Sentidos

Presente, passado e futuro unem-se num único momento onde te transformas num receptor, apuras os sentidos e absorves tudo o que sentes esvaziando a mente das superficialidades da vida que assumes, teimosa e repetidamente, como o topo das prioridades.
Inspira, vê,ouve, saboreia, sente... o verdadeiro prazer é o do momento único onde nasces, vives e morres de uma só vez. Nada mais existe.

Sente o aroma que se liberta da terra seca quando beijada pela chuva de verão. Fecha os olhos e inspira. Liberta-te e concentra-te no momento.
Vê o mar que se estende a teus pés e te acaricia a pele em massagens de espuma. Deixa-te absorver pela areia molhada. Fixa o azul infinito.
Ouve a música do vento que corta a chuva forte enquanto te escondes dos teus medos no lugar quente que sabes te protege sempre. Sente a manta que te aquece.
Saboreia o doce do mel nos lábios e o salgado das lágrimas de quem consolas com um beijo. Deixa que o sabor permaneça.
Sente o frio da neve fofa enquanto caminhas por onde ninguém caminhou. Cai. Deixa-te invadir pelo toque do gelo.

Entrega-te. Sente o arrepio de quem descobre, de quem conhece pela primeira vez. Todo o conhecimento se resume ao que captas e tens um momento para alcançar o que desejas. Agora e aqui apenas o teu desejo é realidade e o sabor doce do prazer nunca será amargo.
Não existe passado, nem futuro, só presente, só o momento.

Crónica dos filmes de fim de semana

Reduzi dois filmes à minha To buy and To View List - Paris Je T'aime (18 curtas de vários realizadores) e Los Abrazos Rotos (Almodóvar). Aumentei um filme à minha To buy and To View List.

Sou admirador dos filmes de Isabel Coixet e foi muito por culpa desse facto que comprei Paris Je T'aime 3 anos depois de ter sido lançado(reconheço que estou um pouco atrasado!).
Começo a notar um padrão em tudo o que esta senhora faz... há sempre alguém moribundo ou a caminhar para lá. De qualquer forma, a simplicidade e o realismo das histórias fazem-me continuar a procurar os seus filmes (Infelizmente ainda me faltam uns quantos que estou a tratar de encomendar nas Amazons da vida).
Quanto ao filme, 18 histórias, curtas, que variam entre a comédia e o drama, entre o realismo e o místico mas que, supostamente, têm por base o amor. Não tocando nunca nos extremos e conseguindo uma uniformidade que o torna interessante de ver, contêm histórias que nos deixam mais qualquer coisa que outras. O título do filme podia perfeitamente ser Um dia em Paris.

Em lista de espera entrou agora New York I Love You, vá-se lá saber porquê!

O segundo filme de fim de semana, mais recente, não surpreende. Muito espanhol, muito Almodóvar, sempre a bom nível. Surpreende o facto de a meio do filme já se saber quase tudo o que há a saber, ou não... De qualquer forma, mais um belo filme de Almodóvar. Humor, drama, erotismo, insinuação, paixão, atracção, amor, ciúme e complexidade tudo em doses q.b. mas que revelam em toda a sua dimensão os sentimentos e desejos impressos em cada cena. Como resultado um objecto para diferentes humores e disposições que não nos deixa indiferentes.

A única dúvida que mantenho é como é que um gayzola como o Almodóvar tem um fascínio tão grande pela Penélope?!

Fica a banda sonora deste último, que é o que se salva deste post. (Peço desculpa pela falta de inspiração mas acordei com uma enorme dor de cabeça.)

http://www.youtube.com/watch?v=E3CJiJX-qLE


Terapia

Eu e a minha "bicla", 20 km, ritmo baixo, chuva, sol, muita lama e vistas inspiradoras... pelo menos fica-se mais "leve".

Bom fim de semana

Confesso...

...que saber que escrever para "tanta" gente me deixa um pouco nervoso. OBAMA Mas garanto que a fama não me está a subir à cabeça. SEX Continuarei a ser o mesmo parvo que sempre fui! FACEBOOK E se alguma vez sentirem que o não sou podem utilizar o número verde de atendimento ao leitor, SOUTH AFRICA o email do serviço ao leitor ou ainda contactar com a minha relações públicas que em breve divulgarei neste blog. CRISTIANO RONALDO Certo que todos os vossos contactos terão o devido encaminhamento e, de acordo com a minha agenda, tratarei de responder pessoalmente sempre que me seja possível. REAL MADRID

O facto de ter "tropeçado" com a listagem de palavras mais pesquisadas na net não significa que passe a escrever para as "audiências" ou que venha a fazer uso dela! SÓCRATES A provar, e depois deste pequeno esclarecimento, passo a focar-me no tema que aqui me trouxe - Consultores de Imagem. FACE OCULTA

Os consultores de imagem são assim como os psicólogos da estética... BERLUSCONI nunca tive grande simpatia pela profissão porque sempre acreditei que cada um deve ser como é e não como os outros querem. WORLD CUP FIFA Na realidade os consultores de imagem dedicam-se a estudar ao pormenor a imagem e comportamento da pessoa de modo a que a mesma seja do agrado do maior número de pessoas. IRAQ

Dada a internacionalização do meu site perguntou-me... será que é uma profissão assim tão inútil?! BIN LADEN

Estou histérico!!!

Na actualização das estatíticas deste meu depósito de detritos mentais tenho a salientar a ténue coloração de, não 1 mas 2 países estrangeiros e de língua oficial não portuguesa!

Não sei se deva reportar às autoridades Inglesas e Suecas a "desorientação" de, pelo menos 1 dos seus habitantes... dado que para virem aqui parar podem ser indíviduos em quebra.

De Portugal chegaram 17 visitas e o número total (e mundial, quisá universal) de visitantes subiu para o fantástico número de 7!

Hoje a Inglaterra e a Suécia, amanhã o Universo (ou o Lichtenstein)! Obrigado! Thank you! Tack SjÄlv!


Stats

Gostaria de partilhar convosco... ou deveria dizer comigo e consigo caro único leitor do meu blog, que instalei o Google Analytics neste "precioso" aterro de ideias.

Correndo o risco de uma análise prematura dos resultados, uma vez que apenas disponho de informação relativa a hoje, devo desde já dizer que estou fascinado com o que descobri. Atingi o número incrível de 2 visitas que gastaram menos de 10 segundos a consultar o blog... uma das visitas foi a minha.

O Marco Paulo já não move massas... e eu nunca movi. Bolas! :)


Minisom, Minisom!!!

Na Rua dos Fanqueiros (baixa de Lisboa), a montra da loja de aparelhos auditivos Minisom tem um poster gigante de publicidade com a cara de Marco Paulo... claramente alguma fã não se conteve, resta saber se é fã do cantor ou da loja, tendo em conta os testemunhos que se podem ler no website da marca.

Bola de cristal

Usamos o instinto, a sintonia, a sugestão, a imaginação e a razão. Optamos pelo método nos parece mais acertado à situação. Acreditamos no que vemos e mais no que queremos acreditar. Criamos o nosso mundo de papel que resiste até à primeira enxurrada de realidade que, a seu tempo, não conseguimos ou tivemos receio de (pre)ver.

Não faz falta uma bola de cristal, o tarot ou outra qualquer ciência oculta para ler o que sentimos, o que está dentro de nós ou por perto, só faz falta não o suterrar em camadas de comodismo, facilitismo ou, simplesmente, falta de coragem.

Importante é sentir que somos sinceros com nós próprios. Importante é sentir que a cada momento, a cada decisão, fomos nós que, por vontade própria, assumimos os riscos e as oportunidades. Importante é saber que o nosso destino está sempre nas nossas mãos.

Perderemos sempre assim como ganharemos sempre. Para que lado pende a balança... logo se vê.


Autocarro 174

Ontem não li. A minha lista de filmes em espera já está enorme e optei por pegar no leitor de dvd da minha princesa e ver um filme brasileiro, "Autocarro 174".

Baseado em factos reais representa mais um enorme testemunho daquilo em que a sociedade brasileira, nomeadamente a do Rio, se transformou. A juntar a todos os outros filmes brasileiros de grande qualidade. A realidade, não haja dúvida, ultrapassa em muito a ficção. Não são precisos 3D, efeitos especiais, grandes fortunas, estúdios e distribuidoras globais para nos fazer pensar e sentir o quão pequenos e frágeis somos, para nos contar uma história que nos marca e nos faz viajar pelos caminhos e encruzilhadas da mente humana e da vida.

A inocência do ser é rasgada tão cedo quanto a necessidade de sobreviver e quando perdemos a inocência, quando somos sujeitos à pressão de ser adultos, quando somos deixados sozinhos sujeitos aos acasos da vida e à violência do abandono tudo pode acontecer.

O filme fez-me pensar se cada um de nós não podia ser aquele adolescente que, desesperado, comete uma loucura sem objectivo outro que aquele que cada um de nós tem, não ser abandonado. Será que cada um de nós não pode estar, na sua busca pelo sucesso, no seu egoísmo próprio do dia a dia, a empurrar alguém para algum acto de loucura ou desespero?!
Estaremos mesmo a "ouvir" tudo o que nos "dizem"?


Info sobre o filme.

Noite nova... livro novo

Desfolhadas as páginas de "Querido Rámon" e sem ter tempo de o digerir convinientemente, apenas o fechei e recriei na minha imaginação um gesto de reverência, respeito, compreensão e apoio à causa de Rámon. Verdade seja dita, escrita neste caso, eutanásia é algo que não me deixa dúvidas, compreendo toda a dimensão da questão mas sou muito pragmático... cada um sabe da sua vida ou morte.
Arrumei na prateleira e iniciei nova aventura literária.

Luis Sepúlveda já me havia prendido a atenção com dois dos seus mais famosos romances, O velho que lia coisa e tal e A história de uma gaivota assim e gato (pesquisem que também faz bem). Não posso adiantar muito sobre "A sombra do que nós fomos", comecei ontem, leio lentamente, já ia a meio caminho entre o mundo de cá e o dos sonhos. Apenas sei dizer que começou um pouco confuso... aguardo que repouse a poeira para que possa tecer mais comentários. Ou não, que eu como crítico literário sou um bom informático!

Agora vou-me agarrar ao trabalho, que as coisas estão atrasadas e pelo que percebo ainda me despendem sem que eu tenha tempo de acabar os projectos.


País das Maravilhas

Demasiado tarde para escrever um post... somando a isso, acabei agora mesmo parte do trabalho que tenho para fazer este fim de semana, um pequeníssima parte, assim, só poderá sair treta (termo técnico). Afinal já estão habituados, não é?

Carnaval à porta, motivação pelas ruas da amargura, a palhaçada já começou hoje com notícias matinais que prometem boa animação carnavalesca num futuro próximo. Esta semana passou a correr numa lentidão tamanha que tive com a mesma dor de cabeça de segunda a sexta, curiosamente, hoje a expectativa de "más" notícias aliviou-me ligeiramente a cefaleia que, escreva-se, já me está a deixar um pouco farto.

Nem tive tempo de ler as revelações do jornal SOL que, em desafio da justiça, fechou os olhos a uma providência cautelar e publicou mesmo mais umas escutas do País das Maravilhas... Mas o importante não é perceber o que dizem as escutas, nem se são ou não legais, se indiciam algum crime, ou se devem ou não ser destruídas. Tão pouco importa se o jornal pode ou não tornar publicas as mesmas ou se senhor A ou B, que se sinta lesado, interponha uma providência cautelar no sentido de evitar a divulgação dessa informação. O que importa perceber é o macro-processo pelo qual se rege o nosso país.
Vejamos... Uns quantos amigos, colegas de secretária na mesma pseudo-universidade (ou talvez escola secundária, primária, c+s, b+t, x+o, ABC123, sei lá) "governam-se" o "nosso" país, as "nossas" empresas públicas e privadas, a "nossa" economia, a "nossa" indústria, etc. Tal tarefa, árdua por certo é pouco compensada e os senhores dedicam-se com grande afinco às nobres tarefas que lhe são incumbídas sem que no final a sua riqueza aumente significativamente, por vezes até, os próprios filhos, esposas, pais e/ou irmãos, sem qualquer trabalho conhecido, garantem fortunas bem superiores às destes senhores!
Outros, que eventualmente também desejam ter um papel activo no "governo" do país mas que não frequentaram as mesmas escolas, escutam ou ordenam que se escutem os contactos telefónicos, sms, emails, conversas de café dos primeiros na tentativa de provarem a existência de comportamentos ilícitos e poderem fazer uma troca de grupo de amigos, sai branco, entra preto.

Enquanto a "justiça de primeira instância" (sistema judícial português) olha para as investigações, provas e escutas meses a fio e procura justificar a decisão final de que nada se passa, já corre a grande velocidade o processo na "justiça de segunda instância", também conhecida por "escarrapachar tudo num jornal de tiragem nacional ou na TVI ou nos dois sítios em simultâneo" e cujo início de processo se designa por "quebra do segredo de justiça".

Alguns dos senhores do primeiro grupo sentem-se lesados na sua honra ou sentem que a mesma possa estar em causa (honra também chamada "conta bancária") e tentam recorrer a procedimentos legais para evitar mais danos.
Os orgãos da "justiça de segunda instância" ignoram olimpicamente tais procedimentos e divulgam tudo e mais duas ou três notícias sobre cusquices do "jéte sete". O povo fica escandalizado com as cusquices do "jéte sete" e no final quem governava o país (e restantes entidades) continua a "governar-se", quem "escutava" continua a "escutar", a justiça desculpa-se com erros processuais, quem se sente lesado acaba por deixar de se sentir e os orgãos da "justiça de segunda instância" continuam a procurar causas que façam vender mais ainda sem sofrerem qualquer penalização.

O povo, esse, continua a ser explorado, despedido, mal-tratado, enganado...

Existem fenómenos idênticos na natureza, nomeadamente:
"Parasitismo é uma relação desarmônica entre seres de espécies diferentes, em que um deles é o parasita que vive dentro ou sobre o corpo do outro que é designado hospedeiro, do qual retira alimentos.Os parasitas geralmente não têm intenções de causar a morte dos hospedeiros embora tenham noção de que estão lhes causando prejuízos..."
Mas atenção:
"...no entanto uma vez por outra a população do parasita cresce exageradamente em determinados hospedeiros de forma que a superpopulação desses parasitas acaba causando a morte desses hospedeiros devido ao excesso de prejuízos causados pela quantidade anormal de parasitas parasitando um só organismo hospedeiro, designada hiperinfestação de parasitas."
Fonte: Wikipédia


Sol ou Sombra

Viver na sombra... abraçar o amigo quando o sol não brilha, quando a lágrima cai, absorver todo o negativismo de quem hoje encontrou uma pedra no caminho, ajudar a levantar e levar ao colo se preciso fôr. Calar para não preocupar, para não fazer pior a quem se gosta, a quem se ama. Ouvir e sorrir para depois chorar no canto, de olhos tapados e mente em rodopio. Beber a dor de outros, engolir o próprio sofrimento, sofrer por quem não se quer ver sofrer, viver a vida de todos a quem se quer dar a mão. Trazer o Sol e levar a Sombra...

O Sol esgota-se, a sombra afoga e já não se consegue beber mais dor, engolir mais sofrimento mas quando se grita não sai som, quando se procura não se encontra luz e viver... já não se vive.


Life - Errata

Relativamente ao meu último post passei bastante tempo para perceber porque o escrevi em inglês e não em português... ainda não percebi
Para quem me conhece terá sido estranho, eu, um acérrimo defensor da utilização do português sempre que possível e da não banalização dos estrangeirismos, estar a escrever uma citação em inglês! Mas foi assim mesmo que me surgiu na cabeça.
De qualquer forma, serve o presente para publicar a tradução para português, o que deixaria a citação mais ou menos assim:

"A vida é bastante interessante até a teres que viver."

Bastante porreira ou muito fixe? Podia ser fixola... bacana, num tom mais brasileiro. Podia ser bastante, muito, algo interessante, mais ou menos interessante e por aí fora.
Mas a verdade é que este pensamento não é para ser levado à letra. Sim, ando negativo mas nem tanto! Como todo o pensamento ou citação, cada um a deve entender como quiser, interpretar e adaptar à sua maneira e, eventualmente, ignorar por não ter qualquer interesse.

A felicidade está no fim da linha, no balanço do deve e do haver e aí, à luz do saber completo, podemos concluir se a vida foi ou não interessante de viver.


Una historia de Xuño, Porto de Son, A Coruña

Optei por "ouvir" o que Ramona Maneiro tinha para me contar. Com alguns anos de atraso mas com a curiosidade ainda desperta avancei pelos dois primeiros capítulos. Sem tiques literários nem melo-dramatismos excessivos Ramona estabelece um "monólogo" escrito que se torna interessante pela simplicidade com que descreve a realidade dos factos e sentimentos interrompendo aqui e ali o relato com a justificação para escrever de uma maneira ou de outra, remetendo alguns assuntos para outra altura mais pertinente, gerindo "em voz alta" a forma como elabora o texto. Não nos deixa segredos.
Mas... só aqui para nós, que (quase) ninguém me "ouve", embora o livro trate de uma história de drama e sofrimento, nos faça pensar na eutanásia e confrontar-nos com os nossos próprios medos e traumas, tenho especial prazer e ler cada linha pelo simples facto de estar escrito em castelhano... sim, exactamente, pelo bem que me faz ao ego sentir que percebo cada uma das palavras ali impressa. Não que alguma vez me tenha sentido orgulhoso por saber espanhol mas, nos tempos que correm, qualquer "extra" me faz sentir um pouco melhor, nem que seja por uns minutos. Tem o seu quê de macabro que dê por mim a sorrir no meio de uma descrição de como se ajuda a morrer quem se ama ou de como se pede ajuda para morrer mas, se é para me sentir melhor, perdona-me Ramón!
Curiosa esta minha procura de algum conforto em terras vizinhas, já não é novidade para mim como são capazes de saber. Se hoje aqui estou a um espanhol o devo (como podem comprovar neste post)... estarei eu no lado errado da fronteira?


Na mesinha de cabeceira

Libertei, finalmente, a minha mesinha de cabeceira, e a mim próprio, do peso do último livro de Dan Brown, O Símbolo Perdido. Não é que que seja mau, consegui ler tudo até ao fim das intermináveis 571 páginas mas... tem umas 371 páginas a mais.
Depois de terminar o famoso Código de Da Vinci pensei "Dan, caro amigo, continua que vais no bom caminho mas não me leves a mal, não é nada pessoal, mas não tenho pachorra!". Entretanto, passou mais um daqueles dias em que algumas pessoas nos ligam a dar os parabéns e oferecem coisas sabe-se lá porquê e recebi O Símbolo Perdido, último grito nas prateleiras das livrarias. No mesmo dia recebi o Fúria Divina do "nosso Zé Orelhas".

Optei de imediato por ler a Fúria primeiro e o Símbolo depois, ainda com o Código na memória... Deu para comparar. Num estilo jornalístico que achei interessante, com detalhes e descrições suficientes e necessárias e sem "dar palha" para aumentar o número de páginas (pelo menos sem nos insultar a inteligência quase explicitamente) o JRS leva-nos por uma viagem, quase documental pelas questões islâmicas que, confesso, pouco conhecia. Uma viagem que nos prende e nem nos faz saltar do comboio em andamento nem nos deixa adormecer com o embalo da carruagem. Parabéns Zé! (Permita-me que tome esta liberdade, é com todo o respeito que o faço embora saiba que dificilmente alguma vez venha a ler estas linhas)

Já o Símbolo... a certa altura já me apetecia que se tivesse perdido de vez. Descrições desnecessárias, parágrafos "empanturrantes" de filme de acção de 2ª categoria, esticar, esticar, esticar porque temos de ter mais de 500 páginas, enfim, Dan... os parágrafos no estilo "E ali estava. Desde do ínicio tão óbvio e ele não tinha percebido. Mesmo na cara dele. Em frente dos seus olhos. Quanto mais tempo estiver aqui a escrever mais ele percebe o que é óbvio e que eu ainda não vos contei e só conto no próximo capítulo porque pelas minhas contas este capítulo tem que ter 14 páginas e ainda faltam 2" não são o meu estilo. Mas pronto, anima-te, a minha opinião não vale de nada e continuas a vender toneladas de livros.
Pela primeira vez li um livro, cheguei ao fim do mesmo e... ele continuou por mais 100 penosas páginas de filosofias e teorias que não me interessaram nem um pouco.
Pelo menos consegui ler até ao fim e não foi mau, apenas fraquinho.
Agora deparo-me com um dilema - o que ler de seguida? - tenho várias hipóteses, depois de analisar a mesinha de cabeceira descobri:
Em cima mantem-se uma verdadeira desilusão, A Ninfa Inconstante, que comprei num impulso após ver uma entrevista da viúva do autor, Guilhermo Cabrera Infante. Com Havana como cenário e com uma entrevista que me embalou achei que seria uma aposta ganha. Errado. Lá está, fechado após poucas páginas de dolorosa e lenta leitura. Dentro da gaveta, O último volume do MEC e Cartas desde el infierno de Ramón Sampedro (em castelhano). Qualquer dos dois estão em espera não por não despertarem interesse mas apenas porque não sinto que esteja com o espírito certo para eles. À estante fui buscar A sombra do que fomos de Luis Sepúlveda e Querido Ramón de Ramona Maneiro (em castelhano). Li a contra-capa deste último e estou muito tentado a começar por aqui.

"Yo tenía que renunciar a la presencia física de Ramón para dejarlo ir con la otra, y la otra era la muerte. Me lo suplicó y no sentí celos" (Ramona Maneiro in Querido Ramón).