Maré negra...

Cada vez que penso na expressão que escolhi como título desta história lembro-me sempre de uma "história de quadradinhos", julgo que da turma da Mónica, em que um personagem negro (também aqui sem certezas, penso ser o Pelezinho) se debatia com uma crise existêncial, desabafando com a professora sobre as variadas conotações negativas atribuídas à cor negra.
A professora pacientemente enumerou exemplos de coisas positivas que eram negras, por exemplo o quadro negro da escola, o petróleo negro que permite o funcionamento de tanta coisa, etc, etc, etc... No final, já com o jovem mais animado, a professora remata com "Vê, você estava apenas atravessando uma maré negra..."

Se não era bem assim, ou se não era da turma da Mónica ou mesmo se não eram estas personagens a ideia era esta. E, mesmo de forma pouco precisa, esta história surge-me sempre que vejo ou ouço a expressão "maré negra".
E porquê toda esta conversa? Bom... estou como o Pelezinho. Numa maré negra.

Se em tempos bastava pensar na história para aligeirar o pensamento, hoje em dia a coisa já não é tão linear. E eu sei os riscos de entrar numa espiral negativa, pessimismo atraí coisas negativas, optimismo atraí positivas. É uma lei mais do que comprovada na prática. Não que não aconteçam coisas más a optimistas, mas a atitude positiva permite ultrapassar rapidamente os problemas e até reduzi-los à sua insignificância.
Pelo contrário, uma postura mais pessimista aumenta os problemas a níveis ridiculamente insuportáveis, não resolve e acumula o que em pouco tempo se transforma num fardo demasiado pesado para qualquer pessoa.

Não me vejo como pessimista mas o certo é que os pequenos problemas em que tropeço têm sido demasiados e demasiado concentrados no tempo. Um pequena pedra no caminho afasta-se facilmente mas muitas pequenas pedras, atiradas em simultâneo para o caminho bloqueiam-nos a passagem.

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