Bava de camelo

Incontornável... de 2003 a 2005 foi considerado melhor CFO europeu no sector das telecomunicações, em 2009 eleito melhor CEO na área de Investor Relations, em 2010 e 2012 melhor CEO europeu no sector das telecomunicações, em 2011 segundo melhor CEO europeu no sector das telecomunicações, de 2010 a 2013 considerado melhor CEO em Portugal, eis Zeinal Bava, ex-CEO da PT e agora ex-Presidente Executivo da Oi.

Liderou a PT de braço dado com Granadeiro tendo um dos papeis principais nas negociações para a fusão do gigante das telecomunicações português com a brasileira Oi.
Estranho negócio esse em que uma troca de acções, inicialmente equilibrada, por fim bastante favorável aos brasileiros, permitiu difundir a ideia, em Portugal, que a PT iria adquirir a Oi e com isso crescer e abrir novos horizontes do outro lado do Atlântico e, por outro lado no Brasil, entender que a Oi passaria a dominar o mercado de telecomunicações em Portugal.

Actualmente (e embora pareça que tenham passado muitos anos não passaram), "as gordas" de alguns meios de comunicação anunciam uma possível venda da PT por parte da Oi.
Qual foi o caminho percorrido até aqui? Como é que de líder nacional no mercado das telecomunicações e maior empresa privada portuguesa se passa a empresa que a Oi pode entregar de mão beijada aos concorrentes internacionais?

Bom, por certo não sou a pessoa indicada para responder a esta questão mas diria que, a extensa lista de prémios que a página da Wikipédia de Zeinal Bava apresenta não casa com a redução constante e, ao que parece, "sustentada" da cotação da PT.
Assim como não casa com o que agora se percebe do comportamento do gestor de luxo.

Em breves traços... a PT, sob o comando inatacável do premiado gestor, perdeu a sua autonomia e depende agora da decisão da brasileira Oi. Quando as coisas começaram a apertar em Portugal, Bava abandona a gestão da PT e "salta" alegremente para a presidência da Oi deixando a empresa, ainda portuguesa, com um buraco financeiro adjacente ao buraco do GES (era depositá-los todos nos vários buracos, antes dos aterrar com esterco, digo eu!). Sabe-se agora que a PT não só depositou quase todos os seus ovos no cesto do GES (98% dos investimentos supostamente dispersos por várias instituições) como ocultou e disfarçou isso mesmo nos seus relatórios.
Bava alega que nada sabia, afinal era só o CEO da PT mas talvez isso só servisse para aparecer na comunicação social e receber prémios de gestão.
A Oi, essa não foi tida nem achada para o negócio e estavam criadas as condições para o que era um belíssimo negócio para a PT e para Portugal (segundo muitos eruditos, gestores de luxo e políticos) passar a ser mais um conluio made in Portugal.
Já no Brasil, depois de levantadas as dúvidas na cabeça dos accionistas da Oi, Bava "foge" às luzes da ribalta e demite-se, estratégia ideal para desaparecer das notícias até o lodo assentar.
É a segunda vez (pelo menos a segunda óbvia) que Bava puxa o tapete à PT, deixando agora a Oi entregue aos brasileiros e, por consequência a PT entregue à sua sorte. Parabéns!

Com isto, lembrem-se, em 2014 continuem a entregar prémios de CEO europeu e nacional a personagens que claramente revelam grande capacidade de gerir... os próprios bolsos e a felicidade de quem os comanda.

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