BEStial (I)

Ando a estudar o caso para que possa escrever qualquer coisa sobre o assunto mas, entretanto, não resisto a dizer qualquer coisinha.

Parece-me que uma família abastada criou um império partindo de casas de lotarias, câmbios e títulos. Dominam o panorama da banca debaixo da mão protectora do regime até esta ser esmagada pela revolução dos cravos. Numa atitude revolucionária e, digo eu, um pouco vingativa, as instituições financeiras são nacionalizadas e fica impedida a prática desse tipo de actividades por parte de privados.
Quem não deve, não teme e, digo eu, não foge. Mas os Espírito Santo deram cordas aos sapatos e foram recriar império para o Brasil, afinal a nacionalização pouco ou nada os prejudicou.

Regressaram depois do pó acentar e recuperaram o BES, com pedidos de desculpas e algumas indemnizações por certo. Deu-se assim continuidade ao negócio de família e à dinastia Espírito Santo até que, possivelmente porque nem tudo é transparente e honesto, as comadres se zangam.

E agora é uma verdadeira novela de segunda, o banqueiro português há mais anos no activo estende a mão ao governo, a Angola, a quem vier pedindo uma esmola de milhões para tapar buracos. Sem nunca perder o seu ar arrogante que utilizou para nos brindar com algumas das mais idiotas barbaridades que temos ouvido. O seu primo por seu lado vai-lhe minando o caminho numa guerra fraticida no seio da mais antiga dinastia portuguesa de banqueiros.

Anda o país a ouvir estes senhores, como conhecedores de toda a verdade, quais filósofos sábios e afinal nem na própria casa conseguem manter a ordem. Ricardo, Zé Maria... tenham juízo. Aproveitem a confusão e voltem para o Brasil. Lá estarão por certo na companhia de muitos colegas com um perfil semelhante ao vosso (de notar que na administração do BES existem vários arguidos em processos "obscuros").

Vou continuar a investigar, porque acho estranho que o rombo de milhões num grupo privado, com administradores e gestores identificados e conhecidos possa causar tanto falatório na praça pública.
Para mim está bem de ver, o buraco de mais de 7 milhões deve ser tapado com o dinheiro e património de quem o cavou para mais, eventuais crimes associados à gestão do grupo deveriam ser sancionados pela justiça como qualquer outro crime. É assim tão complicado?
 

Sem comentários: