Altos e Baixos

Nota prévia: Este post não é aconselhável a leitores impressionáveis ou sugestionáveis. Aconselha-se portanto enorme precaução e a não ingestão de alimentos durante a sua leitura.


Depois de uma semana em que uma cirurgia à coluna me começava a parecer mais fácil do que comer meia-dúzia de travesseiros de Sintra eis que... as complicações surgem.
É lixado... acordar de novo com a mesma dorzinha paralisante, levantar que nem velho, de 120 anos com 4 AVC's acumulados, tentando não sucumbir à dor, movimentar-me mais lentamente que um tetraplégico a quem roubaram a cadeira de rodas... Não pode ser!!! Não mereço!!!
Mas vá lá... depois de andar um dia inteiro e de me encharcar em medicação as dores acalmam... o que teima em não acalmar é a fonte de líquido rosa que parecem ter-me implantado nas costas durante a cirurgia. Brincava eu com a instalação de uma luz neon no corpo... afinal é luz líquida... e rosa que fluí com toda a energia inundando penso, costas, roupa, cama. Bom... agora que já perderam o apetite e que tentam conter os vómitos já vos posso falar das minhas consultas de seguimento da cirurgia.
Fantásticas! Como é que alguém que tem hérnias pode sofrer mais ainda?! Temos duas opções...

Opção A - o neurocirurgião pressiona o corte ainda em fase de cicatrização e a zona envolvente  como se não houvesse amanhã para extrair o líquido rosa que impede a total recuperação.

Opção B - o neurocirurgião espeta agulhas junto da área da cirurgia para extrair seringas do mesmo líquido juntando a isso alguma pressão (mas calma, não tão intensa quanto na opção A) enquanto  rodopia a agulha qual empregada doméstica manuseando o aspirador.

Delicioso... o que mais me preocupa é haver a hipótese, remota, quero acreditar que muito remota, de estar a rejeitar o implante que me colocaram na coluna... ora... isso levaria a quê? Ou bem que o corpo consegue expelir o referido implante (coisa que me parece impossível e nada agradável) ou teria de me sujeitar a nova cirurgia. Sinceramente... não me apetece. O "'bora lá tentar mais uma vez!" é coisa que não me agrada nesta situação.
Espero que não seja necessário chegar a este ponto e que tudo não passe de um pequeno contratempo que em breve estará ultrapassado.

E por aqui me fico em relação às novidades sobre a minha cirurgia e respectiva recuperação e, esperando não me dissolver por completo em líquido cor-de-rosa, me despeço com cuidadinho para não estragar a obra do doutor neurocirurgião... já basta o que basta.

Recuperação

Uma semana voltada e cá estou, em franca recuperação.

O bom... Amanhã é dia Sporting... O mau... É meter na cabeça das pessoas que só me faz bem ir ao estádio.

Nem que fuja... Vai ter que ser!

O Balula vai ao talho

É verdade! Depois de 40 anos livre de qualquer maleita de maior, livre de ossos partidos ou outro tipo de males igualmente limitadores da boa vida que levo, lá estou eu a caminho da minha primeira cirurgia à grande! Com anestesia geral e tudo!

Não é motivo para grandes euforias. Confesso que me sentiria bem mais confortável se até ao final dos meus dias não tivesse que conhecer por dentro um bloco operatório... pelo menos não o conhecer deitado na mesa de operações e a inalar uma cena marada que me colocará a dormir... espero, de forma temporária.

Mas tem de ser! Uma maldita colónia de hérnias que me atormentam a existência assim o obrigam e logo que encontrei um "talhante" disponível para me mexer no entrecôte não hesitei. Siga! Onde me deito?!
Ah... bolas.. não é assim tão fácil. Pelo meio está a seguradora... espera aí que eu vou ver se me apetece que fiques bom. Hummm... deixa lá ver... Já tás em pulgas o suficiente?! Não?! Então aguenta até ao próprio do dia que é para ires bem excitado para a marquesa. Não imaginas o espectáculo que é quando um tipo ao ser operado implode devido à tensão demasiado alta!
Pois é... o processo estava demorado. Pelo meio, na consulta em que era suposto tomar conhecimento do procedimento anestésico descubro que a minha tensão está novamente em altas... deve acompanhar a evolução emocional do pessoal de esquerda... dispensava. A Dra. torceu o nariz... veja lá se consegue tratar disto rapidinho para não nos dar trabalho extra durante a cirurgia. Isto vai correr tudo bem mas... esta tensão ainda o vai deixar a dormir para a eternidade.

Rapidamente me enfrasco de Losartan e Lexotan e todo janado estou certo que vai correr bem... mas se não correr também me devo estar a borrifar com a moca com que vou estar.

Após adiar uma semanita a dita intervenção, especialmente porque o Sporting jogou na segunda e eu me recusei a escolher esse dia, lá vou eu sonhar com cenas maradas e esperar que acorde e mexa os pezinhos... qualquer uma das coisas sem a outra não é opção, até porque mexer os pezinhos sem acordar deve deixar o pessoal todo acagaçado... hummmm... pensando bem... Até tinha a sua piada!

Estarei de volta em breve, "kitado" e, espero, em melhores condições. Até lá me despeço esperando que fiquem bem e que possa voltar a escrever neste meu cantinho.
Tratem bem dele na minha ausência... seja ela curta ou não! ;)

Vocês sabem lá... o importante que este cantinho é!

Com todo o meu carinho, até já meus queridos leitores!

O brilho dos teus olhos

- Era no apertar do teu abraço que eu descansava. Era no carinho dos teus beijos que eu respirava. Era no brilho dos teus olhos que eu me encontrava.
Perdi-me de ti e a confusão aumentou, deixei de descansar, deixei de respirar e perdi-me de mim também. Quando te reencontrei pensei que podia descansar de novo, respirar de novo e me iria reencontrar a mim mesmo.
Mas o apertar do teu abraço já não era o mesmo, o carinho dos teus beijos já não tinha a mesma intensidade e o brilho dos teus olhos... esse brilho que dizia tudo... já não era igual.

Alimentava algumas certezas do seu confuso pensamento, escutava a sua intuição, procurava ouvir a razão.

- Afinal não eras tu que dizias que nunca se deve voltar onde já foste feliz? Então não sejas palerma e percebe que não tens mais do que a confirmação do que sempre pregaste.
Será que é possível conquistar a mesma pessoa duas vezes? Ou mais ainda?
Afinal não é esse o segredo das relações bem sucedidas? Todos os dias re-conquistar e ser conquistado?

Mantinha a mente ocupada com o seu exercício e sentia-se cada vez mais na sombra, incapaz de reagir, incapaz de resumir o seu pensamento à conclusão que lhe parecia mais sólida.

- E afinal de que tens tu receio? De perder o que já tinhas perdido?
Ai o brilho dos teus olhos... o que eu daria por voltar a vê-los brilhar assim por mim...

Campanha de Apoio aos Refugiados Sírios

É chocante ver as imagens que se repetem de corpos de refugiados, de todas as idades e sexos, que dão à costa após naufrágios em alto mar.

É ainda mais chocante perceber que essas pessoas pagaram a outros que, sem qualquer pingo de humanidade, procuram fazer negócio com a desgraça e o pânico alheios.

É ainda muito mais chocante perceber que todos nós colaboramos, de uma maneira ou de outra, para que tudo isto esteja a acontecer.

Sobre o tema apenas me surgem duas ideias... a primeira resume-se a uma questão "Quer evolução é esta que trouxe a raça humana a este ponto tão merdoso?"

A segunda... Realizar uma campanha a uma escala universal "Troco governante por 5 refugiados".
Apenas temos que receber no nosso país 5 refugiados por cada governante que entregaremos algures em alto mar num bote insuflável ou num colchão de piscina.

Acredito que muitos dos problemas existentes no mundo terminariam rapidamente...

Caro "cantinho",

Eu sei que tenho andado ausente. Sei que te devo um pedido de desculpas. Mas também sei que estás e estarás sempre aqui para mim.

Espero que compreendas que têm sido uns dias agitados e tenho tido pouco tempo ou cabeça para vir aqui conversar contigo. Mas não te esqueci... tenho falado de ti sabes?! Não! Não te preocupes que continuas a ser o meu cantinho discreto. Tive mesmo de falar... foi aqui que tudo começou e agora olha... é o que vês.

As pessoas não sabem o quão importante foste tu no processo que resultou no livro. Ou não sabiam... os mais perspicazes já devem ter percebido. Mas foste tu que me deste espaço, que te ofereceste a mim para depositar as palavras que hoje todos podem ler.

Foste fiel guardião de quarenta capítulos de palavras que se uniram para tentar, e por agora apenas tentar, ter sucesso numa plataforma que é tão ou mais competitiva quanto o universo em que vives.
As gotinhas que aqui depositei ganharam energia, juntaram-se e saltaram daqui para o mundo! Sabe bem não sabe? Estou orgulhoso de mim e de ti!

É por isso que te quero agradecer. A ti em especial. E quero que saibas que tenho sentido a tua falta. Sim. Tenho. Porque o que me levou a criar-te e abraçar-te como se de um filho virtual se tratasse continua a existir. Este que te escreve, continua a precisar de escrever para espantar os seus males. Continua a precisar de dizer palermices para sorrir. Continua a ser quem sempre foi.

A ti e àqueles que, como tu, também estão sempre presentes em mim eu quero agradecer por esta aventura realizada e pelo papelinho que possa retirar com segurança da latinha dos objectivos e sonhos.

Muito obrigado e até sempre!

Pensamento do dia

Devia ir dormir e deixar-me de pensamentos.

P.S. Boa noite... Volto um dia destes com um pouco mais de tempo.

"Martírio" e Pinto e o meu interesse pela política

Estava sem tema para escrever quando esbarrei com a notícia sobre o decorrer dos trabalhos do primeiro congresso do Partido Democrático Republicano (PDR).

E perguntam vocês: O que é que pode ter de interessante o primeiro congresso do PDR?

Exacto. Isso mesmo. Nada. Sem ponta de interesse. Mas por vezes dá-me para isto. Ler notícias sobre temas sem qualquer interesse. No entanto, ouvir o agora presidente do novo partido PDR e ex-bastonário da ordem dos advogados, Marinho e Pinto, é, de certa forma, divertido.
Por vezes até tem umas "bocas" bem direccionadas mas no geral torna a política naquilo que na realidade é neste país: uma palhaçada. A diferença para os restantes é na forma como o faz descaradamente.

Focando-me na notícia... Então lá organizaram um congresso, imagino que recheado com discursos hilariantes, e colocaram à votação a declaração de princípios e os estatutos. Quando se preparavam para a eleição do conselho nacional eis que surge uma lista concorrente ao grupo liderado por Marinho e Pinto. No estilo "Surpresaaaaaaa!!!"
Essa lista contava com o apoio de militantes de última hora, supostamente recrutados na Igreja Maná, igreja a que a mulher do candidato "espontâneo" pertence.

Ora... mais hilariante que isto dificilmente se encontra. Imagino o pastor da Igreja Maná, na celebração anterior ao congresso do partido a dizer "Teu será o Reino do Senhor se votares na lista do Alexandre Almeida para o Conselho Nacional do PDR! Afastai de vós a figura do Demo, Marinho e Pinto! O Senhor está entre nós! Vota Alexandre Almeida!"

Estou tentado em inscrever-me na Igreja do Reino de Deus (suponho que tenha mais fiéis) e tomar de assalto o PSD ou o PS no próximo congresso aos gritos "O Senhor é vida!!! O Senhor está comigo!!!"

Porra pá! Camaradas... esta cena está a ficar interessante. Imaginem o que será os Manás disputarem as legislativas em coligação com a Igreja Universal e a Igreja batista em Chamas.
No parlamento os deputados assistem a exorcismos dos líderes da oposição executados pelo presidente da assembleia e todos os meses é sacrificado um comunista para servir de exemplo ao povo, que se passará a chamar rebanho de fiéis. Digamos que a festa durava uns dois ou três anos e depois era cancelado o ritual por falta de comunistas para sacrificar.

O Costa e o Coelho que se cuidem... Isto vai virar novela da Globo!

Frase de fecho

Navegando sem vontade pelas palermices publicadas no Facebook eis que me salta do ecrã a frase: "Honestidade é um presente muito caro. Não espere isso de pessoas baratas.". Ao que parece frase é de Warren Buffett que pelo nome também não deve ser muito caro, a ser chamar-se-ia Gourmet... Ou Haute Cuisine.
O importante mesmo é que o senhor foi, supostamente, autor de uma frase que fecha o fim-de-semana.  E é uma boa frase...

P.S. Warren Buffett é um empresário mais velho que o Eusébio mas que consome menos whisky daí ainda estar vivo e ter guito para ele e para doar a projectos solidários e afins.
De tudo isto, não sei o que será verdade... Mas eu sou barato, por isso não me peçam Honestidade... Ou talvez possam pedir.


Volta Amanhã (Actualização)

Não que tenha grande alcance mas não posso esquecer o cantinho em que tudo começou.
Aqui vai a página de Facebook criada para promoção do livro "Volta Amanhã":

https://www.facebook.com/voltaamanha

Visitem, gostem, partilhem... ou então não!

Até já meus pequenos duendes que ajudam a alcançar objectivos! ;)

Volta Amanhã (Actualização)


A bola está do lado da editora. Finalmente!
Foram dias de tensão, trabalho e horas mal dormidas para garantir toda a informação solicitada.
A equipa da Chiado Editora ficou, na madrugada de hoje, na posse de todos os materiais.
A ilustração para a capa feita pela ilustradora Ana Dias empresta dimensão artística e espero que resulte na promoção quer do texto quer do trabalho excepcional da Ana.
O trabalho de revisão, partilhado por mim próprio e pelos meus pais, parecia não ter fim. Terminou pelas duas da manhã de hoje ao fim de três passagens completas pelo texto e depois de muito reescrever e reinventar.

Agora é tempo de controlar a ansiedade, preparar a divulgação e aguardar as propostas de capa e paginação para, rapidamente espero, ver o "meu" livro a caminho da gráfica.
Os agradecimentos vou remeter para a altura do lançamento embora o sentimento de gratidão esteja sempre presente.

Deixo um apontamento da ilustração e prometo em breve divulgar a página Facebook do Volta Amanhã para fazerem like e partilharem.

"Num gesto repentino parou, olhou para ele e disse “Amanhã à mesma hora?”"
Ricardo Amaro in Volta Amanhã


50 sombras do Sr.Cinzento

Finalmente vi o filme. Não li os livros. Mas perdi 2 horas de sono para ver o filme e estou em choque.
Vou ser curto e grosso. Peço desculpa se ferir susceptibilidades mas... Que merda de filme é este?!
Estive na dúvida durante metade do filme se estaria a ver o Top Secret dos filmes eróticos ou um filme erótico para maiores de 12.
Os cenários têm erros inacreditáveis. Os actores são medonhos. A história... Enfim... E as cenas eróticas não fazem nem um adolescente imberbe ficar excitado.
Se tivessem escolhido o Steven Seagull e a Tilda Swinton para contracenar o nível de sensualidade e erotismo seria o mesmo.
Ainda assim ela melhor que ele.
Um forte candidato ao top 10 de piores filmes que vi. E eu que sou confesso apreciador de clássicos eróticos como 9 semanas e meia ou orquídea selvagem. Imensa desilusão.
E minhas senhoras nem vocês acreditam que é um homem daqueles que precisam...
Melhor cena: voo de planador. Só quem experimenta percebe porquê. Foi a única cena que me deu pica. O resto deu-me tanta pica quanto ver as imagens da Rosa Mota a ganhar a medalha de ouro.
Tenho dito. Pode ser que um dia leia os livros e perceba que o filme não foi mais do que gastar pouco para ganhar muito.
Muita palmadinha da boa meus leitores submissos!

Volta Amanhã

Este será o título do primeiro livro (quem sabe se único) que teve origem neste meu cantinho.
Está assinado o contrato de edição, com data de 28 de Abril de 2015, mais de 2 anos após a data do post do último capítulo.
Durante esses dois anos muita água correu debaixo das pontes, muitas voltas deu o mundo, o nosso mundo e em particular o meu mundo.
Foi um processo longo, de crescimento, sofrimento, trabalho, mentalização, adaptação e muitas outras coisas. Mas o ganhar coragem de mostrar ao mundo, mesmo que "apenas" ao meu mundo, parte do que saiu de mim é, em si, um enorme passo para este que vos escreve com a frequência irregular a que vos habituei.

Estou contente. Quase realizado, neste aspecto da escrita. Quase porque falta ainda criar o objecto. Esse porta sonhos que é, em sim, um sonho concretizado. No dia em que estiver na minha mão, vou querer partilhar com todos aqueles que me apoiaram, em especial com quem desde a primeira hora me seguiu e cujas palavras foram a semente que agora germinou.

Nada acontece por acaso... Muito, muito obrigado!

Volto amanhã! ;)

Deus é tuga!

Não estou convencido da existência de Deus, longe disso, mas estou convencido que se existir é português. Porquê?

Simples... precisamente porque os caminhos da vida estão mal sinalizados, para atingir objectivos é preciso preencher este mundo e o outro em formulários, pré-requisitos e pré-condições que na prática não servem para nada, até chegar a nossa vez demora eternidades, os sistemas não funcionam e depois há meia dúzia de incompetentes e inergúmeros que nasceram com o traseiro virado para a lua e que nos passam à frente sem percebermos como.

Era preciso que os caminhos estivessem bem sinalizados, que as pessoas tivessem bulas com descrição, forma de toma e efeitos secundários, que os processos estivessem bem definidos e que não tivéssemos de aturar aquilo que não merecemos aturar.

Tenho dito... Alguém que seleccione um nórdico para tratar de resolver a questão, oh faz favor!

Sabedoria Baluliana

Não voltes ao lugar onde já foste feliz se, e só se, esse lugar foi uma mentira.

Sabedoria Baluliana

É nas palavras de quem nos quer bem que devemos encontrar a motivação para ignorar os impropérios de quem não nos quer.

As perguntas que me fazem

Tornada mais ou menos pública a minha veia de escrevinhador sou confrontado com algumas questões cuja profundidade varia com o conhecimento do que escrevinho (aquele que escreve).

Agora és escritor?
Não. Não é agora, muito menos sou escritor. Quando muito sou escrevinhador e já desde Julho de 2007. Pelo menos de forma mais (ir)regular.

Escreveste um livro de código de programação?
Não. Ainda não virou livro e por certo não são páginas e páginas de código. Seria pouco interessante, digo eu que não percebo nada disto.

Quando é que o livro é publicado?
Não sei. Ainda não está decidido. Nem sequer está decidido que seja publicado. Estou no bom caminho, depende de mim, está pronto a ir para a editora, falta a minha decisão.

É biográfico?
Não.

Ahhhh! Mas o protagonista és tu!
Não! O protagonista, assim como as restantes personagens apenas existem nas palavras que escrevinhei. Mas, como já referi, não sou escritor, sou escrevinhador. Assim optei por "decorar" personagens e cenários com características que me são familiares.

Lendo coisas que escreveste há algum tempo não sentes como se não tivesses sido tu a escrever?
Sim. Acontece-me com alguma frequência. Por vezes acontece-me mal acabo de escrever e estou a rever. Acontece-me pensar "Dasse! Tava inspirado..." ou "Eu não me lembro de ter escrito tal coisa!" ou "Quê?! O que raio querias dizer com esta frase?!" entre outros pensamentos de estranheza.
Por vezes, escrever é para mim entrar num estado de semi-ausência, ou num eu paralelo. Resulta numa limpeza de pensamentos e tem por consequência a falta de memórias sobre os momentos da escrita de alguns textos.

Para finalizar... escrever não é, para mim, uma coisa séria demais, mas também não é uma brincadeira, é apenas terapêutico, importante.
Tem sido um processo complexo de exposição e que, acredito, será tão mais complexo quanto maior o sucesso caso venha a ser editado (reforço que, não faço ideia se, havendo edição, terá ou não sucesso. Nem tenho qualquer expectativa elevada em relação a isso).
A escrita revela muito e é fácil confundir a ficção com a realidade. Lançar ao público um texto, uma história é dar um pouco de nós e abrir a porta a que nos julguem e nos avaliem. Não é fácil.
Qualquer pergunta é válida mas... o ser surpreendente que eu escreva não significa que seja passível de ser ridicularizado ou menosprezado.
Como várias pessoas me disseram, fiz o mais complicado, criar um texto original capaz de ser editado. É em si uma concretização e estou contente com isso. O que resultar a mais desta aventura será um extra.

Conto em breve ter novidades. Espero que boas novidades. ;)

Não te percas

Não fujas. Não faças nada que não queiras. Mas não deixes de fazer o que realmente queres e te faz sentir bem. E faz quando te fizer bem. Faz quando tiveres a certeza que te faz sentir bem. Nesse momento não hesites. Faz. Não há tarde nem cedo, não há perfeito ou imperfeito, há o momento. Ou o agarras ou não. Não te arrependas do que fizeste. Arrepende-te do que não fizeste. Continua. Não esperes, acredita. Não páres por nada nem por ninguém mas não deixes para trás o que te faz falta. Não chores pelo que perdeste. Sorri pelo que ganhaste. Aproveita o que tens. Não o desperdices pensando no que não tens. Valoriza-te. Valoriza. Abraça porque sim. Voa. Sê livre. Fica. Ou vai. Mas porque queres, porque te faz bem. Não tenhas pressa. Mas não páres. Não bloqueies no que não consegues. Foca-te no que consegues. Consegues tudo. Respira. Não penses demais. Não penses de menos. Pensa apenas o suficiente para atingir o objectivo. Arruma-te. Controla o que podes. Não desperdices energia a controlar o que não podes. Não deixes de ser o que queres com receio de ser o que não queres. A vida é em frente. É o que fizeres dela. É o que deixares que seja. Controla o teu destino. Não te deixes controlar por ele. Não imagines nuvens negras. Aprecia o sol a brilhar. Não imagines o lado escuro da lua. Fixa o lado que brilha. Dá a mão a quem merece. A quem tu mereces. Não largues. Sente. Segue por aí. Segue por ali. Mas nunca, nunca te prives do que te faz feliz.

Perfeição na imperfeição

Tu és força, energia, coragem.
Tu és cor no meio de tanto cinzento, verdade no meio da mentira, alegria no meio da tristeza.
Tu és luz, nem sempre de sol mas muitas vezes de lua, lua cheia, enorme, que enche o espaço e nos prende o olhar.
Tu és frontalidade, amizade, honestidade.
Tu és muito mais do que se consegue ver ao passar.
Tu és apoio, carinho, sentimento.
Tu és dar, mais do que receber, humildade, sorriso.

E, perguntas tu, sou só virtudes? Não! Respondo eu.
Tu és defeitos, esquisitices, teimosias, casmurrices.
Tu és desespero, birras, depressão.

Mas... não fiques triste. As pessoas só são perfeitas aos olhos de quem as quer bem e os defeitos devem servir para tornar as qualidades ainda mais importantes.

Tu és saudade, amor e paixão.

E é isto. Obrigado e boa noite.

Eu sei lá o porquê!
É porque sim. Ou porque não. É porque o sol brilha. Ou será porque a lua está enorme e brilhante? Acho que é mais por esta última. Porque até faz mais sentido. Até signifca muito mais. É porque é como sempre foi. Não, nada mudou. Vamos lá, mudou um bocadinho aqui e ali. Ou talvez tenha mudado mais mas ainda não sabemos. Mas é porque sabemos como é, como queremos que seja e apenas nos falta saber como será. Mas isso é um pormenor não acham? Eu diria que sim. É um pormenor enorme, mas é um pormenor. Ainda falta muito? É capaz. Mas vamos aos poucos. Cada coisa de sua vez. E depois se verá. O muito pode até ser muito pouco. Alguma coisa será. Mas não somos nós capazes de muito mais do que o muito que falta? Eu acho que sim. Vamos. Hoje é assim. Amanhã se verá. Mas hoje foi bom. Muito bom. Porque está tudo ali. Não falta nada. Bom, quase nada. Falta um pouco. Ou falta apenas o muito que até pode ser pouco. Sem expectativas. Uma coisa de cada vez. Sem esperanças. Mas sempre acreditando. Vamos e depois se verá.


Conversa de adormecer

No ritual habitual da hora de deitar as palermices do pai soltavam-lhe o riso.
Estava feliz como está quase sempre mas largava um "oh paiiii!" sarcástico que tanto gosta em resposta ao que ia vendo e ouvindo.

- Quando nasceste a senhora enfermeira chegou ao pé de ti e disse "Menina Inês o seu pai é muito tonto mas... Não há nada a fazer, foi este que lhe calhou.". Tu não te lembras, mas foi assim.

- Oh paiiii! Não foi nada...

E soltava mais um daqueles sorrisos doces enquanto a espuma da pasta de dentes lhe cobria os lábios.

- Olha... Se pudesses trocavas o pai?

- Achas?!! Não! Não te troco por nada!

- Hummmm... Mesmo por nada?! E se fosse por um pai do mesmo tamanho feito de chocolate e recheado de manteiga de amendoim?!

- Não trocava!

- E se fosse do dobro do tamanho?!

Hesitou propositadamente, a expressão de gozo marcada no rosto e logo de seguida, sorrindo, disse:

- Se fosse uma pai do dobro do tamanho de chocolate e reacheado a manteiga de amendoim... Não. Não trocava por nada!


Sabedoria Baluliana

Complicado é ir ao wc em casa alheia com uma cólica brutal e pelo meio descobrir que não há papel... o resto?! O resto é fazer acontecer!

Condenada

"Como foste capaz de matar algo tão grande, tão maior do que tu ou eu ou os dois juntos?
Como é que se consegue esfaquear consecutivamente um sentimento tão poderoso e continuar, sem hesitações, aos sons dos gritos de dor e desespero de quem se esvai numa hemorragia de sofrimento?
Como és capaz de virar costas e esquecer que um dia, num acaso, o encontraste, o alimentaste, lhe deste guarida e protecção?
Como se fere de morte o que se criou, sem lágrimas, sem arrependimento, sem esforço sequer?"

Perguntou ele ao vazio deixado por ela, ou por quem por ela se fez passar.

"Devias ser condenada. Condenada a não amar mais. Condenada a pena efectiva e perpétua de não amor. O coração gelado. Não deveria ser permitido que continuasses a amar quem quer que fosse. O risco de voltares a matar é alto demais.
Não é por mim que o digo. É por qualquer outro que em ti tropece e caia a teus pés. É pela segurança de quem te rodeia ou possa vir a rodear."

Ditou como se de um desejo sólido se tratasse.

"Desculpa... Ninguém deve ser condenado assim. Devias ser condenada a passar pelo mesmo... A encontrar um homicida que, como tu, alimentasse o teu sentimento e te prendesse a ele para depois, facada a facada, retalhasse o teu sentir sem pingo de arrependimento. Talvez te servisse para perceber que o que fizeste não se faz. Talvez abrisses os olhos e pedisses desculpa pelo que fizeste.
Não que sirva de muito... está ferido de morte... a agonia em breve terá o seu fim... Mas..."

Refletiu um pouco, a caminhar para a serinidade, e finalmente decidiu.

"Não... Pouco importa. Esquece que eu já esqueci. É isso que mereces. Que mais dá? É igual. Quem não quer não merece. Fui..."

Pouco depois apenas o leve vazio da cabeça arrumada, o espaço livre e limpo na sua cabeça, no seu coração. As palavras dele sobre ela... simplesmente nenhuma. Silêncio.

Teaser(ão)

Ui trocadilho mauzinho...

Mesmo assim vou arriscar manter. Apenas para vos comunicar que espero, em breve, realizar um post do filme do momento e da loucura que se avizinha com a quantidade de queixas por ruído excessivo a altas horas da noite...
"Ouça... já não há pachorra para ouvir o barulho do chicote! Dasse! A minha filha está a tentar dormir e já me perguntou dez vezes se o Cardinali tinha vindo domar leões para casa do vizinho!"

Até mais meus pequenos e saltitões massajadores faciais!

O rebanho da inveja

Onde queres chegar?

Fixar objectivos sustentados no sucesso de terceiros, movidos por inveja ou ciúme das conquistas alheias é um erro. Afirmo e reafirmo. Estou convictamente convencido disso.
Mas também estou convencido que, muito boa gente, se move por sentimentos de concorrência com o vizinho, amigo, primo ou mesmo irmão. Estou mesmo convencido que é este o princípio base das modas e sucessos espontâneos.

Eu não quero um Porsche porque o dono do Orelhas tem um, ou porque o Miguel Veloso se passeia noutro. Eu quero um Porsche porque quero, como quero ir ver o meu Sporting ou comer uma francesinha ou mesmo uns travesseiros de Sintra.
Da mesma forma, não quero ser bem sucedido profissionalmente, ser dono de uma empresa e do meu negócio porque o Belmiro é dono da Sonae. Quero porque quero.
Não quero um iPhone porque meio mundo tem um. Quero um Sony porque o considero um dos melhores aparelhos do mercado.
É-me totalmente indiferente que o CR ganhe mais num mês do que eu em dez anos ou que o Saramago tenha ganho o Nobel da literatura e eu só escreva palermices. Os meus objectivos não são moldados pelo sucesso ou insucesso dos outros. A minha vaca dá leite, se a do vizinho dá mais que a minha... bom para ele. Preocupa-me é que a minha dê o leite que eu precise e que me baste para atingir os meus objectivos.

Portanto, vejamos...
Queres um iPhone porque todos os teus amigos têm um? Mas até gostas mais de um iCoisa ou de um XCena... então porque não te atreves a ser diferente?
Queres ir de férias para um país tropical porque todos os teus amigos já foram? Mas até nem gostas muito de praia, nem sequer tens dinheiro para esbanjar... Então porque não vais para a aldeia e vives o que gostas?
Queres ir sair para a disco da moda porque todos os teus amigos vão? Mas nem gostas muito de martelos... Então porque não fazes um jantar em casa e uma sessão de cinema na tua sala com alguns dos teus amigos mais próximos?

O fenómeno "rebanho" começa por sentimentos de inveja e cobiça. É importante fixar os nossos objectivos, friso a palavra nossos, sem olhar ao que o "rebanho" come e ou que tem como certo ou como medida do sucesso.

Pensa lá bem... Onde queres chegar?

E por aí vos deixo a pensar, ou não... meus pequenos potezinhos de doce de inveja! ;)

Segue, segue, segue!

Como se faz inversão de marcha com um veículo longo numa rua de sentido único e de uma só faixa?

Não... não é mais uma das minhas palermices sobre coisas que me fazem pensar, mas sim... faz-me pensar. E a questão, em tom de metáfora, é complexa.
Naturalmente que a resposta lógica é "Não se faz." mas talvez possamos engrenar a marcha-atrás e tentar lentamente percorrer a rua em sentido inverso até encontrar um espaço mais amplo em que seja possível optar por outro percurso. No entanto, salta a pergunta nesta minha mente inquieta, valerá a pena recuar?

Mantendo a metáfora, sempre segui em frente. Assim conheci muito rua e estrada, perdi-me e reencontrei-me em avenidas, ruas e ruelas, cruzamentos e rotundas. A forma de aprender e conhecer é seguir em frente. Nem todos os caminhos são os correctos mas é conhecendo uns e outros, correctos e errados, que podemos, com o passar do tempo, acertar mais vezes.

Regressando ainda à questão inicial. Se ao contexto adicionarmos o desejo de não seguir e voltar atrás, mesmo que este desejo seja irracional ou que tenhamos a conciência de que não valerá a pena voltar atrás. Que fazer? Como fazer? Não seria necessário que o plano urbanístico mudasse por completo a envolvente? Ou a melhor alternativa continuará a ser seguir em frente, mesmo tendo em vista regressar ao ponto de partida?

Resta dizer que, seguindo em frente se abre mais um leque de possibilidades. Mais cruzamentos, mais avenidas, mais ruas e ruelas... Podemos então encontrar novos destinos, podemos perder-nos e não encontrar o caminho ao ponto anterior e podemos ainda demorar tanto a regressar que quando conseguimos estar de volta já o ponto se alterou por completo e deixou de fazer sentido o nosso regresso.

É assim a vida meus pequenos "tartulhos" (termo correcto tortulhos) rechonchudos!

Estou preocupado

O que é que ando eu a escrever neste meu cantinho para o AdSenses o seleccionar a receber o anúncio "Czech Ladies - Single Czech women are looking for true love. Join now."?!

Confesso que fui verificar a ligação, não me registei e não encontrei nada que não estivesse à espera mas ao regressar ao blog carrega novo anúncio... "TravelGirls"... Mas o que é isto?!?!
Tenho de moderar a minha linguagem e começar a debater temas mais... digamos... eruditos.

Já leram Eichmann in Jerusalem. A Report on the Banality of Evil de Hannah Arendt? Pois... eu também não. Aconselho vivamente a lerem e colocarem um sem número de comentários neste post sobre as teorias da autora. Não que o tema me interesse, nem sei se interessa ou não, mas confio que comece a ter anúncios mais próprios e que não confundam este meu cantinho com um bordel.

Imagino o tipo de anúncios que surgem no blog da E. L. James... deve ser um regabofe de maluqueiras...

Até mais minhas pequenas codornizes caramelizadas!

Sabedoria Baluliana

Não faças uma pergunta à qual não estejas preparado para tu próprio responder ou para ouvir a resposta.

Valorizar

Não é que interesse estar rodeado de elogios e louvores, não, nada disso. Mas não necessitamos, por oposição, de estar rodeados de críticas negativas e empurrões no sentido descendente.
É preciso mesmo estar rodeado de honestidade e frontalidade. E isso faz-nos bem mesmo quando o que nos apontam é negativo.

Devemos duvidar de quem só vê em nós qualidades tanto quanto de quem só vê em nós defeitos. Por criação e formação teremos sempre um misto das duas coisas, mais qualidades ou mais defeitos é uma questão de balanço. Mas é de estranhar quem apenas em nós vê um dos lados, sinal de que ou são "ceguinhos" ou se fazem de tal.

Por isso são importantes aqueles que nos confrontam com os nossos erros com o objectivo de fazer nós melhores pessoas da mesma forma que nos elogiam as virtudes. Esses, no bom e no mau, estão sempre presentes. E por isso mesmo, de que vale perder tempo em situações que apenas nos puxam para o fundo? Com que objectivo mantemos nós, tantas e tantas vezes, um cenário negativo?

É preciso libertar os pesos desnecessários e voar. Para quê ficar agarrado a um sonho que há muito foi esmagado pela realidade? Para quê valorizar quem não nos valoriza? Para quê valorizar quem não tem sequer a coragem de nos ajudar a ultrapassar os nossos próprios erros?

É assim profissionalmente, é assim nas relações pessoais, é assim na vida.
Só temos duas opções, estar onde nos sentimos bem ou estar a caminhar para lá.

Até mais meus pequenos Reese's gulosos!



Pareço um sapo!

De tão inchado que estou! Brincadeirinha... ou não!

Hoje fui surpreendido com uma frase que saltou deste meu cantinho para o universo desconhecido da grande rede mundial. E soube muito bem. Não foi por acaso, nem por mãos desconhecidas e, mesmo que tal pareça ser motivo para menor orgulho, soube mesmo muito, muito bem!

Quem sabe não é o primeiro passo para outros voos?! Ou não... mas fez o meu dia!

Tenho de agradecer a quem de direito e deixar não só a ligação para a publicação como para a Gbliss um parceiro cheio de charme portuense. Obrigado RR! ;)

Sabedoria Baluliana

Se te levantares perceberás que nem sempre as pessoas perante as quais te ajoelhas são mais altas que tu.

Perceber

Caminhava em passo apressado com a obsessão de quem tem um destino ao qual não pretende chegar atrasado. Semblante cerrado com as lágrimas a bailar nos olhos sem que se percebesse se o motivo era o vento gélido que o afrontava ou os acontecimentos recentes.
Caminhava sem destino. Mas só ele o sabia. A cada passo sentia que ainda não tinha chegado e lançava de imediato outro. Galgava charcos de água, passeios, estradas. Enfrentava os carros de frente, luzes que cegavam, buzinas disparadas que se desviavam no último momento.

Atravessou finalmente a estrada que o separava da praia. O início de noite frio, ventoso e com a ameaça constante de chuva não convidava a um passeio pelo areal. Mas ele também não passeava. Procurava um destino. Fugia do dia, da semana, do passado. Fugia dele próprio ou daquilo em que se tornara sem perceber como nem porquê. A areia afundava sob os seus sapatos já encharcados. O caminho traçado em linha recta para o mar rasgava o areal liso e virgem naquela noite de inverno.
Seguiu, passos decididos mas a ritmo decrescente.

As primeiras lágrimas de chuva cairam sobre si, leves, quase vapor, bailavam ao sabor do vento. As gotas em volume crescente, arremessadas contra si pelo vento forte vindo do mar começaram então a impedir-lhe a visão. O mar enrolava-se em vagas de dimensão invulgar explodindo num bramar assustador e espalhando um turbilhão de espuma, água e restos de madeiras velhas pelo areal.

Os pés gelaram ao primeiro contacto com a água. Hesitou por breves segundos para voltar a arrancar, decidido. Alguns passos e já a parede de água o envolvia até à cintura. Segundos depois uma vaga de alguns metros de altura abateu-se sobre ele. A violência da onda ia muito além do que qualquer humano poderia suportar. Não resistiu. Quase de imediato sentiu a pele rasgar pelo impacto de materiais mais sólidos arremessados pelo mar. Anestesiado pelo frio, rasgado pelo desespero que o levou até ali, ignorou a dor física. Deixou-se enrolar. Deixou-se transportar. Deixou-se levar.

Quase com a mesma força com que o puxou, por estranha vontade da natureza. o mar que nessa noite de tempestade teimava em expulsar de si tudo o que não lhe pertencia, elevou-o no alto de nova onda e lançou-o com violência sobre o areal. Tão repentinamente quanto as primeiras vagas surgiram, as últimas abateram-se sobre a praia. E o seu corpo ferido adormecia sobre a areia.

Alguns minutos depois, horas talvez, acordava dorido, física e psicologicamente, na cama do hospital. Sedado pouco recordou e fechou os olhos até à tarde do dia seguinte. O seu despertar fez o pai chorar como nunca o tinha visto chorar, a sua mãe debruçou-se sobre ele num pranto misto de alegria e dor, mais alguns outros amigos próximos estavam presentes, como sempre estiveram. Percebeu o quão perto esteve de não os voltar a ver. Percebeu que quem faltava ali, lhe tinha faltado sempre, percebeu que na realidade, não faltava ninguém. Percebeu que tinha vencido a tempestade e que não precisava de outro motivo que não aqueles que ali estavam para seguir.

Onde é que a história me inverteu?

Pergunto-me em que momento da vida passei a acreditar menos em mim do que algumas, poucas, outras pessoas? Não sei. Mas agradeço-te a ti (e, se me permitires, a todas as outras poucas) por conseguires acreditar mais em mim do que eu próprio. Há momentos em que temos mesmo que ser lamechas... "Não és tu?"... Diz-me tu! Digam-me vocês meus amendoins torrados com mel e sal!





Só espero que estes versos "Baby, we're a little different, There's no need to be ashamed" não tenham uma leitura... digamos... duvidosa. ;)
Dia produtivo este minhas pequenas broas de mel!

Guerra de sexos

- Eu não sei que raio te passa pela cabeça... Consegues ao menos ser coerente?
- O que me passa pela cabeça?! Tu dizes o que dizes e depois queres que eu seja coerente?!
- Mas eu não disse nada!
- Exacto. Não dizes nada que já é dizer muito!
- Mas... mas.. afinal... o problema é eu dizer ou é eu não dizer?!
- É como quiseres.
- Desculpa?! Como eu quiser o quê?
- Eu não quero nada disto.
- Disto?!
- Não me sinto bem assim. Tu queres, tudo bem, assim seja.
- Calma... Calma lá... quero o quê? De que estamos a falar?!
- Do que tu disseste.
- Mas eu não disse nada.
- Exacto.
- Como?
- Será como tu queres.
- Então eu quero que conversemos normalmente.
- Eu estou a conversar normalmente.
- Não me parece. Ainda não me explicaste o que queres, muito menos o que pensas.
- Eu quero que conversemos normalmente, mas tu não queres por isso será como tu quiseres.
- Eu não quero?! Onde é que disse isso?!
- Não disseste. É o mesmo.
- Não, não é. Eu disse que queria falar normalmente. Se os dois queremos falar normalmente então falemos normalmente.
- Assim não dá. Não consigo estar assim.
- Como assim não dá?! Não dissemos os dois que queriamos conversar normalmente?
- Sim.
- Então qual é o problema?
- Nenhum.
- Ok. Então falamos normalmente?
- Tu não queres, portanto não dá.

E é neste ponto que num gesto de desespero arremessa a testa contra a parede de betão provocando um extenso ferimento na cabeça.

Meus pequenos kiwis maduros... desejo-vos uma boa continuação.

O Post(e)



Até já, meus pequenos travesseiros de Sintra!

Gosto de saber do que gostas porque gosto de te dar o que tu gostas que eu te dê

- De preferência que eu goste também. E assim é que conseguimos ser felizes. Tu gostas, eu dou, se eu gostar, dou ainda com mais gosto, tu gostas ainda mais. Ao contrário, igual, se faz favor. Fica de fora o que ambos não gostarmos. Afinal de contas não se perde nada.

Estava ele nesta dissertação quando é interrompido pela inusitada questão dela:

- Gostas de punheta?!
- Ah... coff... errr... Desculpa?! - Retorquiu ele não escondendo o seu ar espantado.
- Sim... Punheta de Bacalhau? Aquele prato típico português?!
- Ah... sei... - Soltou ele tentando disfarçar o pensamento pecaminoso que lhe tinha preenchido a mente. - Nem por isso... não gosto muito de bacalhau.
- Boa. Eu também não. Podemos deixar o bacalhau de fora.

Até depois meus pequenos doces conventuais! ;)


Guia rápido do Amor

Diz, ou canta, o Rui no seu seu anel de rubi "não se ama alguém que não ouve a mesma canção".
Incompleta meu caro Rui... assim ninguém chega lá. Vou dar uma ajudinha...

Também não se ama uma pessoa que não nos ouve, que não nos percebe, que não nos lê, que não lê o mesmo que nós, que não gosta dos croissants do Careca, que não gosta de Pastéis de Belém, que não gosta dos croissants da Tarik, que não gosta de animais, que acha que Tanaka é uma marca de pastelaria fresca, que pensa que os frangos nascem nos supermercados, que não gosta de conversar, que não discute, que não partilha, que não fala, que não dá, que não sente, que não sonha, que mente, que não gosta de experimentar, que só gosta do que gosta, que gosta mais de si própria do que de outra coisa qualquer, que não gosta de festas de aldeia, que não te liga apenas para dizer "Tenho saudades tuas!", que não te pergunta se estás bem, que não gosta de praia, que não gosta de campo, que não gosta de neve, que não quer ir contigo ao cinema, que não te surpreende, que não goste que tu a surpreendas, que não te rouba beijos, que não vai contigo até ao fim do mundo, que não te prende, que não te solta, que não te olha nos olhos, que não te conhece, que não te guia, que não se deixa guiar por ti, que não faz loucuras, que não se entrega, que não quer que tu te entregues, que não sorri, que se esconde para não te mostrar quem é.

Agora que já reduzi as vossas possibilidades a praticamente zero... basta verem quem cumpre mais requisitos. Sempre na senda do serviço público! Não têm que agradecer e podem mesmo acrescentar pontos que me tenham escapado.

Até mais ver meus pequenos leitores de bolso! ;)

Ainda sobre as coisas que me deixam a pensar

Porque motivo os orientais (Japoneses, Chineses, Vietnamitas e em geral o pessoal de olhos em bico) têm a mesma expressão facial quer estejam a rir, quer estejam a chorar?

É algo que me faz confusão e que, de certo modo, me permite perceber quando alguém alterado decide espancar uma vítima oriental. Ora, tá um tipo chateado com a vida, possivelmente sem qualquer inteligência ou consciência, a dar umas lambadas a um oriental e o espancado ainda se ri na cara dele. Toma bordoada extra que é para aprenderes!
Penso nisto desde dos tempos do Platoon, esse clássico sobre a guerra do Vietnam, onde um americano idiota esmaga a cabeça a um Vietnamita por considerar que ele estava a rir. Efectivamente parecia... não justifica o acto bárbaro mas eu diria que é uma questão de segurança nacional os orientais começarem a treinar formas distintas de expressar dor e felicidade.

Porque é que os empregados das lojas e restaurantes chineses não sabem patavina da língua usada no país onde trabalham?

Esta faz-me perder a cabeça. Somando esta situação com a anterior podem perceber que apenas o meu auto-controlo e a minha consciência me impedem de violentar os funcionários destes estabelecimentos.
Pergunto eu por um colchão insuflável. Responde a chinesa (que por sorte não esboçou sorriso) "não pelcebo?" Explico, um colchão?! Enche de ar?! Faz uma cama?! In-su-flá-vel?! "pala o calo?!" a conversa prosseguiu tentando a chinesa vender-me fronhas de almofadas, edredons, lencóis. cobertores... "ok... não têm... vá para o... boa tarde, obrigado!"
Saí a pensar "ai se tivesses rido... ai se eu tivesse notado um sorrisinho nessas trombas!!!"

Porque é que as pessoas seguem ligações manhosas movidos pela curiosidade e pelas fantasias sexuais e depois ficam escandalizados quando nos seus murais de Facebook surgem publicações pornográficas?

"Aviso os meus amigos que as publicações de vídeos e imagens pornográficas feitas em meu nome no Facebook não são minhas. A minha conta foi alvo de um ataque."
Sim, claro que sim. E eu chamo-me Adolfo Dias. É tudo muito bonito, ataques e tal e coisa mas não tivesse vossa excelência seguido aquela ligação que dizia "Jovens russas comem-se à grande!" e não tivesse estado uns bons minutos a aceitar tudo o que eram condições para aceder ao filme e satisfazer o seu prazer inconfessado e não havia publicações pornográficas em seu nome. Pois é...
E já agora... lave as mãozinhas antes de voltar a teclar no pc... corre o risco de deixar as teclas pegajosas.

E é isto mais uma vez... por agora está tudo.
Até mais ver meus torrõezinhos de açúcar amarelo!

Coisas que me deixam a pensar

Como é que as pastas de dentes com riscas mantêm as mesmas até ao fim da bisnaga mesmo quando as esmagamos e dobramos?

Para esta já sei a justificação, ainda não comprovei. Mas de facto é necessária uma precisão extraordinária para garantir que nem a pasta acabe antes das riscas, nem as riscas acabem antes da pasta. A pasta Medicinal Couto necessitava de uma invenção semelhante para se relançar no mercado... bom... talvez necessitasse de reduzir aqueles grumos que a fazem parecer a massa de tapar buracos na parede e o aroma a hálito de velhinho acamado que tem.


Porque é que pão de pobre quando cai, cai sempre com a manteiga para baixo?


Isto acontece com pão de pobre e pão de rico. Acontece simplesmente. No caso dos ricos não sei a resposta. No caso dos pobres a minha mãe, um dos pilares de tudo o que sou, já me explicou.
Pobre, quando tem manteiga para barrar o pão, barra dos dois lados! Pedaço imenso de sabedoria materna a juntar a tantos outros que me passou e que felizmente continuará a passar.


Porque é que as pequenas peças de qualquer objecto que manipulamos, quando caem ao chão, raramente ficam à vista?

Sem explicação. Fico lixado quando isto acontece. E é quase sempre. Um tipo está de volta do pc que sobreaqueceu. Precisa trabalhar. Está puto da vida! Desaperta dois mil parafusos minúsculos e um deles, normalmente o mais importante, cai para um tapete beige claro. Ah... não há problema. O parafuso é escuro, fundo claro vai saltar aos olhos. Não! Não, não, não! O cabrão do parafuso foi parar não sei onde, debaixo de não sei quê e passamos a seguinte hora de traseiro para o ar, com pilhas, lupas, holofotes e mais que seja necessário para perceber onde caraças se meteu!


Ao abrir uma caixa de comprimidos, a estrear ou já começada, como é que, na maior parte das vezes acertamos no lado onde está o raio da bula?

Sem explicação. Absolutamente irritante. Acontece diria em 90% das vezes.
Eu diria que as caixas têm um sistema de sensores que ao detectarem porque lado estamos a abrir a caixa dão a volta à bula. Filhos da mãe!


Na mesma temática da anterior, porque é que é impossível voltar a dobrar uma bula de medicamentos exactamente da mesma forma que a encontrámos?

Eu diria que quem dobra as bulas dos medicamentos são seguidores do Rubik. Desenvolvem autênticos quebra-cabeças de dobragens e vincos praticamente impossíveis de resolver.
Depois de aberta a bula nunca mais voltará a tomar a mesma forma. Façam como fizerem não fica igual, ocupa muito mais volume e colocar os blisters de novo no interior passa a ser o maior pesadelo do doente. De perder os sentidos. Raios te partam Rubik das bulas!


Porque é que nos casos dramáticos de cólica súbita e consequente evacuação de emergência o rolo de ph está sempre esgotado ou perto disso?

Não só uma pessoa está a contorcer-se de dores, como passa pela tortura do despejo em ritmo de arma automática com o consequente cenário de "destruição" como, ainda por cima, quando tenta reparar os danos faltam as ferramentas. Lei de Murphy? Não sei... Mas estou-me a cagar para a justificação.


Porque é que estando à espera do autocarro durante muito tempo ele aparece no momento seguinte a termos acendido o cigarro?

Coisa que não me acontece há muito. Especialmente porque já não ando de autocarro. Mas era um facto. Podia estar um trânsito caótico, a cidade parada, até onde a vista alcançava não havia sinal do gigante paralelepípedo sobre rodas, tirava o ventil do bolso, sacava um cigarro que colocava lentamente entre os lábios. Pausava cada movimento já à espera do que ia acontecer. Desta vez não me lixas! Deitava um olhar para o fundo da avenida, nada, não havia sinal do transporte. Aproximava o isqueiro da ponta do cigarro e lançava um último olhar, nada. Pressionava a pequena mó e a faísca inflamava o gás criando a chama, puxava o primeiro bafo do pequeno ventil e... já estás! Chegou o autocarro! Porra pá! Porquê?!?!


Porque é que há sempre um polícia por perto quando cometo uma infracção de trânsito consciente disso?

É sina. Só pode. Posso estar no meio do deserto, decido inverter a marcha numa duna com indicação de sentido único. Já estás, Sr. Condutor os seus documentos se faz favor!
Obviamente que não é frequente, deixei de cometer infracções conscientemente. Tirando as de velocidade... mas aí não sofro desta perseguição.
A última situação destas levou-me 120,00€ por uma chamada de telemóvel com uma cliente. Quando a informei posteriormente do que se tinha passado, para justificar o ter desligado repentinamente, ignorou-me por completo. Porca!


E assim de repente é isto... voltarei à mesma temática assim que me recorde de mais situações que me deixem a pensar.
Até mais meus pequenos Kinders Surpresa!


Última oportunidade

"Já pensaste que se procuro é porque ainda não encontrei?"

Disse deixando a pergunta a pairar no ambiente quente do quarto. Ao curto silêncio sucedeu a resposta em tom interrogativo.

"E o que procuras tu que ainda não tenhas aqui?"

Estremeceu por dentro, sem dar sinais de tal, fitou os seus olhos e acariciou-lhe o rosto afastando levemente o cabelo que lhe escorria pela face. As palavras tropeçaram no seu pensamento e o seu gesto característico do lábio denúnciou o receio que lhe bloqueara a resposta.

"Eu não sou o que queres pois não?"
"Ouve... não é isso..."

A tentativa de justificação foi interrompida.

"É isso sim... é bom teres-me a espaços, quando tens paciência ou quando te apetece uma queca fácil. Sabes que estou sempre aqui. Mas o que é que tu procuras mais?! O que é que podes ter que eu não te dou?! O que é que tu me dás?!"

O silêncio tornou-se incómodo, o ambiente quente e confortável do quarto começava a ser insuportável mas não tinha para onde fugir. Sentou-se na beira da cama, voltando-lhe as costas e suspirando procurou as palavras certas.

"Ouve... Vamos com calma..."
"Com calma já andamos nós há muito. Estou farta! Dizes que me queres, que sou isto e aquilo, que sou tudo e mais alguma coisa mas é só até te vires! Depois até nervoso ficas para me veres pelas costas."

Levantou-se e começou a recolher a roupa espalhada pelo quarto, provas do ímpeto e desejo que momentos antes se tinha apoderado dos dois.

"Onde vais... espera. Temos de falar!"
"Falar a merda. Estou farta! Não é chegar comer e deitar fora, para isso pagas e não tens que ter problemas. Espero mais! Mereço mais! Chega!"

Fechou-se na casa de banho do quarto enquanto ele procurava a sua roupa interior e um cigarro. Esperou na varanda que ela regressasse e refletiu nas suas palavras. Havia uma decisão a tomar e era a última oportunidade que tinha para o fazer.

"Adeus."
"Adeus?! Temos de falar... não vais sair assim sem mais..."
"Sem mais?! Falta alguma coisa?! Queres o quê?! Mais um bico?!"
"Eh pá... escusas de baixar o nível. Quero-te dizer..."
"Baixar o nível é o que tu me tens feito. Chega! Não quero saber mais nada! Adeus."

Saiu em passo acelerado sem lhe dar hipótese de resposta.
Colocando o cigarro entre os lábios, puxou mais uma dose de nicotina e encostou-se sobre as espreguiçadeira. Fixou os olhos no vazio do horizonte e ao ouvir o bater da porta disse em tom sereno:

"Eu amo-te! Quero-te sempre aqui... e tenho medo que um dia vás embora por ter perdido tanto tempo a perceber isto mesmo. Fica! Sempre!"


(In)segurança Social

Preparava-me eu para efectuar o pagamento da maldita contribuição para a Segurança Social quando, ao aceder aos valores em dívida, verifico um aumento de 250% da prestação mensal.
Já custava efectuar o pagamento da contribuição mínima sabendo nós o destino da mesma e o estado calamitoso do sistema de apoios sociais nacionais agora, passando do 1º para o 4º escalão, torna-se impossível, incompatível, inacessível, irracional e outros i's que se recordem.

Assiste-me dizer apenas uma coisa... VÃO MAS É ROUBAR PARA A ESTRADA SEUS FILHOS DE UMA PORCA COM O CIO! QUERO QUE MORRAM SODOMIZADOS POR UM ELEFANTE E QUE ARDAM NO INFERNO!

Tenho dito. Boa noite.

Apanha da Azeitona

O período de Novembro a Fevereiro é dado como o ideal para proceder à apanha da azeitona. Há, no entanto, quem defenda que a apanha deverá ser realizada um pouco antes do total amadurecimento do fruto, iniciando assim o processo em Outubro ou início de Novembro.
A justificação para esta recolha antes de tempo é o permitir a extracção de um azeite de melhor qualidade, mais aromático, mais fresco e mais saudável. Tem como contra a menor quantidade extraída dada a maturação da fruta não ser avançada.

Ponto essêncial do processo da apanha é a mão de obra. Embora a apanha já seja semi-automatizada continua a necessitar de muita mão de obra. Os tradicionais varejadores são hoje em dia substituídos em larga escala por maquinaria pesada. Um braço mecânico fixa o tronco da oliveira e vibra provocando a queda dos frutos que se acumulam em tapetes de redes estendidos sob a árvore.
Esta vibração pode provocar danos significativos nas árvores mas já a técnica de varejamento apresentava esse contra, danificando ramos e frutos. Opta-se assim por recolher o fruto intacto mesmo colocando em risco a árvore.

Depois da recolha em grosso, procede-se à apanha das azeitonas que ficam no solo. Esta apanha é tradicionalmente realizada pelas mulheres. Enquanto os homens manobravam a vara sacudindo os ramos e soltando os frutos as mulheres percorriam a área recolhendo as azeitonas para cestos.
E aqui estamos nós... no ponto fulcral da apanha da azeitona.

Eu diria que, um cenário rural onde homens a manobrarem varas convivem com mulheres de traseiro para o ar a apanhar frutos tem tudo para dar rebaldaria...

Paradoxo dos lugares comuns

"O mal não és tu, sou eu. Não te mereço."

Haverá frase mais desprezível? O que se espera receber de resposta quando se diz uma coisa destas? Será "Tens razão. És uma bela merda e eu ando a perder o meu tempo!"
O problema deste tipo de desculpas para minimizar os danos de qualquer rotura ou discussão é a não percepção do remetente da dor do destinatário senão, vejamos.
Está o indivíduo X a romper uma relação com o indivíduo Y. A dor de Y deve-se ao sentimento de perda relativamente à pessoa que X representava, pouco importa o que é agora ou que passará a ser, importa que o indíviduo Y é confrontado com a notícia "A pessoa de quem tu gostavas não existe mais.". É duro. E para reduzir a tristeza de Y o que podemos dizer? Por certo não é a melhor opção dizer qualquer coisa como "Olha... a pessoa de quem gostavas não existe. Nunca existiu. Era uma fachada porque no fundo quem existe sou eu e não te mereço. E para mais, tu és perfeito!".
Pior que isto só acrescentar "Não terás dificuldade em arranjar outra pessoa, é fácil gostar de ti.".
Isto aplicado a uma mulher ainda soa pior, é mais ou menos como lhe dizer "És tão fácil que qualquer um te engata." mas como não sou sexista acho que também soa bastante mal quando aplicado no sentido inverso.

Numa primeira análise a questão de quem sofre será sempre "Se o problema não sou eu e sou assim tão apetecível então porquê? Quem decide o que quer sou eu, não são os outros."
Mais para frente no tempo vai percerber que foi enganada e comecerá a sofrer por isso mesmo.
Deixando correr o tempo, e com um bocadinho de sorte e capacidade de análise, chegará à conclusão óbvia "Há males que chegam por bem e realmente não me merecia.".

Ou seja, por paradoxal que pareça a pessoa que usa a referida frase acaba por acertar.


Instinto

A cada passo pequenos ramos secos, folhas e palhas estalavam debaixo dos pés. O quadro de sons era completado pelo chilrear dos pássaros e pelo borbulhar da pequena ribeira que, correndo em ritmo acelerado, chocava com os seixos e rochas do seu leito num caos tranquilizante.
O cenário de fim de tarde complementava particularmente bem aquele passeio pela natureza.

Os dois aproximaram-se do riacho. Exploravam com os olhos o terreno abandonado, as ruínas destruídas de uma velha casa de granito, exploravam com a mente os desejos do seu amor.
As suas imagens refletidas na superfície límpida da água juntavam-se num abraço carinhoso e um beijo selou o momento.

Naquela tarde, o passeio seria tranquilo. Pelos locais mais isolados e desconhecidos. Naquela tarde queriam disfrutar do cenário, dos sons, da natureza.
Mas, naquela tarde, os instintos revelaram-se mais fortes. Talvez porque todo o ambiente assim o inspirava e se revelava no mais próximo da criação, talvez porque tudo o que os rodeava respirava instintos, sobrevivência, simplicidade.

Naquela tarde amaram-se junto ao rio. Amaram-se porque se amavam. Amaram-se porque no princípio e no fim, eram apenas animais, no seu habitat natural.

Amem-se... onde seja, quando seja, como seja...

Fecha os olhos!

Pensa apenas no que queres... agora... sempre!
Afasta tudo o resto...
Não... não abras os olhos.
Sonha... Sempre com um pé no chão...
Deixa-te guiar pelo que desejas.
Sente!
Não! Olhos sempre fechados!
Inspira... Deixa que o aroma te inebrie...
Sente novamente... Agora com os dedos... Com a pele... Com os lábios... Deixa que o tacto de seda te tranquilize...
Inspira...
Sente o sabor... Deixa que se desfaça na tua boca...
Não! Mantem os olhos fechados...
Deixa-te levar pelo desejo...
Calma... Lentamente... Saboreia o momento... Acredita... Deseja... Faz... Deixa acontecer!
Não abras os olhos! Não são eles que te guiam é o teu querer, o teu sonho.
Alcança! Não desistas! Resiste! Insiste! Prova! Explora! Descobre!
Sente... é o que sentes que deves seguir...
Abraça... Prende... Prende-te... Sê livre... Dá liberdade... Não pares... Não esqueças... Não deixes de sentir e nunca abras os olhos... Sente apenas... o sabor, o aroma, o tacto, o prazer, o alcançar...
Segue o que sentes e sente o que segues!


Temas actuais e fracturantes

Folheando o livro virtual de acontecimentos dos últimos dias fico na dúvida se deverei debruçar-me sobre os atentados em França e a moda de morrer como mártir, sobre o golo do japonês Tanaka que deixou o s.c.braga a ver os três pontos por um canudo ou ainda sobre o urro do Cristiano Ronaldo depois de ter sido premiado com a terceira Bola de Ouro da carreira.

Vamos lá por exclusão de partes, sobre os mártires já escrevi anteriormente, resta-me acrescentar que são muito ingénuos a pensar que vão encontrar 70 virgens depois de morrerem. Em primeiro lugar já não existe esse número de virgens a não ser que tenham todas menos de 14 anos, em segundo lugar faço uso de uma piada de terceiros... se é difícil aturar uma virgem imagine-se 70... por favor, tomem juízo e venham viver para a Oura. Não arranjam virgens mas safam-se todas as noites e várias vezes por noite se for preciso sem terem que aturar crises existenciais. Tema excluído.

Sobre o golo do Tanaka... pouco há a dizer. Deixou-os de olhos em bico, a ver os pontos por um canudo (como já mencionei), deixou-me contente, valeu, "vão vir" charters do Japão cheios de anões de olhos em bico e de máquina fotográfica em riste. Por curiosidade e para poder escrever um pouco mais, pesquisei o significado de Tanaka. Segundo o Google Translator significa, em qualquer língua, Tanaka, o que é óptimo porque chegamos à conclusão que afinal os japoneses falam como nós.
Tentei ainda a Wikipédia, onde comentam que é o quarto apelido mais usado no Japão e explicam como é escrito... não percebo bem a coisa mas escrevem "many & relationship" e fixei-me nesse ponto... é capaz de ter fundamento uma vez que o rapaz só nuns segundos sodomizou uns milhares de adeptos, atletas e técnicos do clube bracarense. Também na mesma página dão conta da utilização do nome também no Zimbábue onde significa "Nós fomos feitos bonitos"... basta olhar para o moço para perceber que não nasceu no Zimbábue. Tema excluído.

O Cristiano ganhou, sem surpresa, a terceira Bola de Ouro. Parabéns. Muito bom. Merecido. Agora podia não ter envergonhado novamente o país. Que festejo é aquele?! Que foto de família é aquela?! Meus amigos... espero que não volte a ganhar nenhuma Bola de Ouro. Sim. Eu sei que é mau desejar isto, é tuga e tal, é sem dúvida o melhor jogador de sempre mas... depois das lamúrias do ano passado, das ranhocas da D. Dolores no lencinho de marca festejar novo troféu com um urro daqueles... por favor... o que nos espera no próximo prémio?! Vai brindar-nos com um espetáculo de fogo preso usando apenas um isqueiro e os seus próprios gases?! Tema excluído.

Optei então por falar num tema muito presente na sociedade portuguesa sobre o qual quero colocar algumas questões.
Qual é a variação do número de suícidos em Portugal nos últimos anos?
Como se reconhece os "sintomas" de um potêncial suicida?
Como se evita um suícidio?

E é isto. Obrigado e boa noite. ;)

Não deixes de dizer

Não sei se alguma vez te disse que já não me lembro a que sabes, ao que cheiras, como te sentia. O tempo foi esvanecendo as memórias mas recordo bem como era bom ficar com o teu sabor nos meus lábios, com o aroma da tua pele na minha e continuar a sentir o calor dos teus abraços horas a fio.
Muitas vezes me deitei abraçado a mim próprio, procurando encontrar um pouquinho de ti em mim e acreditando que um dia seria possível ter-te ali mesmo, a meu lado.

Não sei se alguma vez te disse, que foste muito mais que um corpo onde saciava o meu desejo e muito mais que uns olhos onde me perdia. Foste uma amiga, uma confidente, uma ouvinte e um apoio. Foste a parte que me falta.

Não sei se alguma vez te disse que foram muitos os momentos em que o nó na garganta apertava por não poder desabafar contigo, como muitos outros em que  sofria por não ter notícias tuas, por saber que precisavas de mim, como eu de ti, e não poder ser quem deveria ser.
E foram tantos e tantos os momentos em que ri contigo, chorei contigo, senti contigo mesmo quando não podias ver.

Não sei se alguma vez te disse que, contigo descobri o que sou, descobri até onde podia ir, até onde queria ir e foste tu que conheceste cada canto de mim melhor do que ninguém. Sem ti ainda não voltei a ser quem sou.

Não sei se alguma vez te disse, que não fui até onde podia por falta de coragem, por falta de força, porque caí mesmo antes de começar a andar na direcção correcta. Porque pensei demais. Porque demorei demais. Porque pensei mais nos meus medos e receios que no meu querer. Porque ambos falhámos de uma maneira ou de outra. Porque nos falhámos um ao outro.

Tudo isto porque... Não sei se alguma vez te disse.


Je suis

Eu sou eu. Não sou Charlie nem Profeta, nem Deus nem outra coisa qualquer que não eu. E eu, por ser eu, não consigo conviver bem com aquilo em que nos transformámos.
Basta olhar para o nosso redor para encontrar vários exemplos daquilo que não devemos ser, daí até pegar numa metralhadora e ceifar vidas em nome de um Deus ou de uma religião é um passo, um passo que é cada vez mais pequeno.
Por outro lado, acossar animais irracionais e ignorantes é uma actividade que tem os seus riscos. Não que o humor e os cartoons satíricos sejam o rastilho que faz a bomba explodir mas, uns e outros, de um lado e de outro, são simples marionetas de poderes bem superiores que manipulam a sociedade.

Quais Deuses, quais religiões?! Tratamos aqui de homens e mulheres, demasiado pequenos que numa ânsia desmedida por riqueza e poder arrasam tudo e todos numa guerra onde os peões são os alvos que mais vezes caem.
O mais pequeno gesto de ódio e desrespeito pode, neste momento, ter consequências imprevisíveis.
Custará assim tanto ser Homem?!

E onde começam estas coisas?!
Na minha opinião, e por ser simplesmente como sou, começam todos os dias, em todos os gestos que temos ou deixamos de ter, com conhecidos ou desconhecidos. São esses gestos que podem armar metralhadoras, reais ou virtuais que, quando encontram as condições ideiais, "matam" humanos, sentimentos, felicidades, alegrias e arrasam o que somos.

Do que se planta, se colhe...

Abre-se a porta

Indefesa no seu sono, enrolada nos lençóis, na ressaca de um sonho que a faz libertar-se da roupa, não pressente que a fantasia está próxima de se tornar realidade.

Ele entra e aproxima-se, com o bater do coração a pautar o silêncio, observa o seu corpo delineado pelos lencóis e debruça-se apoiando-se na cama sem a acordar.
Hesita... os lábios adormecidos captam a sua atenção. Decide tocar-lhe. Com os dedos acaricia o contorno da sua boca e ela acorda, sem certeza de continuar ou não a sonhar. Os olhares cruzam-se e beijam-se. Hesitam para de imediato continuarem a explorar-se. O calor dos corpos grita por liberdade. As roupas voam pelo quarto impelidas pelo desejo. Ajoelhados na cama, num abraço nu, ela inclina-se sobre os braços dele e expõe pescoço e peito. Ele beija-a, lambe, sorve, sente. Ela geme e entrega-se.
Deita-a levemente sobre o colchão. As pernas dela abraçam o seu tronco. Segura o cabelo dele entre os dedos e assim o conduz, aproximando-o do seu sexo. A respiração ofegante, os gemidos cada vez profundos e frequentes dão o mote. "Come-me! Chupa-me!" Os pedidos em tom de ordem são o sinal de partida. A língua dele brinca com o seu clitóris, os dedos dele penetram-na e no mesmo instante um gemido rasga o quarto, os cabelos são puxados e sente espasmos de prazer a percorrer o corpo.
Prosseguem acelerando, respirações descontroladas, gemidos quase gritos. "Fode-me porra! Quero que me fodas!" Repete-se a obediência. Sem demoras nem rodeios. Eleva-se, deita-se sobre ela segurando-lhe nas pernas que o abraçam e penetra-a. "Ahhhh.... Isso! Fode-me!" Beijam-se! Lambem-se! Fodem-se! A loucura necessária para um momento inesquecível. O ritmo crescente. Uma e outra e outra vez. Ele reduz o ritmo dando indicação que irá parar. "Não pares! Foda-se! Não pares!" "Quero-te de 4! Já!" Ela sorri e acede. Recuperam a cadência descontrolada. Mudam de posição várias vezes, testam limites, exploram-se e no final. "Chupa-me! Quero me vir assim!" Ele deita-se e ela beija-lhe o corpo traçando a beijos o caminho da sua boca até ao seu sexo. Toca-lhe com a língua, provoca-o, percorre o seu sexo de alto a baixo para depois o engolir e fazê-lo entrar e sair da boca em movimentos cadênciados de ritmo crescente. "huuummm..."

Dia de Reis

Não que seja o meu dia, nada que se pareça. Eu nem gosto de bolo rei e tenho sérias dúvidas que a história dos três marmanjos com presentes duvidosos tenha mesmo acontecido. Aliás, oferecer ouro e incenso até se percebe. Ouro para ver se os papás arranjam algo melhor que um estábulo para criar a criança e incenso para disfarçar o cheiro a estrume da maternidade improvisada. Agora mirra?! Uma cena usada para mumificar cadáveres?! A uma criança que acabou de nascer?! Eh pá... poupem-me! Para isso ofereciam um talhão no cemitério local! "Puto, tás feito! Não chegas aos 34!" Dito e feito. Ou não... (Sugestão de leitura: A mentira Sagrada de Luís Miguel Rocha)

Então vamos lá, o porquê do post? Porque sou rei do meu reino.
Exactamente isso. Rei do meu reino e dono do meu destino. Frase feita? Talvez. Mas só depende de cada um levá-la à prática.

Hoje estabeleci objectivos, metas, vontades. Fechei ou programei o fecho de processos que se arrastam. Decidi só levar comigo até ao fim de 2015 o essêncial, o que me faz bem. Com o tempo espero deixar para trás tudo o resto, o que me faz mal.
Marquei no calendário mental, 28 de Outubro é a data. Até lá será a purga. Comigo segue quem realmente quiser e o que realmente fizer falta.

Sem certezas. A vida é um caminho que se faz sem certezas, por isso não vale a pena esperar por elas.

Siga! Quem vem?!

Nota Informativa

Vacina, vacinação, vacinado e outras palavras da mesma família não são acentuadas na sílaba va.

Acabei de ouvir a opinião de uma senhora na RTPi considerando que a "vácinação" é a melhor forma de prevenir a gripe sasonal e que as pessoas devem tomar a "vácina" pois quanto maior número de "vácinados" houver menores serão as consequências do surto.

Ou minha senhora... vá... cine-se se faz favor.

DVL

Desliga e Volta a Ligar.
O regresso custa sempre tanto... bolas pá! Desligar demora uns diazitos, voltar a ligar chega a demorar meses.

Era tudo bem mais simples se fossemos máquinas. Há quem esteja bem próximo disso mas eu não. Demora para caraças... agora ia mesmo dar uma volta pela serra em vez de estar aqui perdido entre janelas virtuais e trabalhos que já não me motivam.

Ainda por cima entrei na contagem decrescente para os entas. Não que a idade seja um problema para mim mas é daquelas metas em que se fazem balanços e se procura mudar n coisas. Ou então não...

Vá. Embora voltar a ligar e elevar o espírito! Este ano vai ser em grande. Aos 40 é que vai ser, já lá dizia o outro, que com a conversa da ternura aviava na mulher como se não houvesse amanhã. Ao que consta, que eu não estava lá para ver. :)

De 2014 a 2015

Que da desilusão e do arrependimento surja o sonho e a coragem.

Um óptimo ano de 2015 para todos!