Não esqueci

Por motivos de força maior não pude ontem marcar aqui, de forma discreta mas sentida, o dia.

Para quem sabe, caso venha a ler, um abraço.

Hoje fui ver-te.

Eu nem sou muito destas coisas. Ir ver-te onde sei que já nada de ti resta senão restos de um corpo consumido. Mas fui. Fui porque sinto a tua falta. Fui porque, acima de tudo, mereces e sempre mereceste mais do que eu ou muitos outros conseguiram dar.
Depois de muitas experiências sociais, de amizades e conhecimentos, ao fim de muitos contactos a dimensão de certas pessoas torna-se, sem dúvida, muito maior do que pensávamos e tu foste uma das mais enormes pessoas que conheci.

Eu nem sou muito destas coisas. Mas hoje, porque faz precisamente um ano que fechaste os olhos para sempre, gostava de te poder dizer que deviamos ter jantado mais vezes juntos, deviamos ter falado mais, deviamos ter vivido mais. Talvez estivesse a dizer exactamente o mesmo caso tudo isso tivesse acontecido mais vezes porque, perdemos tanto tempo com insignificâncias, perdemos tanto tempo com quem não merece, perdemos tanto com coisas tão pequenas que, agora, vendo a falta que nos fazes, me culpo de não ter virado costas às insignificâncias apenas para ter estado mais tempo com quem realmente merece.

Eu nem sou muito destas coisas... mas hoje fui ver-te para te deixar um girassol, porque sei que ele olhará sempre para ti.
Encontrei um ano de saudade e a memória do teu sorriso, da tua gargalhada que para sempre será a imagem que guardarei de ti.
Fazes muita falta... amigas como tu, fazem muita, muita falta. Pessoas como tu... não se encontram por aí ao virar da esquina.