Mega promoção

O mundo da publicidade e marketing torna-se a cada dia mais competitivo.
As estratégias ganham em agressividade e quando se pensa que a criatividade está em queda eis que surge uma nova iniciativa que revoluciona a forma como as marcas se posicionam.

As estratégias permitem alcançar uma imagem junto do público alvo, redesenham as marcas e podem mesmo conquistar novos grupos de clientes. O reposicionamento de uma marca pode ser a chave do sucesso.

A cadeia Pingo Doce procurou posicionar-se junto das famílias, tenta passar uma imagem de proximidade e as promoções bombásticas permitiram encher as suas lojas de clientes com pouco poder de compra. As ditas classes mais baixas degladiaram-se para encher carrinhos e carrinhos de tudo o que precisavam e não precisavam, clientes mais abastados também aproveitaram, por certo, algumas das promoções que visaram passar diversas mensagens ao povo. Resultou numa batalha pela promoção, com sangue, suor e lágrimas um pouco por todo o país.

Mas eis que o Lidl dá um passo em frente no que toca a posicionamento de marca. Numa iniciativa original consegue dar resposta a vários problemas que afectam a sociedade portuguesa e colocar-se como alternativa aos tradicionais e famosos mercados a céu aberto, seja a Meia Laranja, Intendente, Zona J, Cerco, a notícia terá caído como uma bomba junto do comércio tradicional. A conhecida cadeia de distribuição alemã surje com uma promoção de bananas em que o cliente pode usufruir de um pacote (talvez de 1/2 kg) de cocaína. No que parece ter sido uma experiência piloto, foram seleccionadas 7 lojas da cadeia no norte do país nas quais foram distribuídos 237 kg de "pó".
A iniciativa, aparentemente ilegal e disparatada, merece uma análise mais profunda. Vejamos, por um lado apelam ao consumo dos indivíduos de um grupo normalmente discriminado e que sofre de carências variadas, nomeadamente alimentares, os toxicodependentes. Fornecem-lhes a substância, de forma gratuita e com fácil acesso, que lhes permite saciar o vício mas obrigam-nos a comprar um cacho de banana colombiana. Ora, como sabemos a banana é um alimento rico em potássio, ferro, vitamina B e outros nutrientes que representam benefícios para a saúde no que toca ao combate de estados depressivos, equilíbrio da tensão arterial, ajuda a deixar de fumar (quem sabe a deixar de consumir droga)  e melhoria da capacidade de concentração e aprendizagem.

Não é, no entanto, este o único grupo beneficiado pela promoção. O comum dos mortais, mesmo sem qualquer vício de consumo de drogas, poderá aceder à substância e sem grande experiência iniciar um pequeno processo de redistribuição de substâncias ilícitas que eleverá a sua situação financeira. Numa altura de crise e estando as férias aí à porta, uma ajuda extra cairá bastante bem no seio das famílias portuguesas.

Ainda, o impacto da distribuição de droga em cadeias de supermercados de grande dimensão não é de somenos importância. Os mercados tradicionais vão ter que se adaptar, o PVP irá por certo reduzir e possivelmente será o florescer de novos produtores nas origens com contratos de distribuição mais justos e menos arriscados do ponto de vista legal.

Assim sendo, parabéns aos cinzentões alemães. De onde menos se espera chegam as grandes revoluções e inovações nas mais diferentes áreas. Espero com curiosidade a resposta do Pingo Doce... estão bem colocados para responder, estando sediados na Holanda os muffins "marados", chás para estados de euforia e cigarros de "chocolate" poderão muito bem ganhar lugar de destaque nas prateleiras do supermercado, mesmo ali ao lado da bolacha Maria e dos Chocapic.



1 comentário:

Sofia disse...

Bem... com as novas bananas, o Lidl deve estar a fazer nova segmentação no seu público heehhehe