No ritual habitual da hora de deitar as palermices do pai soltavam-lhe o riso.
Estava feliz como está quase sempre mas largava um "oh paiiii!" sarcástico que tanto gosta em resposta ao que ia vendo e ouvindo.
- Quando nasceste a senhora enfermeira chegou ao pé de ti e disse "Menina Inês o seu pai é muito tonto mas... Não há nada a fazer, foi este que lhe calhou.". Tu não te lembras, mas foi assim.
- Oh paiiii! Não foi nada...
E soltava mais um daqueles sorrisos doces enquanto a espuma da pasta de dentes lhe cobria os lábios.
- Olha... Se pudesses trocavas o pai?
- Achas?!! Não! Não te troco por nada!
- Hummmm... Mesmo por nada?! E se fosse por um pai do mesmo tamanho feito de chocolate e recheado de manteiga de amendoim?!
- Não trocava!
- E se fosse do dobro do tamanho?!
Hesitou propositadamente, a expressão de gozo marcada no rosto e logo de seguida, sorrindo, disse:
- Se fosse uma pai do dobro do tamanho de chocolate e reacheado a manteiga de amendoim... Não. Não trocava por nada!
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