De Rouille et d'Os

Um filme daqueles que eu gosto e que não era de todo aconselhável que visse agora mas o certo é que vi.
Como tantas coisas boas da vida surge por acaso, num encontro inesperado, numa descrição que nos prende ou num olhar que se cruza. Revela-se, profundo e cru, doloroso e dramático mas sempre deixando a tranquila sensação do desabafo.

Desperta a curiosidade teria de a satisfazer de alguma forma. Tratando-se de um filme que se encontra em exibição nas salas nacionais a forma mais simples de o descobrir seria mergulhando na penumbra de um cinema. Seria um bom filme para saborear numa sala vazia das matinés do antigo Quarteto, mas à falta de oportunidade, de companhia para partilhar a tela e até à falta do antigo Quarteto a opção pirataria não parece assim tão negativa. Feito o download no dia anterior com legendas em português e chovendo lá fora, instala-se o silêncio cá dentro, estou preparado para o que der e vier estando assim reunidas as condições para avançar. Vamos lá.

Sem preconceito por ser um filme francês enrolo-me na manta e assisto ao desenrolar de uma história onde a violência, o drama e o sexo se combinam com uma simplicidade deliciosa. O amor é condimento mas não é uma história de amor daquelas que estamos habituados a ver. Como na vida o amor é relegado para plano secundário na maior parte do tempo. E surge mais implícito do que explícito...

É bem verdade que esperava um abalo mais violento na minha (ins)estabilidade emocional, para os meus padrões acaba por não atingir o nível que a espaços promete. Eu teria levado o sofrimento a outros patamares, mas isso sou eu que acredito que, para o bem e para o mal, estamos tão mais vivos quanto mais intensamente sentirmos.


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