Baralhado

Talvez seja apenas uma questão de ver o que é e não o que gostaria que fosse. Ou então não...

Experiência extra-sensorial




Sentado... perdido nas janelas virtuais, abafando o som envolvente com a música que apetece, o ar com aroma de verão entra, ainda suficientemente fresco para aliviar o calor repentino e dou comigo a sair, flutuar, a viajar num tempo que já foi.

Sentado... perdido no silêncio do vazio do quarto, o raio de sol que me beija a pele, recosto no pequeno sofá e deixo-me adormecer, lentamente, esvaziando a mente do jovem adolescente.

E o povo alguma vez ordenou?!

Habituado a ouvir a história da revolução na primeira pessoa, pela voz de quem viveu de perto, muito perto, os acontecimentos dos dias 24 e 25 de Abril de 1974 sinto, como se na época tivesse vivido, a emoção de quem relembra dias de tensão, alegria e preocupação.
O dia que deveria ter mudado o país, o dia em que o povo assumiu, ou julgou assumir, de pleno direito a força de quem mais ordena não terá sido esse o dia que se encenou uma mudança para simplesmente garantir a continuidade da ditadura de quem controlou até então e continua hoje a controlar o país?

Não vivemos nós numa ditadura imposta por uma minoria de grande poderio económico?
Não são os meios de informação controlados pelas diferentes forças "em combate" e o povo informado com a desinformação conviniente, num estratégia de lápis azul, talvez mais digital do que noutros tempos mas por certo igualmente descarada?
Não são as obras públicas entregues sempre aos mesmos?
Não são protegidos de processos e injustiças alguns e abandonados à justiça injusta outros pela simples cor política ou de pele ou de família?
Quem sofre mais, o desempregado com 3 filhos menores para criar e não consegue pagar o pão ou o jovem revolucionário que não deixam dormir à custa de queimaduras de cigarro?

Apenas evoluiram os métodos, a censura é mais eficaz, a estupidificação do povo é massiva, a tortura é psicológica e social, a ditadura é do poder económico e os senhores de outrora estão de volta e são venerados por quem simultaneamente apela ao espírito de Abril e aos valores revolucionários.

Não é a liberdade que sentimos apenas uma ilusão?



Tábua de pregos

O novo livro de Manuel Alegre é mais uma pérola na minha pequena biblioteca.
Confesso que admiro o que espero venha a ser o novo presidente da república, ou talvez apenas o miúdo que pregava pregos numa tábua ou mesmo o Manuel Alegre mas, a admiração pelo político de crenças fortes e individualidade assumida nada tem que ver com o gosto que tenho em ler os romances, novelas ou, neste caso, o que parece ser uma auto-biografia resumida, ou talvez não, de um miúdo que engoliu os compridos do avô, que talvez seja o próprio Manuel Alegre embora não tenha a certeza que alguma vez tenha sido.
Ainda não me sinto com dimensão para abraçar a poesia, deste ou de outro qualquer autor, mas este livro devorei-o de duas acentadas, é pequeno mas cheio de sumo e traz ao nível do comum dos mortais uma personagem que nos habituámos a ver num patamar superior. As passagens banais, de uma vida quase igual à de tantos outros, que marcam e moldam aquilo em que nos transformamos fazem-nos pensar que talvez tenhamos sido todos miúdos que pregaram pregos numa tábua, que engoliram os comprimidos do avô ou mesmo que tenhamos tido pequenas experiências sexuais com a empregada da casa.
Uma vida cheia resulta em 112 páginas duma contínua charada sobre quem é quem revelando a espaços as migalhas que fazem uma vida.
Contei até vinte e foi uma óptima experiência descobri-lo.

Muito bom Sr. Presidente!

Inacreditável

Já faz tempo que não uso este espaço para falar de política ou futebol mas hoje volto, ao futebol e ao código de cores que em tempos decidi aplicar aos meus posts. Tema do dia a inacreditável contratação do Sporting, claro está.
Para treinador das próximas duas épocas desportivas a direcção da S.A.D. do Sporting escolheu o Sr. Paulo Sérgio!
Quem?!
Paulo Sérgio Bento de Brito.
Como?! Outro Paulo Bento?!
Mas com um cabelinho ainda mais ridículo!
Por sorteio, certamente... ou terá sido aposta do Pinto da Costa como trunfo para a re-eleição?!
O comunicado divulgado no site do clube anuncia a sua contratação indicando o CV do treinador, 42 anos. Sim, ponto final. É este o CV do novo treinador do Sporting, pelo menos é a informação mais relevante ao ler o comunicado do clube. Pesquisando um pouco descobri que passou os últimos 7 anos a treinar clubes de grande dimensão internacional e, talvez, nacional (como dizia o outro) - Olhanense (3 épocas), Santa Clara, uma breve passagem pelo Beira-mar, estrando-se na 1ª liga na época passada à frente do Paços durante 8 jornadas, rumando depois para Guimarães onde se encontra neste momento.
A minha questão é, terá o Sporting dimensão suficiente para um profissional com este CV?! Dou o benefício da dúvida ao novo treinador do Sporting mas a direcção e responsáveis por esta escolha já não contam com as minhas dúvidas (certamente não contam com nada meu, mas foi uma força de expressão), tenho a certeza da falta de qualidade na gestão e orientação do clube. Actualmente o Sporting necessitava de uma decisão positiva, indiscutível e de unanimidade.
Até morrer, Sporting!

Redes sociais

Fenómeno recente, ou nem tanto, no mundo virtual, ou nem tanto, tornaram-se ponto de fuga para milhões de pessoas no mundo inteiro.
Correremos o risco de virtualizar toda a nossa existência?! Fará sentido?!
Facto é que neste mundinho virtual as pessoas se escondem ou se revelam como não conseguem, ou não querem, fazer na realidade. Mostram-nos o seu verdadeiro "eu" ou criam a personagem que gostariam de ser, começam relações, cortam laços, conhecem pessoas, ou personagens por outros criados, eliminam sentimentos ou bloqueiam amizades, escondidos atrás de uma máquina, que tanto nos aproxima com de seguida nos afasta, não sentem receio de magoar ou arriscar porque tudo se resume a um clique de rato.
Esquecemos que atrás da personagem virtual que todos nós criamos existe uma pessoa que sente e pensa? Uma pessoa que todos os dias tem que acordar e viver numa realidade que nada tem de virtual?


No que a mim me toca, a personagem que criei procura ser o mais próximo possível do que eu sou na realidade, por vezes até mais real que o real, o tipo que ri ou chora nos acordares diários, que desperta para a alegria ou tristeza a cada dia, é o mesmo aqui escreve ou que apenas diz "Bom dia" a um amigo numa qualquer janela deste mundo virtual, ou real... porque um amigo é sempre real e para eles estarei sempre presente.

Arco-íris





























As tempestades têm o seu lado positivo mas é preciso ter a sorte do encontrar.

Engonho ou sou pastelão?!

Despois de no sábado ter recebido com resposta à questão "Eu não brinquei contigo antes e depois do almoço?!" a motivadora afirmação "Não... Estiveste a engonhar!" oiço hoje ao acordar "És um pastelão a levantar-te!"

És a minha coisinha mais fofa! :)

Boa Páscoa!

Que não sou crente já todos sabem, como podia ser quando me tentam convencer que os coelhinhos põem ovos... ainda por cima de chocolate?!

Ao que parece a mania foi importada dos egípcios e persas, os primeiros usavam os coelhos como símbolo de renascimento na celebração da primavera e ambos os povos ofereciam ovos pelo simbolismo que lhes era atribuído - egípicos coloriam os ovos acreditando no poder de amuleto dos mesmos os persas estavam muito à frente, os persas sabiam que, e preparem-se para a revelação que ira transformar a vossa vida, o mundo surgiu de um ovo!

Depois, como tantas e tantas coisas igualmente usurpadas, estes símbolos começaram também a ser utilizados pelos cristãos como representação das suas festividades. Covenhamos que chamar coelhinho a Jesus Cristo teria sido bem mais fofinho que chamar-lhe cordeiro de Deus, todos sabemos que o coelhinho quando cresce passa a coelho e o cordeiro passa a... quer dizer, não vale a pena entrar por aqui senão ainda crio um "intifada" cristã contra o meu blog (que mistela relogiosa que para aqui fiz!).

De qualquer forma, e para não ferir susceptibilidades, parece-me bem desejar a todos os que possam perder tempo a ler este blog uma boa Páscoa, com ou sem coelhinhos, com ou sem ovinhos de chocolate e amêndoas e afins.

Nota: Podem consultar este artigo http://estudos.gospelmais.com.br/pascoa-do-senhor-x-coelhos-e-ovos-de-chocolate.html onde fui buscar a informação que a minha ignorância não detinha. Artigo interessante que nos diz que deveriamos, caso fossemos verdadeiros cristãos, não só comer o cordeirinho, como espalhar o sangue pelas portas das casas e deglutir ervas amargas e pães asmos (sem fermento) para poder sobreviver ao anjo destruidor... começo a ponderar ler a bíblia... mas só à luz do dia e nunca sozinho que deve ser um verdadeiro livro dos horrores!