procuram encontrar, uma filosofia de vida... como se apenas da ecologia, da paternidade e da cultura literária dependesse a nossa felicidade. Não depende, duvido que o próprio autor tivesse tido a intenção de lhe dar esse cariz, e digo isto, convictamente, com a certeza de quem tem noção de toda a sua falta de conhecimento e cultura.

Por isso o livro pode bem esperar que surjam a inspiração, a arte e o engenho porque tenho mais que fazer.


Realidade


Habituas-te apenas a desejar, a sentir imaginando que alcanças a mais brilhante das estrelas, a sonhar acordado na esperança de um dia acordar no sonho, tocas ao de leve a realidade e concentras-te no querer sem acreditar no poder, em silêncio questionas procurando respostas que podem nunca chegar... podes subir bem alto, adormecer sob um céu estrelado, sentir que alcançaste mas terás inevitavelmente de acordar porque a realidade não depende só de ti.

Enquanto tu dormias...


Pela segunda noite consecutiva a cidade adormece e nós, quais cruzados do bom serviço ao cliente, oferecemos o que resta da nossa energia e capacidades numa batalha pela satisfação de terceiros. Espero ansiosamente as palavras de agradecimento que nunca serão ditas e a palmadinha nas costas recheada de hipocrisia e fingimento. É cada vez mais difícil encontrar realização onde não encontro nem lógica nem recompensa.

Hoje, enquanto tu dormias, eu morri um pouco mais e senti que nada faz sentido se corro o risco de um dia não conseguir ver-te acordar.

Não dá mais

Estou a ficar velho. Tempos houve em que passar uma noite em claro era como comer um travesseirinho de sintra, sem custo e com muito prazer. Hoje não dá mais, desisto às 5h. É certo que só faltam 2 horitas para tomar um banhinho e ser oficialmente declarada a directa mas não dá mais, preciso dessas horitas de sono.
Nem mesmo Morrissey, Mayra ou Freddy Mercury me conseguem segurar, a banda sonora já não faz efeito... nem vou tentar Iron Maiden! Se ao menos fosse para admirar estrelas mas é para trabalhar e devo confessar que já não tenho paciência para este projecto (pergunto-me se tenho paciência para alguma coisa mesmo!).
Com reunião de apresentação de progressos marcada para as 15h, é possível que eu me dedique a não fazer "a ponta de um corno" (termo técnico) durante a toda a manhã, que dedique o período de almoço à maior das preguiças (caso não surja melhor programa) e que à hora de reunir esteja com uma pedrada de sono que nem me dê conta da ira do cliente. Tudo bem desde que não grite porque isso é do pior para quem tenta dormir.

Caro amigo, eu tentei, já não tenho a energia de outrora mesmo assim, tentei. Procurei com todas as minhas forças concentrar-me e avançar o mais possível mas quando os passarinhos começaram a cantar, ecoaram-me na memória as sábias palavras do meu falecido avô materno. Chegava eu e "mê" primo (um dos primos) a casa depois de mais uma longa noite de desgraça e perdição na "Santa Terrinha" e ao "esbarrar" comigo à porta de casa, meu avô soltou, em tom grave e acusador, a dura afirmação - "A estas horas só chegam a casa os bardinos!" (de notar que entrar em casa fintando todo e qualquer encontro com vivalma se tornou num desporto cheio de adrenalina, especialmente porque, não raras vezes, a casa já não parava quieta).
Ora... desde então tenho tentado alterar a minha categoria de bardino para qualquer coisa mais digna, é por esse motivo que me vou deitar antes de serem 7h... hora limite que me diferencia do bardino que em tempos fui.
Se ao menos tivesse sido apelidado de valdevino, doidivanas ou mesmo pantomimeiro, expressões bem mais eruditas, não teria por certo ficado tão traumatizado.

Nota 1: Para quem não faz ideia do que seja um bardino aconselho uma visita ao priberam.pt ou outro qualquer dicionário de língua portuguesa.

Nota 2: Com esta brincadeira já passou mais meia hora... bolas... tou a meio caminho entre o decente e o bardino! Quem nasce torto...


Em pausa...

Já alguma vez ficaram parados no tempo? Num segundo? Num instante? Num som? Num verso?
"Hoje o dia amanheceu tão triste..."

Mayra Andrade


Concerto de 27 de Fevereiro de 2010 no Olga Cadaval. Na introdução à música "Konsiensa" Mayra usou a expressão "indiferença confortável" em que vive... em que vivemos muitos de nós. Por certo a nossa indiferença torna o mundo de outros inconfortável.

Fica uma música do último albúm que, talvez por ser a única em português, me ficou no ouvido.



E será que nós sabemos?

Sentidos

Presente, passado e futuro unem-se num único momento onde te transformas num receptor, apuras os sentidos e absorves tudo o que sentes esvaziando a mente das superficialidades da vida que assumes, teimosa e repetidamente, como o topo das prioridades.
Inspira, vê,ouve, saboreia, sente... o verdadeiro prazer é o do momento único onde nasces, vives e morres de uma só vez. Nada mais existe.

Sente o aroma que se liberta da terra seca quando beijada pela chuva de verão. Fecha os olhos e inspira. Liberta-te e concentra-te no momento.
Vê o mar que se estende a teus pés e te acaricia a pele em massagens de espuma. Deixa-te absorver pela areia molhada. Fixa o azul infinito.
Ouve a música do vento que corta a chuva forte enquanto te escondes dos teus medos no lugar quente que sabes te protege sempre. Sente a manta que te aquece.
Saboreia o doce do mel nos lábios e o salgado das lágrimas de quem consolas com um beijo. Deixa que o sabor permaneça.
Sente o frio da neve fofa enquanto caminhas por onde ninguém caminhou. Cai. Deixa-te invadir pelo toque do gelo.

Entrega-te. Sente o arrepio de quem descobre, de quem conhece pela primeira vez. Todo o conhecimento se resume ao que captas e tens um momento para alcançar o que desejas. Agora e aqui apenas o teu desejo é realidade e o sabor doce do prazer nunca será amargo.
Não existe passado, nem futuro, só presente, só o momento.

Crónica dos filmes de fim de semana

Reduzi dois filmes à minha To buy and To View List - Paris Je T'aime (18 curtas de vários realizadores) e Los Abrazos Rotos (Almodóvar). Aumentei um filme à minha To buy and To View List.

Sou admirador dos filmes de Isabel Coixet e foi muito por culpa desse facto que comprei Paris Je T'aime 3 anos depois de ter sido lançado(reconheço que estou um pouco atrasado!).
Começo a notar um padrão em tudo o que esta senhora faz... há sempre alguém moribundo ou a caminhar para lá. De qualquer forma, a simplicidade e o realismo das histórias fazem-me continuar a procurar os seus filmes (Infelizmente ainda me faltam uns quantos que estou a tratar de encomendar nas Amazons da vida).
Quanto ao filme, 18 histórias, curtas, que variam entre a comédia e o drama, entre o realismo e o místico mas que, supostamente, têm por base o amor. Não tocando nunca nos extremos e conseguindo uma uniformidade que o torna interessante de ver, contêm histórias que nos deixam mais qualquer coisa que outras. O título do filme podia perfeitamente ser Um dia em Paris.

Em lista de espera entrou agora New York I Love You, vá-se lá saber porquê!

O segundo filme de fim de semana, mais recente, não surpreende. Muito espanhol, muito Almodóvar, sempre a bom nível. Surpreende o facto de a meio do filme já se saber quase tudo o que há a saber, ou não... De qualquer forma, mais um belo filme de Almodóvar. Humor, drama, erotismo, insinuação, paixão, atracção, amor, ciúme e complexidade tudo em doses q.b. mas que revelam em toda a sua dimensão os sentimentos e desejos impressos em cada cena. Como resultado um objecto para diferentes humores e disposições que não nos deixa indiferentes.

A única dúvida que mantenho é como é que um gayzola como o Almodóvar tem um fascínio tão grande pela Penélope?!

Fica a banda sonora deste último, que é o que se salva deste post. (Peço desculpa pela falta de inspiração mas acordei com uma enorme dor de cabeça.)

http://www.youtube.com/watch?v=E3CJiJX-qLE


Terapia

Eu e a minha "bicla", 20 km, ritmo baixo, chuva, sol, muita lama e vistas inspiradoras... pelo menos fica-se mais "leve".

Bom fim de semana

Confesso...

...que saber que escrever para "tanta" gente me deixa um pouco nervoso. OBAMA Mas garanto que a fama não me está a subir à cabeça. SEX Continuarei a ser o mesmo parvo que sempre fui! FACEBOOK E se alguma vez sentirem que o não sou podem utilizar o número verde de atendimento ao leitor, SOUTH AFRICA o email do serviço ao leitor ou ainda contactar com a minha relações públicas que em breve divulgarei neste blog. CRISTIANO RONALDO Certo que todos os vossos contactos terão o devido encaminhamento e, de acordo com a minha agenda, tratarei de responder pessoalmente sempre que me seja possível. REAL MADRID

O facto de ter "tropeçado" com a listagem de palavras mais pesquisadas na net não significa que passe a escrever para as "audiências" ou que venha a fazer uso dela! SÓCRATES A provar, e depois deste pequeno esclarecimento, passo a focar-me no tema que aqui me trouxe - Consultores de Imagem. FACE OCULTA

Os consultores de imagem são assim como os psicólogos da estética... BERLUSCONI nunca tive grande simpatia pela profissão porque sempre acreditei que cada um deve ser como é e não como os outros querem. WORLD CUP FIFA Na realidade os consultores de imagem dedicam-se a estudar ao pormenor a imagem e comportamento da pessoa de modo a que a mesma seja do agrado do maior número de pessoas. IRAQ

Dada a internacionalização do meu site perguntou-me... será que é uma profissão assim tão inútil?! BIN LADEN

Estou histérico!!!

Na actualização das estatíticas deste meu depósito de detritos mentais tenho a salientar a ténue coloração de, não 1 mas 2 países estrangeiros e de língua oficial não portuguesa!

Não sei se deva reportar às autoridades Inglesas e Suecas a "desorientação" de, pelo menos 1 dos seus habitantes... dado que para virem aqui parar podem ser indíviduos em quebra.

De Portugal chegaram 17 visitas e o número total (e mundial, quisá universal) de visitantes subiu para o fantástico número de 7!

Hoje a Inglaterra e a Suécia, amanhã o Universo (ou o Lichtenstein)! Obrigado! Thank you! Tack SjÄlv!


Stats

Gostaria de partilhar convosco... ou deveria dizer comigo e consigo caro único leitor do meu blog, que instalei o Google Analytics neste "precioso" aterro de ideias.

Correndo o risco de uma análise prematura dos resultados, uma vez que apenas disponho de informação relativa a hoje, devo desde já dizer que estou fascinado com o que descobri. Atingi o número incrível de 2 visitas que gastaram menos de 10 segundos a consultar o blog... uma das visitas foi a minha.

O Marco Paulo já não move massas... e eu nunca movi. Bolas! :)


Minisom, Minisom!!!

Na Rua dos Fanqueiros (baixa de Lisboa), a montra da loja de aparelhos auditivos Minisom tem um poster gigante de publicidade com a cara de Marco Paulo... claramente alguma fã não se conteve, resta saber se é fã do cantor ou da loja, tendo em conta os testemunhos que se podem ler no website da marca.

Bola de cristal

Usamos o instinto, a sintonia, a sugestão, a imaginação e a razão. Optamos pelo método nos parece mais acertado à situação. Acreditamos no que vemos e mais no que queremos acreditar. Criamos o nosso mundo de papel que resiste até à primeira enxurrada de realidade que, a seu tempo, não conseguimos ou tivemos receio de (pre)ver.

Não faz falta uma bola de cristal, o tarot ou outra qualquer ciência oculta para ler o que sentimos, o que está dentro de nós ou por perto, só faz falta não o suterrar em camadas de comodismo, facilitismo ou, simplesmente, falta de coragem.

Importante é sentir que somos sinceros com nós próprios. Importante é sentir que a cada momento, a cada decisão, fomos nós que, por vontade própria, assumimos os riscos e as oportunidades. Importante é saber que o nosso destino está sempre nas nossas mãos.

Perderemos sempre assim como ganharemos sempre. Para que lado pende a balança... logo se vê.


Autocarro 174

Ontem não li. A minha lista de filmes em espera já está enorme e optei por pegar no leitor de dvd da minha princesa e ver um filme brasileiro, "Autocarro 174".

Baseado em factos reais representa mais um enorme testemunho daquilo em que a sociedade brasileira, nomeadamente a do Rio, se transformou. A juntar a todos os outros filmes brasileiros de grande qualidade. A realidade, não haja dúvida, ultrapassa em muito a ficção. Não são precisos 3D, efeitos especiais, grandes fortunas, estúdios e distribuidoras globais para nos fazer pensar e sentir o quão pequenos e frágeis somos, para nos contar uma história que nos marca e nos faz viajar pelos caminhos e encruzilhadas da mente humana e da vida.

A inocência do ser é rasgada tão cedo quanto a necessidade de sobreviver e quando perdemos a inocência, quando somos sujeitos à pressão de ser adultos, quando somos deixados sozinhos sujeitos aos acasos da vida e à violência do abandono tudo pode acontecer.

O filme fez-me pensar se cada um de nós não podia ser aquele adolescente que, desesperado, comete uma loucura sem objectivo outro que aquele que cada um de nós tem, não ser abandonado. Será que cada um de nós não pode estar, na sua busca pelo sucesso, no seu egoísmo próprio do dia a dia, a empurrar alguém para algum acto de loucura ou desespero?!
Estaremos mesmo a "ouvir" tudo o que nos "dizem"?


Info sobre o filme.

Noite nova... livro novo

Desfolhadas as páginas de "Querido Rámon" e sem ter tempo de o digerir convinientemente, apenas o fechei e recriei na minha imaginação um gesto de reverência, respeito, compreensão e apoio à causa de Rámon. Verdade seja dita, escrita neste caso, eutanásia é algo que não me deixa dúvidas, compreendo toda a dimensão da questão mas sou muito pragmático... cada um sabe da sua vida ou morte.
Arrumei na prateleira e iniciei nova aventura literária.

Luis Sepúlveda já me havia prendido a atenção com dois dos seus mais famosos romances, O velho que lia coisa e tal e A história de uma gaivota assim e gato (pesquisem que também faz bem). Não posso adiantar muito sobre "A sombra do que nós fomos", comecei ontem, leio lentamente, já ia a meio caminho entre o mundo de cá e o dos sonhos. Apenas sei dizer que começou um pouco confuso... aguardo que repouse a poeira para que possa tecer mais comentários. Ou não, que eu como crítico literário sou um bom informático!

Agora vou-me agarrar ao trabalho, que as coisas estão atrasadas e pelo que percebo ainda me despendem sem que eu tenha tempo de acabar os projectos.


País das Maravilhas

Demasiado tarde para escrever um post... somando a isso, acabei agora mesmo parte do trabalho que tenho para fazer este fim de semana, um pequeníssima parte, assim, só poderá sair treta (termo técnico). Afinal já estão habituados, não é?

Carnaval à porta, motivação pelas ruas da amargura, a palhaçada já começou hoje com notícias matinais que prometem boa animação carnavalesca num futuro próximo. Esta semana passou a correr numa lentidão tamanha que tive com a mesma dor de cabeça de segunda a sexta, curiosamente, hoje a expectativa de "más" notícias aliviou-me ligeiramente a cefaleia que, escreva-se, já me está a deixar um pouco farto.

Nem tive tempo de ler as revelações do jornal SOL que, em desafio da justiça, fechou os olhos a uma providência cautelar e publicou mesmo mais umas escutas do País das Maravilhas... Mas o importante não é perceber o que dizem as escutas, nem se são ou não legais, se indiciam algum crime, ou se devem ou não ser destruídas. Tão pouco importa se o jornal pode ou não tornar publicas as mesmas ou se senhor A ou B, que se sinta lesado, interponha uma providência cautelar no sentido de evitar a divulgação dessa informação. O que importa perceber é o macro-processo pelo qual se rege o nosso país.
Vejamos... Uns quantos amigos, colegas de secretária na mesma pseudo-universidade (ou talvez escola secundária, primária, c+s, b+t, x+o, ABC123, sei lá) "governam-se" o "nosso" país, as "nossas" empresas públicas e privadas, a "nossa" economia, a "nossa" indústria, etc. Tal tarefa, árdua por certo é pouco compensada e os senhores dedicam-se com grande afinco às nobres tarefas que lhe são incumbídas sem que no final a sua riqueza aumente significativamente, por vezes até, os próprios filhos, esposas, pais e/ou irmãos, sem qualquer trabalho conhecido, garantem fortunas bem superiores às destes senhores!
Outros, que eventualmente também desejam ter um papel activo no "governo" do país mas que não frequentaram as mesmas escolas, escutam ou ordenam que se escutem os contactos telefónicos, sms, emails, conversas de café dos primeiros na tentativa de provarem a existência de comportamentos ilícitos e poderem fazer uma troca de grupo de amigos, sai branco, entra preto.

Enquanto a "justiça de primeira instância" (sistema judícial português) olha para as investigações, provas e escutas meses a fio e procura justificar a decisão final de que nada se passa, já corre a grande velocidade o processo na "justiça de segunda instância", também conhecida por "escarrapachar tudo num jornal de tiragem nacional ou na TVI ou nos dois sítios em simultâneo" e cujo início de processo se designa por "quebra do segredo de justiça".

Alguns dos senhores do primeiro grupo sentem-se lesados na sua honra ou sentem que a mesma possa estar em causa (honra também chamada "conta bancária") e tentam recorrer a procedimentos legais para evitar mais danos.
Os orgãos da "justiça de segunda instância" ignoram olimpicamente tais procedimentos e divulgam tudo e mais duas ou três notícias sobre cusquices do "jéte sete". O povo fica escandalizado com as cusquices do "jéte sete" e no final quem governava o país (e restantes entidades) continua a "governar-se", quem "escutava" continua a "escutar", a justiça desculpa-se com erros processuais, quem se sente lesado acaba por deixar de se sentir e os orgãos da "justiça de segunda instância" continuam a procurar causas que façam vender mais ainda sem sofrerem qualquer penalização.

O povo, esse, continua a ser explorado, despedido, mal-tratado, enganado...

Existem fenómenos idênticos na natureza, nomeadamente:
"Parasitismo é uma relação desarmônica entre seres de espécies diferentes, em que um deles é o parasita que vive dentro ou sobre o corpo do outro que é designado hospedeiro, do qual retira alimentos.Os parasitas geralmente não têm intenções de causar a morte dos hospedeiros embora tenham noção de que estão lhes causando prejuízos..."
Mas atenção:
"...no entanto uma vez por outra a população do parasita cresce exageradamente em determinados hospedeiros de forma que a superpopulação desses parasitas acaba causando a morte desses hospedeiros devido ao excesso de prejuízos causados pela quantidade anormal de parasitas parasitando um só organismo hospedeiro, designada hiperinfestação de parasitas."
Fonte: Wikipédia


Sol ou Sombra

Viver na sombra... abraçar o amigo quando o sol não brilha, quando a lágrima cai, absorver todo o negativismo de quem hoje encontrou uma pedra no caminho, ajudar a levantar e levar ao colo se preciso fôr. Calar para não preocupar, para não fazer pior a quem se gosta, a quem se ama. Ouvir e sorrir para depois chorar no canto, de olhos tapados e mente em rodopio. Beber a dor de outros, engolir o próprio sofrimento, sofrer por quem não se quer ver sofrer, viver a vida de todos a quem se quer dar a mão. Trazer o Sol e levar a Sombra...

O Sol esgota-se, a sombra afoga e já não se consegue beber mais dor, engolir mais sofrimento mas quando se grita não sai som, quando se procura não se encontra luz e viver... já não se vive.


Life - Errata

Relativamente ao meu último post passei bastante tempo para perceber porque o escrevi em inglês e não em português... ainda não percebi
Para quem me conhece terá sido estranho, eu, um acérrimo defensor da utilização do português sempre que possível e da não banalização dos estrangeirismos, estar a escrever uma citação em inglês! Mas foi assim mesmo que me surgiu na cabeça.
De qualquer forma, serve o presente para publicar a tradução para português, o que deixaria a citação mais ou menos assim:

"A vida é bastante interessante até a teres que viver."

Bastante porreira ou muito fixe? Podia ser fixola... bacana, num tom mais brasileiro. Podia ser bastante, muito, algo interessante, mais ou menos interessante e por aí fora.
Mas a verdade é que este pensamento não é para ser levado à letra. Sim, ando negativo mas nem tanto! Como todo o pensamento ou citação, cada um a deve entender como quiser, interpretar e adaptar à sua maneira e, eventualmente, ignorar por não ter qualquer interesse.

A felicidade está no fim da linha, no balanço do deve e do haver e aí, à luz do saber completo, podemos concluir se a vida foi ou não interessante de viver.


Una historia de Xuño, Porto de Son, A Coruña

Optei por "ouvir" o que Ramona Maneiro tinha para me contar. Com alguns anos de atraso mas com a curiosidade ainda desperta avancei pelos dois primeiros capítulos. Sem tiques literários nem melo-dramatismos excessivos Ramona estabelece um "monólogo" escrito que se torna interessante pela simplicidade com que descreve a realidade dos factos e sentimentos interrompendo aqui e ali o relato com a justificação para escrever de uma maneira ou de outra, remetendo alguns assuntos para outra altura mais pertinente, gerindo "em voz alta" a forma como elabora o texto. Não nos deixa segredos.
Mas... só aqui para nós, que (quase) ninguém me "ouve", embora o livro trate de uma história de drama e sofrimento, nos faça pensar na eutanásia e confrontar-nos com os nossos próprios medos e traumas, tenho especial prazer e ler cada linha pelo simples facto de estar escrito em castelhano... sim, exactamente, pelo bem que me faz ao ego sentir que percebo cada uma das palavras ali impressa. Não que alguma vez me tenha sentido orgulhoso por saber espanhol mas, nos tempos que correm, qualquer "extra" me faz sentir um pouco melhor, nem que seja por uns minutos. Tem o seu quê de macabro que dê por mim a sorrir no meio de uma descrição de como se ajuda a morrer quem se ama ou de como se pede ajuda para morrer mas, se é para me sentir melhor, perdona-me Ramón!
Curiosa esta minha procura de algum conforto em terras vizinhas, já não é novidade para mim como são capazes de saber. Se hoje aqui estou a um espanhol o devo (como podem comprovar neste post)... estarei eu no lado errado da fronteira?


Na mesinha de cabeceira

Libertei, finalmente, a minha mesinha de cabeceira, e a mim próprio, do peso do último livro de Dan Brown, O Símbolo Perdido. Não é que que seja mau, consegui ler tudo até ao fim das intermináveis 571 páginas mas... tem umas 371 páginas a mais.
Depois de terminar o famoso Código de Da Vinci pensei "Dan, caro amigo, continua que vais no bom caminho mas não me leves a mal, não é nada pessoal, mas não tenho pachorra!". Entretanto, passou mais um daqueles dias em que algumas pessoas nos ligam a dar os parabéns e oferecem coisas sabe-se lá porquê e recebi O Símbolo Perdido, último grito nas prateleiras das livrarias. No mesmo dia recebi o Fúria Divina do "nosso Zé Orelhas".

Optei de imediato por ler a Fúria primeiro e o Símbolo depois, ainda com o Código na memória... Deu para comparar. Num estilo jornalístico que achei interessante, com detalhes e descrições suficientes e necessárias e sem "dar palha" para aumentar o número de páginas (pelo menos sem nos insultar a inteligência quase explicitamente) o JRS leva-nos por uma viagem, quase documental pelas questões islâmicas que, confesso, pouco conhecia. Uma viagem que nos prende e nem nos faz saltar do comboio em andamento nem nos deixa adormecer com o embalo da carruagem. Parabéns Zé! (Permita-me que tome esta liberdade, é com todo o respeito que o faço embora saiba que dificilmente alguma vez venha a ler estas linhas)

Já o Símbolo... a certa altura já me apetecia que se tivesse perdido de vez. Descrições desnecessárias, parágrafos "empanturrantes" de filme de acção de 2ª categoria, esticar, esticar, esticar porque temos de ter mais de 500 páginas, enfim, Dan... os parágrafos no estilo "E ali estava. Desde do ínicio tão óbvio e ele não tinha percebido. Mesmo na cara dele. Em frente dos seus olhos. Quanto mais tempo estiver aqui a escrever mais ele percebe o que é óbvio e que eu ainda não vos contei e só conto no próximo capítulo porque pelas minhas contas este capítulo tem que ter 14 páginas e ainda faltam 2" não são o meu estilo. Mas pronto, anima-te, a minha opinião não vale de nada e continuas a vender toneladas de livros.
Pela primeira vez li um livro, cheguei ao fim do mesmo e... ele continuou por mais 100 penosas páginas de filosofias e teorias que não me interessaram nem um pouco.
Pelo menos consegui ler até ao fim e não foi mau, apenas fraquinho.
Agora deparo-me com um dilema - o que ler de seguida? - tenho várias hipóteses, depois de analisar a mesinha de cabeceira descobri:
Em cima mantem-se uma verdadeira desilusão, A Ninfa Inconstante, que comprei num impulso após ver uma entrevista da viúva do autor, Guilhermo Cabrera Infante. Com Havana como cenário e com uma entrevista que me embalou achei que seria uma aposta ganha. Errado. Lá está, fechado após poucas páginas de dolorosa e lenta leitura. Dentro da gaveta, O último volume do MEC e Cartas desde el infierno de Ramón Sampedro (em castelhano). Qualquer dos dois estão em espera não por não despertarem interesse mas apenas porque não sinto que esteja com o espírito certo para eles. À estante fui buscar A sombra do que fomos de Luis Sepúlveda e Querido Ramón de Ramona Maneiro (em castelhano). Li a contra-capa deste último e estou muito tentado a começar por aqui.

"Yo tenía que renunciar a la presencia física de Ramón para dejarlo ir con la otra, y la otra era la muerte. Me lo suplicó y no sentí celos" (Ramona Maneiro in Querido Ramón).