Preciso de Falar

E então o que faço?! Escrevo.
Cá venho ao meu cantinho, que qual montanha russa, me leva do riso às lágrimas à velocidade do clique de rato. Pois é... neste blog como na vida a distância que separa a alegria da tristeza é de apenas um clique um "scroll down".

Hoje precisava mesmo de falar. De quê?!... não sei ou não quero saber. As conversas de que preciso são daquelas que não se programam, que não se dirigem. São daquelas que acontecem e que nos levam no embalo das palavras para onde tivermos que ir.
Por esse mesmo motivo talvez este seja mais um post em que me perco nas ideias. Mais um post que pode só servir para mim mesmo. Mas afinal foi para isso mesmo que criei este cantinho, foi para mim. Desculpem lá o egoísmo, não que hoje me sinta mais egoista, apenas que preciso deste meu mimo.

Diz quem sabe, que as pessoas mais fechadas, soltam pistas sobre o que pensam e sentem e que é preciso estar atento para perceber isso. Por aqui eu solto muito do que sinto e penso e nem é preciso estar muito atento. Também me serve para procurar respostas dentro de mim. Por vezes dou comigo a ler o que escrevi e a perguntar-me se terei sido mesmo eu.
Mas então porquê publicar tudo num cantinho, que embora meu, está aberto ao mundo? Porque não escrever num sítio privado onde apenas eu possa ler?
Bom... porque todos nós precisamos de quem nos oiça, nesta caso de quem nos leia. Nem sempre tenho respostas ao que escrevo, eventualmente há quem leia e que eu nem conheça nem alguma vez se tenha manifestado. Mas despejar aqui, neste meu cantinho, muito do que sou e penso faz-me acreditar que algures, alguém pode concordar comigo, pode sentir o mesmo, pode perceber o porquê do que escrevo.

Pode ser uma total ilusão mas possivelmente será uma ilusão que nunca se irá desfazer. Consciente dessa ilusão não deixo de me sentir melhor por assim poder ser.
Procuramos conhecer e dar-nos a conhecer, é disso que se trata a vida, certo?
Podemos usar as mais diversas estratégias, defensivas, ofensivas, 4-4-2, 4-3-3... como no futebol. Podemos esconder-nos em misteriosas cortinas de fumo, mais ou menos denso, podemos ser transparentes como a mais pura água de montanha mas no fundo o objectivo será sempre encontrar alguém que nos descubra e que nós possamos descobrir.

Corremos sempre o risco de nos desiludir. É normal. Num processo de descoberta podemos sempre tomar o rumo errado. Mas acredito que as pessoas não mudam assim tanto, apenas se revelam. E há boas e más, por todo o lado. E há boas que se revelam más e más que se revelam boas. Enfim... há de tudo.

Precisava sinceridade. Precisava frontalidade. Precisa estar por estar sem mais. Ser por ser sem mais. Precisava de transparência... minha e dos outros. Afinal precisamos, a cada momento, de saber com o que podemos contar.

Sonhar por sonhar não vale a pena. Gosto de sonhar com um pé assente em terra firme... ou pelo menos a pensar que o faço. O problema é quando a terra firme desaba. Quando somos levados pela enchurrada repentina da desilusão. Quando o que se nos revela em nada bate certo com o que nos iludiu.

Hoje precisava mesmo de falar. De quê?!... não sei ou não quero saber.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acredito que mais importante do que alguém que nos descubra é alguém que nos encontre.
Descobrir pressupõe esconder.
Encontrar pressupõe estar atento.
E tu não estás escondido, acho...
Apenas estás ali (aqui) e se esse alguém não está também ali (aqui) é porque não está atento.

Bem sei que este teu post tem muito mais mais do que o "mero" encontro entre 2 pessoas, mas permito-me a um pouco de egoísmo próprio e aproveitar este momento para também eu desabafar e destacar o que me tocou mais profundamente.

Simplesmente.

(PC)