Parabéns Ricardão!

E neste dia, que se quer de festa, haja ou não motivo para tal, decidi partilhar com vocês qualquer coisa de arrepiante!
Então vá lá. Parabéns ao Balula cujo juízo é inversamente proporcional à idade! Divirtam-se com este tesourinho e sejam felizes...

Qualquer semelhança com a realidade é pura, mas mesmo pura concidência! Ou não...


 

Pai, tu fumas?!

A pergunta já não era original mas escorreu da sua boca, palavra por palavra, como se temesse a resposta. "Mas porque perguntas? Não falámos já disso?" "Sim pai. Mas eu não percebi... Tu fumas?"
Retorqui novamente, procurando atalhar caminho para o fim da conversa mas estava decidida a ter uma resposta "Mas tu fumas?".
É nestas alturas que aquela personalidade forte numa criança de oito anos nos encosta à parede e desejamos que, por um momento só, regresse à inocência de bebé para que a possamos iludir com facilidade mas é tarde demais... não há fuga possível.

Respondi calmamente "Sim, fumo de vez em quando, mais quando estou com os amigos.". Nessa altura o beicinho instalou-se na sua cara de princesa e atirou já com os olhos inundados e a mágoa nas palavras "Estás a mentir-me!".
Desarmado, de coração a quebrar, tentei defender "Mas nós já falámos disso... expliquei-te..." "Mas eu não percebi... Tu estás a mentir-me! Tu não fumas! Tu nem tens tabaco!".
Sentei-a no meu colo, os seus olhos não tocavam os meus e as lágrimas escorriam num rosto de criança magoada. Senti a dor, o medo que a arrasava e me arrasou a mim.
"Meu amor, não te estou a mentir. O pai explicou..." interrompeu-me repetindo a cada intento meu de prosseguir "Mas fumar faz mal!"

Não é possível argumentar. Efectivamente tem toda a razão. Efectivamente Fumar é um acto muito pouco inteligente. Mas a maior preocupação não era desculpar-me ou justificar o injustificável. A maior preocupação era conseguir retirar-lhe do pensamento o medo evidente do mal que o tabaco me pode fazer.
Não acredito que o tenha conseguido fazer... é inteligente demais para poder esquecer ou ignorar os perigos.

Enquanto pai foi, sem dúvida, uma das experiências mais duras que tive. Senti que magoei a minha princesa, o meu maior amor... bolas... conseguem imaginar o que custa?

Coisas avulso e outras coisas que tal

Reparem bem que já se passaram dois dias e eu ainda não escrevi qualquer post sobre o jogo do Sporting de terça-feira... ou deverei dizer roubo do Sporting de terça-feira? Mas também não é isto que me traz aqui agora.

Na verdade não tenho assunto hoje. É isso... mas apetece-me escrever, só não sei o quê. Podia pegar no tema do jogo só que não quero estar a remexer na merda.
Podia em alternativa falar do orçamento de estado para o próximo ano, mas pelo motivo exposto na hipótese anterior também não me apetece,
Já pensei também abordar o Verão fora de tempo que parece ter-se instalado no país, mas é de certa forma um tema de quem não tem tema... bem vistas as coisas é o meu caso... não, deixa lá isso!
Posso descrever o magnífico pôr-do-sol a que assisti hoje ali para os lados da Torre de Belém e que me rendeu umas belas fotos mas isso resolve-se com uma foto e nenhuma palavra extra e isso já têm aí em baixo do lado esquerdo... mesmo por baixo do índice de posts... mais para baixo... isso, aí!

Peço-vos um pouco de paciência. Só um bocadinho enquanto eu dou voltas à cabeça a ver se saco da cartola um coelhinho de inspiração que me permita despejar umas quantas baboseiras e aliviar este meu desejo de escrita. Só cinco minutinhos... obrigado. Fiquem então com a abertura do Lago dos Cisnes de Pyotr Ilyich Tchaikovsky em toque polifónico.

Com os olhos no horizonte cor de labaredas que une o azul do céu ao espelho de mar passaram-me pelo pensamento inúmeras ideias...

Hummm... só mais um bocadinho por favor. Enquanto isso podem ouvir uma musiquinha em toque polifónico da La primavera de Vivaldi.

Vocês já repararam naquelas mensagens que surgem nos status das pessoas no Facebook pedindo que os amigos façam like ou que partilhem ou que deixem escrita uma palavra e que tem por objectivo saber quais os amigos que realmente ligam ao que essas mesmas pessoas publicam? Será que a pouca adesão resulta em suicídios?

Não está lá... teria algum potêncial mas não é isto... Obrigado por aguardarem. Se desejarem continuar em espera primam a tecla 1. Para deixar o vosso contacto e serem contactados num prazo de 48 horas primam a tecla 2. Caso tenham premido a tecla 1 podem continuar a disfrutar da musiquinha polifónica agora com a 6ª Sinfonia de Beethoven em fá maior também conhecida por Sinfonia Pastoral. Prometo ser breve.

Várias são as vezes em que nos balanços e balancetes me questiono quem são as pessoas a quem faço falta. Menos vezes me pergunto quem são as pessoas que me fazem falta. Ultimamente tenho-me debruçado mais nesta última questão existêncial e devo dizer que, após longo e complexo raciocínio, cheguei à conclusão que são...

Não. Caminho errado. Isto seria como correr à volta do Marquês, todo nu, durante a hora de ponta. Não me vou expôr desta forma.
Está complicado, hein?!
Deixo-vos agora com o primeiro movimento do concerto de piano nº 24 de Wolfgang Amadeus Mozart. Mais uma vez em toque polifónico. Obrigado.

Em que é que tu reparas primeiro quando conheces uma mulher (ou um homem, dependendo se a pergunta for colocada a uma mulher)? Certamente já se depararam com esta questão por mais de uma ocasião. Pois eu reparo nos olhos, no sorriso e nos pés, caso estejam a descoberto. A minha preocupação com os pés já a tinha revelado neste post.

Repetição! Não vale a pena. Falta-me o soro literário, o espremedor do sumo do pensamento, a musa inspiradora, as Jamágides (assim uma espécie de tágides do Jamor), a lua e o sol, o brilho nos olhos, a esperança e a alegria. Resta-me deixar para amanhã, ou depois. Resta-me esperar que o motivo surja alinhado com tudo o resto para vos poder oferecer o que de melhor consiga encontrar.

Caros leitores os nossos serviços de atendimento encerraram. Pedimos desculpa por não ter sido possível escrever nada de jeito em tempo útil. Por favor tentem novamente amanhã... ou um dia destes. Deixo-vos com Adagio for Strings de Samuel Barber, em toque polifónico. Obrigado.



Sabes...

...a vida dá muitas voltas, voltas a mais em tempo de menos.

Sabes... nestas voltas não são raras as vezes que ficamos de cabeça para baixo, de costas voltadas, torcidos e retorcidos em nós difíceis de desatar.

Sabes... nada podemos fazer para evitar estas voltas e mais voltas, estamos neste carrossel e não podemos, nem devemos, dele sair.

Sabes... nestas voltas e mais voltas podemos, e devemos, facilitar o desatar de nós, o voltar a ficar de cabeça levantada, o ficarmos frente a frente, olhos nos olhos.

Sabes... as voltas e mais voltas são mais simples de suportar quando estamos entre amigos, quando não largamos o que nos faz bem.

Sabes... nestas voltas e mais voltas não se ganha com excessos e injustiças, não se ganha com orgulho irracional, não se ganha nada com esconder o que pensamos ou sentimos nem com o disfarçar a realidade.

Sabes... estas voltas e mais voltas podem até tornar-se um divertimento basta para isso assumir que é o nosso percurso e levar connosco quem realmente queremos levar.

Sabes... Podemos enfrentar as voltas e mais voltas de frente ou esconder-nos atrás do cavalhinho de papel.

Sabes... a forma como queremos viver estas voltas e mais voltas depende apenas de uma pessoa, de nós próprios.

E então? Queres viver de olhos abertos neste carrossel ou preferes continuar a ignorar as suas voltas e mais voltas?


Conversa entre dois bebés

- Gôdo!
- Gôdo não, fôte!
- Fôte tu, gôdo de mêda!

O que são 8 bifes?

1 Byfe!

(Piadinha de informático mas muito boa por sinal)

Qual é o nome de um GPS fabricado pela Apple em parceria com o Tony Carreira?

iDestino

- Bais à festa?

- Não...
- Espero que o Drogba.

De coração cheio!


O Porto e arredores trazem-me a infância. Os tempos em que os meus avós viviam na Maia e tinham uma pequena mercearia em Leça. As férias passavam quase sempre por uma visita ao norte.
Lembram-me as birras na tentativa de impedir as saídas ao cinema ou para jantar dos meus pais. As fancesinhas e o sabor da pronúncia do norte. As mousses Alsa da minha avó. A praia de Leça, a palmeira do jardim dos meus avós. Os amigos de antes e os de agora, os que já partiram e aqueles com que espero contar durante muitos anos.
Lembram-me o meu avô e as saudades que tenho dele.

Depois de alguns anos, bastantes, de "afastamento" da Invicta novos ou reatados laços de amizade trazem a cidade para mais perto e há muito que tenho para descobrir.
O sábado passado fica marcado como o início da descoberta.

É certo que a cidade não se esgota num jogo de futebol mas, no sábado, foram os 90 minutos de bola que serviram de pretexto para regressar ao Porto.
24 anos atrás viajei sozinho de autocarro até ao Porto para assistir, pela primeira vez ao vivo e a cores, a um clássico Porto - Sporting. Estádio das Antas, 25 de Novembro de 1990, entrei com o meu avô, bancadas sem cadeiras onde cabia sempre mais um, passámos o jogo de pé porque era impensável sentar. Entrei no topo do estádio e a bancada parecia completa, apertámo-nos numa das filas de topo mas, aos 15 minutos de jogo, já tinhamos sido arrastados para o meio da bancada.
Nem dei pelo tempo passar. Saí triste de morte... com dois golos o meu clube saiu vergado das Antas. O meu avô, simpatizante do FCP, disse-me "Hoje também fico triste porque preferia muito mais que o meu neto tivesse saído daqui feliz."

No sábado saí de Lisboa com as mesma borboletas na barriga de há 24 anos, mesmo já tendo visto dezenas de jogos desde então.
Desde do acordar até ao ao deitar, mais de 650 kms percorridos, reencontro com os amigos e o regresso à casa do FCP para ver o meu Sporting.
Como já disse em vários locais e repito aqui, senti-me em casa. O companheiro de viagem, os amigos que nos receberam tiveram por certo toda a responsabilidade nesse sentimento.
Também o resultado final do jogo garantiu que me sentisse ainda melhor, tenho por isso que elogiar o grande empenho da equipa do Sporting. Os jogadores deram tudo, a equipa técnica revelou muita qualidade, inteligência e conhecimento, os adeptos estiveram incansáveis no apoio e por isso também me senti em casa. Este é o meu Sporting, é este o caminho, é este o meu orgulho.
Mas não é pela vitória em si que me sinto assim. Reconheço que é óptimo vencer. Reconheço que estou contente e orgulhoso mas os meus pés continuam a tocar o chão. Seria pouco inteligente não o fazer. Não confundam este orgulho com a arrogância de quem acha que já ganhou tudo. Há coisas que não se explicam, sentem-se. E o Sporting sente-se.

Não posso, nem quero terminar esta pequena partilha sem ser justo para todos aqueles que, sendo adeptos do FCP, nos receberam em "sua casa". Devo dizer que o Estádio do Dragão me encheu as medidas. Belíssimo. Um enquadramento com a cidade e o rio fantástico, uma estrutura bem pensada e elegante onde sabe muito bem ver um jogo. Confirmei a opinião que tinha que era apenas fundamentada no conhecimento do exterior do estádio. É sem dúvida o mais bonito estádio português (ainda não conheço o estádio de Braga e posso estar a cometer um erro mas assumo os riscos).
Quanto aos adeptos, no geral, não notei diferença para o comum dos adeptos que conheço de Alvalade. Isto leva-me a crer que as "guerras", "ódios" e comportamentos incorrectos serão exclusivos de uma pequena minoria, que, por azar de todos nós, conseguem ter mais visibilidade e poder do que a restante maioria dos adeptos.



Voltando a culpar as estrelas

"As he read, I fell in love the way you fall asleep: slowly, and then all at once."
in Fault in our stars de John Green

É uma frase com que me identifico mas penso que não é apenas quando nos apaixonamos ou enamoramos que o fazemos de forma semelhante ao adormecer. Talvez a comparação seja mesmo mais correcta quando falamos no processo inverso ao apaixonar.

Quem não teve já que esquecer uma paixão? Quem não se perdeu de amores platónicos por alguém que não sabia sequer da sua existência? Quem é que não foi preterido por alguém cujo amor acabou mais cedo do que o seu? E o trabalho de esquecer essas pessoas?
É exactamente isso... lento e penoso durante algum tempo mas depois... all at once!
No fundo é adormecer de uma realidade que nos esgota e atingir o descanso merecido. Lá está... metáfora perfeita quanto a mim.

Bons sonhos!

Para vocês um nome e um título...

Jennifer Rush e Power of Love!

Pré-requisitos deste post - não me perguntem como raio me fui lembrar disto agora ou como caraças fui tropeçar nesta delícia dos anos 80.

Vamos lá então... estive na dúvida se deveria escrever o que fosse dado que nada melhor do que observar o videoclip... delícioso... absolutamente 80's. Desde da cabeleira com um volume sobrenatural até ao walkman manhoso passando pela indumentária e pela pseudo-história num qualquer armazém abandonado onde os gangsters desenvolvem a sua actividade.

Adoro a colecção de óculos e os chumaços tão anos 80 que faziam qualquer um parecer jogador da NFL. E não deixo de apreciar a capacidade que Rush tem de passar quase 80% da música num tom tão alto que consegue colocar em sentido toda e qualquer pilosidade que tenhamos no nosso corpo.

Enfim... estou aqui com os pelos do... hummm... ficamos mesmo por aqui. Divirtam-se!







Closer

Uma outra sugestão e um novo agradecimento ao Time 4 Popcorn, Closer, do "distante" ano de 2004.
Corro o risco do mundo inteiro já ter visto este filme mas eu só vi agora e, de qualquer maneira, vale sempre a pena rever.

Para começar uma banda sonora com uma música daquelas que se sentem no mais fundo do nosso ser, Blower's Daughter de Damien Rice. Só por isso já vale a pena.

Quanto à história... é uma costura dos episódios essênciais da interacção de dois homens e duas mulheres. Somos poupados a muitos dos detalhes, possivelmente desinteressantes, do que acontece pelo meio. Numa sequência que nos deixa ligeiramente perdidos ao primeiro salto temporal mas que no decorrer do filme começamos a perceber. Tem os seus twists e as suas surpresas mas acima de tudo explica-nos onde a mentira e a verdade nos podem levar.

Não disfarça a inspiração numa peça de teatro com o mesmo nome escrita por Patrick Marber. A teatralidade de algumas cenas e da representação dos actores é notória o que torna o filme bastante distante das normais produções cinematográficas e mesmo de outras  adaptações ao cinema de peças de teatro.

Os diálogos são fundamentais, certamente pela sua inspiração teatral, e registei algumas passagens que continuam a passear pela minha cabeça.

"Lying is the most fun a girl can have without taking her clothes off... but it's better if you do."

"Where is this love? I can't see it, I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words."

"No one will love you as much as I do. Why isn't love enough?"

"You never leave someone you love."

"What's so great about the truth? Try lying for a change, it's the currency of the world."

"Depressives don't. They want to be unhappy to confirm they're depressed. If they were happy they couldn't be depressed anymore. They'd have to go out into the world and live, which can be depressing."

"Because I'm addicted to it (truth). Because without it, we're animals. Trust me."

"- I don't wanna hurt you.
- So why are you?"






Se tens alguma coisa para dizer...

...diz!

Esta é uma máxima que procuro seguir com aqueles que me são mais queridos mas... vejamos o quão paradoxal isto pode ser.

Imaginando que a pessoa Y e a pessoa X têm algo a dizer uma à outra, no entanto, X deixa, sem qualquer razão aparente, de dizer o que tem a dizer a Y e esta, por consequência, deixa de procurar X.
Estamos perante uma situação de bloqueio sendo que, X mesmo que tenha qualquer coisa a dizer a Y não diz e Y, que também tem qualquer coisa a dizer a X, não cumpre a regra porque, legitimamente, entende que X se deve justificar em primeiro lugar.
Complexo!

Em programação estas situações são designadas de Dead Lock e resulta no bloqueio total do processamento. Resta abortar a execução do programa ou, em casos extremos, utilizar a solução DVL mais geral (Desliga e Volta a Ligar) que tantos e tantos problemas resolve (Dica importante para qualquer questão tecnológica!).
No reatar do desenvolvimento o programador deve identificar e corrigir a origem do Dead Lock de modo a garantir o correcto funcionamento da aplicação.
Novo lançamento da aplicação corrigida não resultará no mesmo erro desde que a memória não seja persistente. É essa a grande vantagem das máquinas em relação aos seres vivos, é que as máquinas não têm memória persistente, quando se desligam esquecem praticamente tudo o que viveram (claro que não é bem assim porque senão andávamos sempre a recomeçar o trabalho, existem dados que são gravados de modo persistente o que nos permite reiniciar o trabalho no ponto em que o deixámos).

Quando se trata de pessoas não há DVL nem limpezas de memória que nos salvem (a não ser em casos que ninguém deseja ver acontecer). Por este motivo o Dead Lock humano é bem mais complexo. É complexo de desbloquear. É complexo de corrigir o motivo que a ele conduz. É complexo de esquecer ou ignorar.

Não existe solução? Existe sim. Não devemos esquecer que se temos a aparente desvantagem em relação às máquinas de não poder realizar um reset de memória, temos em relação a elas a enorme vantagem de poder usar o nosso bom senso e o nosso coração.
Temos a vantagem de poder ser imprevisíveis, inteligentes, corajosos, sensíveis, humildes e outras coisas mais que nos permitem, caso assim o entendamos, resolver os Dead Locks da vida com uma conversa.

Pensem nisso. Ou não...

Atentamente,
O vosso serviço de helpdesk gratuito.



Sex tape

Olá minha gente! Olá?! Hummm... Quer-me parecer que a minha gente não existe... Triste e dura realidade a deste meu cantinho, incapaz de causar reacções ou interacções do meu pequeno grupo de leitores que nem consigo quantificar.
Mas não vou estou a chorar sobre uma realidade que eu próprio alimento.

Queria hoje partilhar mais um filme que vi e agradecer ao bendito Time 4 Popcorn que me está a proporcionar algumas sessões de cinema mobile.

Desta feita filmezinho capaz de preencher uma tarde de domingo, levezinho, bem disposto, que nos arranca uma ou outra gargalhada... bem... gargalhada talvez seja excessivo, um sorriso mais rasgado talvez.
Sex Tape, com Cameron Diaz e Jason Segel conta a história de um casal que decide gravar um home video com o objectivo de animar a sua vida sexual. A coisa devia morrer por ali não tivessem eles usado para o efeito um iPad. E isto traz a parte interessante do filme (para além da parte de ver a Cameron despida) e a lição para muitos dos utilizadores das tecnologias e, principalmente, dos utilizadores de produtos Apple.
É que muita gente não tem noção do que é partilhar ficheiros, fotos, vídeos e outras coisas que tais em redes "abertas". Não têm noção que não é uma password que protege de forma totalmente eficaz as nossas partilhas ou a nossa intimidade.

Assim sendo, vejam o filme e metam na cabeça que a grande cloud que tantos benifícios traz, que tantas facilidades nos oferece não deve ser usada sem as devidas precauções.

Do safe sex, use an old VHS Camcorder.

Pain demands to be felt

Muitos meses depois de ter lido o livro e alguns meses depois da estreia do filme vi, finalmente, Fault in our stars e recomendo.

Como poderia eu não recomendar um filme que nos faz transpirar sentimentos?! É a minha cara! Bom... confesso que esperava um pouco mais sofrimento, já vi outros filmes do género que exploram mais esse meu lado masoquista, mesmo assim está num bom patamar.
Tenho estado mais desperto para estes temas das doenças terminais, sempre me fascinou o mas, ultimamente, vá-se lá saber porquê, ando mais "ligado" e este filme veio na altura certa. Não sendo brilhante em nenhum ponto de vista é consistente e coerente no seu nível médio, doseando os "momentos lágrima" de forma que considero demasiado sensata. Perde por isso, porque não me embalou para um momento único em que toda a dor é concentrada e despejada em nós.

Mas toca um tema brutal. Com um ponto de vista e com uma linguagem que, felizmente, não me é familiar. O ponto de vista do condenado à morte. A linguagem de quem trata a dor por tu. As preocupações de quem se despede. A noção de tempo de quem não sabe quanto tempo tem.
Vale a pena ver.

E deixo um exercício... e vocês, se estivessem condenados à morte, quais seriam as vossas preocupações?






Morrer com dignidade

Brittany Maynard, de 29 anos, é uma norte-americana que descobriu em Janeiro deste ano que padecia de um cancro cerebral. Em Abril, depois de um crescimento exponêncial do tumor, foi-lhe comunicado que lhe restavam 6 meses de vida.
As consequências do avanço da doença levariam a jovem americana a um nível de sofrimento imenso, agonizando até à morte com dores que possivelmente os medicamentos não serão capazes de travar. Consciente do caminho a percorrer Brittany mudou-se para um dos 5 estados norte-americanos onde é possível solicitar o direito a uma morte com dignidade.
Tem data de morte marcada para 1 de Novembro próximo caso a doença não se atencipe.

Em Portugal, assim como na grande maioria dos países, a eutanásia não é legal e chega a ser assunto tabu. Existe, no entanto, a figura do testamento vital (para quem desconhece pode consultar mais informação aqui).
Embora me pareça muito pouco para permitir a defesa do direito à dignidade em todo e qualquer momento da vida de uma pessoa é um passo importante no sentido de permitir que qualquer indivíduo decida sobre temas que só a ele lhe dizem respeito.
Muitos dirão, "A eles apenas, não! E a família? E os filhos? E os pais? E os cônjuges? E os amigos?". Sim. Concordo que as decisões sobre a vida ou a morte tocam a mais pessoas que a própria, mas como muitas outras coisas cabe a cada um lidar e decidir, tendo em conta a opinião de quem quiserem, analisando o como e quando da mesma forma que analisam em muitas outras decisões que também podem influenciar as pessoas em seu redor.

A opção pela própria morte pode parecer um acto egoista de quem sabe que vai sofrer mas, pensando friamente, não seremos muito mais egoistas impedindo alguém que quer partir de o fazer? O que ganhamos com manter uma pessoa em sofrimento intenso muitas vezes privada da sua dignidade?
Há tantas situações em que é importante defender a vida e assobiamos para o lado e numa situação diagnosticada, cientificamente traçada e perfeitamente definida pretendemos fintar o destino em busca de um milagre que por certo não acontecerá. Lutar pela vida sim mas não contrariando o direito a decidir de cada um de nós.

Aliviando a questão... estive a dar uma vista de olhos ao formulário do testamento vital.
Para além da identificação do próprio podemos indicar um procurador de saúde. Suponho que seja uma pessoa da nossa confiança que possa negociar e decidir sobre os nossos orgãos internos no momento em que nos seja impossível faze-lo autonomamente.

De seguida devemos indicar as situações clínicas em que o testamento se aplica, facilmente se resumiria a uma única opção - todo fodido e incapaz de comunicar ou decidir autonomamente - mas decidiram colocar 3 opções e ainda uma quarta que permite descrever outra qualquer situação, por exemplo, crise hemorroidal após uma fausto repasto num restaurante indiano onde se carregou no picante. O que foi?! Devem pensar que é fácil tomar decisões conscientes numa situação dessas!

Finalizando o formulário devemos optar pelos cuidados de que queremos ou não ser alvo. No fundo são dois grupos de opções que permitem optar entre prolongar o sofrimento ou cortar o mal pela raíz, servir de cobaia para experiências científicas ou não colaborar em brincadeiras de laboratório, não receber transfusões, matarem-nos à sede, enfim, umas quantas opções num grupo que me parece bastante limitado mas que também apresenta a opção de campo aberto onde será possível indicar outras vontades, por exemplo, rejeitar veementemente qualquer intervenção de um proctologista.

E diram vocês, que mau gosto começar um post com um assunto tão sério e terminar desta forma... talvez tenham razão. Mas com ou sem bom gosto o certo é que defendo com unhas e dentes que se algum dia chegar em que eu esteja no estado todo fodido e incapaz de comunicar ou decidir autonomamente por favor, deixem-me ir à minha vida... ou morte neste caso, senão... ai senão... podem ter a certeza que vou estrebuchar até ao limite do impossível, para além de vomitar e borrar tudo à minha volta até se fartarem de mim e me darem uma injecção letal.

Com isto acho que ninguém me leva a sério... enfim...


Bava de camelo

Incontornável... de 2003 a 2005 foi considerado melhor CFO europeu no sector das telecomunicações, em 2009 eleito melhor CEO na área de Investor Relations, em 2010 e 2012 melhor CEO europeu no sector das telecomunicações, em 2011 segundo melhor CEO europeu no sector das telecomunicações, de 2010 a 2013 considerado melhor CEO em Portugal, eis Zeinal Bava, ex-CEO da PT e agora ex-Presidente Executivo da Oi.

Liderou a PT de braço dado com Granadeiro tendo um dos papeis principais nas negociações para a fusão do gigante das telecomunicações português com a brasileira Oi.
Estranho negócio esse em que uma troca de acções, inicialmente equilibrada, por fim bastante favorável aos brasileiros, permitiu difundir a ideia, em Portugal, que a PT iria adquirir a Oi e com isso crescer e abrir novos horizontes do outro lado do Atlântico e, por outro lado no Brasil, entender que a Oi passaria a dominar o mercado de telecomunicações em Portugal.

Actualmente (e embora pareça que tenham passado muitos anos não passaram), "as gordas" de alguns meios de comunicação anunciam uma possível venda da PT por parte da Oi.
Qual foi o caminho percorrido até aqui? Como é que de líder nacional no mercado das telecomunicações e maior empresa privada portuguesa se passa a empresa que a Oi pode entregar de mão beijada aos concorrentes internacionais?

Bom, por certo não sou a pessoa indicada para responder a esta questão mas diria que, a extensa lista de prémios que a página da Wikipédia de Zeinal Bava apresenta não casa com a redução constante e, ao que parece, "sustentada" da cotação da PT.
Assim como não casa com o que agora se percebe do comportamento do gestor de luxo.

Em breves traços... a PT, sob o comando inatacável do premiado gestor, perdeu a sua autonomia e depende agora da decisão da brasileira Oi. Quando as coisas começaram a apertar em Portugal, Bava abandona a gestão da PT e "salta" alegremente para a presidência da Oi deixando a empresa, ainda portuguesa, com um buraco financeiro adjacente ao buraco do GES (era depositá-los todos nos vários buracos, antes dos aterrar com esterco, digo eu!). Sabe-se agora que a PT não só depositou quase todos os seus ovos no cesto do GES (98% dos investimentos supostamente dispersos por várias instituições) como ocultou e disfarçou isso mesmo nos seus relatórios.
Bava alega que nada sabia, afinal era só o CEO da PT mas talvez isso só servisse para aparecer na comunicação social e receber prémios de gestão.
A Oi, essa não foi tida nem achada para o negócio e estavam criadas as condições para o que era um belíssimo negócio para a PT e para Portugal (segundo muitos eruditos, gestores de luxo e políticos) passar a ser mais um conluio made in Portugal.
Já no Brasil, depois de levantadas as dúvidas na cabeça dos accionistas da Oi, Bava "foge" às luzes da ribalta e demite-se, estratégia ideal para desaparecer das notícias até o lodo assentar.
É a segunda vez (pelo menos a segunda óbvia) que Bava puxa o tapete à PT, deixando agora a Oi entregue aos brasileiros e, por consequência a PT entregue à sua sorte. Parabéns!

Com isto, lembrem-se, em 2014 continuem a entregar prémios de CEO europeu e nacional a personagens que claramente revelam grande capacidade de gerir... os próprios bolsos e a felicidade de quem os comanda.

Eras perfeita!

Eras perfeita! Entraste em mim de mansinho e, sem que eu desse por isso, em pouco tempo ocupavas todo o meu eu. O meu pensamento, o meu desejo, as batidas do meu coração e até o meu respirar passaram a ser por ti e para ti. Não eras minha mas eu era teu, por inteiro e por vontade própria.
O teu tempo não era só meu, o meu também não era só teu, mas acreditava que os dois sentiamos que o certo seria que não exitissem os três tempos, o meu, o teu e o nosso. Apenas o nosso deveria existir.

Eras perfeita! Delicada e meiga, dedicada e atenta, com a energia que te permitia saltar alto assim tivesses o apoio certo junto a ti. Eu era esse apoio e tu eras o meu. Esperta, apaixonada, sensível e transparente. Confiava em ti. Acreditava em ti.

Eras perfeita! Mas a história não acabou, não como é suposto acabar. Não apareceram as letras The End, não correram os nomes dos actores e produtores. A história acabou de repente, como se a luz tivesse sido cortada por uma qualquer tempestade que ninguém ouviu ou conseguiu explicar. Apenas a penumbra da mentira se manteve. Saí do cinema sem perceber o porquê... afinal, eras perfeita... mas só na minha imaginação, só na minha cabeça. E não queria acreditar no quão distante a imaginação podia estar da realidade.

Coisas de miúdos (IV)

A atracção por carros desde cedo o atacou e frenquentemente as suas brincadeiras passavam por longas viagens imaginárias ao volante dos carros dos seus pais ou dos avós.
Sempre que tinha oportunidade arriscava o rodar da chave até à segunda posição, ligar as luzes e os piscas não sabia a muito mas sempre tornava a brincadeira mais próxima do real. Uma vez por outra cedia à tentação de ouvir o roncar do motor e a adrenalina subia a pique.
Naquele dia, aproveitou a ida dos pais ao café para treinar as manobras de condução. Rodou a chave e ao som metálico do arranque seguiu-se a vibração do motor. Mal chegava com os pés aos pedais mas sentia-se capaz de sair da garagem dos avós em marcha-atrás. Sempre a direito iniciou a marcha, saiu da garagem sem dificuldades e voltou a entrar parando mesmo antes de bater na parede do fundo. Repetiu a manobra vezes sem conta até ao ponto de se tornar monótona decidiu por isso entrar na garagem e virar à esquerda, desalinhando o carro da saída do portão. O sucesso da manobra deixou-o orgulhoso mas a posição distinta do carro por certo denunciaria a sua brincadeira. Necessitava, portanto, de devolver o automóvel à sua posição original.
Engrenou a marcha-atrás, mal via pelo vidro traseiro mas era necessário controlar a passagem do carro pela abertura do portão. Arrancou, acelerou um pouco, mas o pouco revelou-se demais, a trajectória alargou e depois da quase totalidade do carro ter passado pelo portão, a lateral direita da frente bateu com estrondo na grossa parede de pedra e cimento da garagem.
O automóvel, encaixado na parede, o pára-choques arrancado, a chapa torcida eram impossíveis de disfarçar.

À chegada dos pais estava lavado em lágrimas, em pânico pelas consequências da sua brincadeira mas foi acalmado por uma reacção compreensiva e as palavras dos pais que lhe garantiam que não era mal que não tivesse solução.

Coisas de miúdos (III)

Era daquelas meninas carentes e muito inocentes que seguiam a máxima "quanto mais me bates mais gosto de ti". Nem bonita nem feia, assim uma falsa bonita, tinha ângulos bons e ângulos maus. Mas naquelas idades pouco importa, ou importa um pouco mas não é fundamental.
Hoje em dia dir-se-ia vítima de bullying, há altura era apenas crueldade e brincadeiras parvas dos colegas machos. Ele ia um pouco atrás da "manada" mas servia também de seu protector.
Ela declarou-se a ele, numa atitude arrojada, gravou uma cassette, que ele ainda hoje guarda qual documento classificado que lhe provocou um misto de vergonha alheia e de orgulho tal era a quantidade de segredos revelados.
A história não os iria juntar nunca. As diferenças eram por demais evidentes e a imaturidade não lhes permitia lutar contra o destino.

Certo dia, ele e os seus melhores amigos decidem visitá-la na sua casa. A ausência dos seus pais permitiria elevar o nível das tropelias para um patamar muito acima do normal, um patamar de parvoíce e inconsciência verdadeiramente incrível.

Primeira parte do plano, ele surgiria sozinho. Tocaria à porta e depois de entrar deixaria a porta aberta para os seus amigos se infiltrarem sem o conhecimento dela e procurarem esconder-se numa das divisões da casa. Escolheram o quarto dos pais dela, debaixo da cama.
Segunda parte do plano, como manobra de distracção ele deveria encetar um diálogo com ela na sala para que os seus compinchas pudessem entrar na cozinha e ligar os bicos do fogão, não sem antes abrirem a janela da cozinha (por sugestão dele) permitindo assim que o acidente iminente tivesse consequências mínimas.
Terceira parte do plano, depois de serem expulsos da casa, coisa que por certo aconteceria, utilizariam um pequeno frasco de álcool, que tinha levado para o efeito, para incendiar o tapete da entrada.

Felizmente, o plano detalhadamente discutido não resultou na prática, possivelmente de tão palerma que era, e o segundo passo do plano foi colocado a descoberto segundos depois de ter sido realizado. O barulho de risos dos compinchas não permitiu que grande quantidade de gás fosse libertada e evitou-se uma tragédia que ninguém pretendia que tivesse acontecido.
Foram expulsos de imediato. Quem poderia recriminá-la por tratar assim as indesejadas visitas?
O final da operação foi alterado, por sugestão dele, o álcool ardeu no mármore frio do patamar e apenas resultou numa pequena inundação provocada pelo jarro de água que ela despejou sobre as chamas.

Ontem como hoje, a estas situações não se deveria chamar bullying apenas estupidez pura e dura.

Coisas de miúdos (II)

Adorava a liberdade que a aldeia lhe proporcionava. Só o quintal da casa dos avós lhe abria mais oportunidades de aventura que toda a cidade onde habitava. A isso não era alheia a liberdade que os pais lhe permitiam, a aldeia era tranquila, todas as pessoas se conheciam e dentro dos muros do quintal ainda mais seguros de que nada poderia acontecer estavam.
Assim, percorria cada recanto em busca de tesouros e surpresas, enterrava baús, misturava plantas e ervas em poções mágicas que transformavam os dias monótonos em aventuras sem fim, subia para as placas e telhados dos anexos da casa dos avós até alcançar o ponto mais alto que lhe era possível de onde observava o mais belo pôr-do-sol que alguma vez veria.

Sentia-se livre ao desafiar o equilíbrio e as vertigens naquela placa que cobria a cozinha onde no inverno se fumavam os enchidos. Adjacente à cozinha encontrava uma cobertura mais frágil, em fibrocimento (quando ainda não se falava dos malefícios do mesmo) que servia de abrigo aos porcos que os avós criavam durante um ano para terem o seu final cruel em Dezembro, no dia da "matança".
Certo dia, saltitava pela placa quando, num gesto incosciente, galgou de um salto só o desnível que o separava da cobertura mais frágil.
Sentiu o telhado ceder sobre os seus pés e desapareceu numa fracção de segundo engolido por um buraco de diâmetro aparentemente inferior à sua dimensão. Por sorte ou azar, caiu de perna aberta sobre uma das traves de madeira antiga que suportavam a estrutura e ficou com as pernas pendentes sob os dois animais de dimensões já bastante razoáveis que roncavam de felicidade pelo potêncial banquete caído do céu.
Não bastando a dor dilacerante provocada pelo impacto da sua masculinidade na barra sólida de madeira viu-se ainda rodeado de teias de aranha de dimensões sobrenaturais coisa que o deixava em pânico. Controlou os nervos, resistiu à dor e o mais rapidamente que conseguiu desceu, abandonando o local.
Já no quintal surgiram os pais, preocupados com o estrondo provocado pela queda mas sem perceber o que tinha acontecido.

- O que se passou? Porque estás assim vermelho?
- Nada... não sei... estive a correr...
- Foi?! Então o que é aquele buraco no telhado?!


Coisas de miúdos (I)

Os três amigos passaram a manhã intrigados com a ausência de João. A cada intervalo entre as aulas de hora a falta de notícias fazia aumentar a preocupação. Eram outros tempos, não existiam telemóveis e as más notícias corriam quase à mesma velocidade que todas as outras.
Nas suas cabeças pairava a ideia de um agravamento do estado do irmão mais novo de João. Tinham conhecimento da sua luta contra um problema oncológico mas desconheciam pormenores pois era um assunto evitado nas suas conversas.
No fim do dia de aulas optaram por visitar o amigo. A medo agruparam-se em frente da porta da casa de João, dois à frente e um terceiro mais atrás, tocaram timidamente no botão da campaínha.
Quando a porta se abriu e os olhos inundados de João se revelaram não sobraram dúvidas do que teria acontecido. O irmão mais novo de João adormecera para sempre, vencido de cansaço da luta que travava com o monstro que nele habitava.
A troca de palavras foi breve. Como é que crianças de 12 anos sabem como reagir a uma situação destas? A amizade era enorme mas a maturidade não permitiu que os gestos a transmitissem nesse momento.
Despediram-se do amigo, sem saber o que fazer. Estavam em choque quando, numa última frase, o rapaz que se mantinha mais atrás surpreende o grupo - "Xau. As melhoras para o teu irmão."

Bolas... as crianças são lixadas...

Dunas... Esses biombos indiscretos!


"Descobri" esta semana o videoclip original dessa mítica canção da nossa adolescência que serviu de banda sonora a tantos e tantos olhares, beijos, danças de "slows" e cumplicidades, refiro-me à música Dunas dos GNR e estou estarrecido...
Devo agradecer aos senhores do canal Q e ao Altos e Baixos, o óptimo programa dedicado a Rui Reininho que me deu a conhecer, ou a relembrar não sei bem, esta pérola provocando que eu ouvisse novamente a música e que utilizasse palavras como videoclip, Dunas e Rui Reininho, coisa que já não fazia há anos e anos (penso eu...).

Mas focando atenções no videoclip, isto estava para lá do seu tempo não? E no limite do legal, também não?!
Suponho que, há altura, ninguém reparou bem na história do filme porque isto é claramente um hino não só à homosexualidade, que nada tem de mal, mas também, e isso sim bem grave, à pornografia de menores. Só não será pedófilia porque os rapazinhos devem ter mais de 16 anos e RR, aparentemente, nunca se envolve com eles.
Catarolávamos nós Nas dunas... ao ouvido das nossas conquistas ou tentativas de conquista, dançávamos agarradinhos e... vai-se a ver e a musiquinha estava mais adaptada para ser banda sonora das festas da casa de Elvas com os meninos da Casa Pia. Mas que paneleiragem vem a ser esta?! (Com todo o respeito e sem pingo de homofobia, sinceramente.)

Nota: Sim garotada, no meu tempo (que mal que isto soa), o pessoal não andava todo cheio de químicos na carola, a curtir cada um para seu lado uma miscelânia de sons electrónicos e metálicos muito bem capazes de ter sido gravados numa qualquer siderurgia e muito menos se "comia" um(a) chavalo(a) qualquer de quem não se sabe sequer o nome, no wc de uma qualquer casa noturna após um "Oi. Bora?" "Bora.".
No meu tempo essas coisas davam trabalho! Era preciso boa conversa, confiança, por vezes semanas de dedicação e esforço, dançar uns "slows" nas matinés da discoteca lá do bairro - então garotada?! Não sabem o que isso é? - faltar à aula de Educação Visual para ir até ao parque, ir ao cinema, convidar para uns lanches a dois... enfim... para valer a pena tem de custar, e era tão, mas tão bom! Até quando tudo falhava! Fim da Nota

 Ora bolas... A confusão que estes senhores criaram... Ah e tal nas dunas, imaginando a miúda dos nossos sonhos a mordiscar uma maçã, sacudindo timidamente a areia da perna dela, espalhando o protector solar nas suas costas e de repente, a miúda vira-se e é um puto com uma bela carapinha e uns calções de ganga demasiado femininos de seu nome Carlão!
Não posso deixar de salientar o pormenor patriótico dos refrescos gelados serem as velhinhas latas de Compal Pêssego. É delicioso! Falha apenas porque aquilo não é um refresco, é mesmo sumo natural, ou, como a garotada diz agora, néctar de pêssego.
Com isto tudo só falta olhar-me no espelho e ver um velho seboso com mais base nas trombas do que é permitido por lei a esfregar-se no sofá... Por favor!! Como é que eu não reparei neste vídeo?! Será porque na altura tinha apenas 10 anos?!